quinta-feira, 6 de abril de 2023

A imagem do dia


Ainda me lembro do que andava a fazer nesse dia. Era alturas da Páscoa e estava com amigos num café com terraço na minha terra. E andei à procura de uma televisão porque queria assistir ao Grande Prémio com outros interessados. E claro, foi dali que assisti a... aquilo. São daqueles dias tão loucos que ficam na memória. 

Conheço gente que esteve lá nesse dia, no circuito, a apanhar chuva e se calhar, a aplaudir as maluquices que aconteciam na Curva do Sol. Ver até gente como Michael Schumacher despistar-se, vítima da armadilha da pista molhada, isso foi das coisas mais loucas que já tinha visto. Era daqueles dias que são raros, mas acontecem. 

Mas isto era pior do que aconteceu no domingo passado, por exemplo. Porque aqui chovia. E a chuva, que era intermitente, tornava as coisas ainda mais perigosas que eram. 

E isso foi mais que óbvio quando na volta 53, primeiro quando Mark Webber perde o controlo do seu Jaguar na Subida das Boxes, depois, quando Fernando Alonso bateu nos destroços do carro do australiano, acabando com o seu chassis destruído e a coxear, porque tinha-se magoado na perna no acidente. E foi por isso que a corrida foi interrompida de forma definitiva. Isso e o facto de já terem passado os 75 por cento da corrida, suficiente para os pilotos recolherem a totalidade dos pontos. 

Mas então, e a confusão na meta? Simplesmente, um erro na temporização. A corrida fora parada na bolta 55, na altura em que Giancarlo Fisichella, piloto da Jordan-Ford, tinha começado a volta 56, passado a meta, a caminho do S de Senna. Só que não tinham visto. E uns metros antes, tinha passado o McLaren de Kimi Raikkonen. Só que pararam na volta 55, altura em que Kimi ainda liderava. Fisichella - que ironicamente, tinha fumo a sair do motor quando parou nas boxes! - ficou convencido que não tinha passado a tempo. Só que tinha conseguido. Jordan contestou o resultado, porque havia imagens da ultrapassagem da linha de meta por parte do italiano, como de ele ter passado o piloto da McLaren antes disso tudo.

Resultado final: duas semanas mais tarde, em Imola, ambos os pilotos trocaram os troféus. Para a Jordan, foi o seu quarto e último triunfo da sua carreira, e para "Fisico", a sua primeira. Foram, sem dúvida, experiências de uma tarde inesquecível.      

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