segunda-feira, 10 de abril de 2023

Os novos circuitos que a FOM quer no calendário


A FOM nas últimas semanas parece que deseja duas coisas: 25 corridas no calendário, e fugir da Europa. Corridas na Ásia e África parecem estar no horizonte, incluindo um regresso que muitos pensavam já estar descartado. 

Toda a gente sabe desde há muito que Lewis Hamilton quer um Grande Prémio em África, e existiram negociações para receber de volta uma corrida no circuito de Kyalami, na África do Sul, que acabaram por não acontecer por causa de assuntos financeiros. Mas recentemente, noticias surgiram que o governo local irá investir cerca de 50 milhões de euros para ter o Grande Prémio e assegurar as obras necessárias para que Kyalami tenha o Grau 1 para ser aprovado pela FIA. 

Especialmente depois de um estudo feito ter sito que o impacto económico esperado de levar o Grande Prémio para a periferia de Joanesburgo seja estimado em mais de 250 milhões de dólares. Com isso em mente, é claro para as autoridades sul-africanas que este é um investimento perfeitamente sensato e tudo indica que eles estejam de volta, 30 anos depois da última vez.

Contudo, pode haver concorrência no continente. E não falo de Marrocos, que tem um circuito permanente em Marrakesh e já acolheu a Formula 1 em 1958. Falava-se no paddock em Jeddah, no fim de semana do GP da Arábia Saudita, que o governo do Ruanda quer acolher a Formula 1, com um projeto desenhado por Hermann Tilke. O pequeno Ruanda, país no centro de África e que há 30 anos foi noticia pelos piores motivos, com um genocídio onde 800 mil pessoas foram assassinadas em pouco mais de cem dias, está a passar por um crescimento económico muito forte, com um governo que quer fazer do país a "Singapura de África", poderá pensar na ideia para impulsionar o turismo da região, dado o impacto económico positivo que organizações como estas poderão ter na economia. Uma delegação do governo local falou com Stefano Domenicalli e expôs os planos. Resta saber se são realistas e em quanto tempo tudo estará pronto para poder tentar a sua sorte. 

Outros dois países pensam também na Formula 1, ambos na Ásia. A Indonésia, de quando em quando, pensa na ideia de acolher a competição, e recentemente, construiu um circuito em Bali, mais concretamente em Mandalika, para acolher a MotoGP com sucesso, mas ainda não tem Grau 1 para as corridas de automóveis da FIA. Mas o governo criou uma comissão para saber que passos tem de dar para ter a Formula 1 no seu país, eles que acolhem a Formula E nas ruas de Jakarta, a capital. Melhorar o circuito será o mais fácil, porque construir outro de raiz custa umas boas centenas de milhões de dólares e claro, ter a aprovação necessária da FIA.


Mas não é só a Indonésia que tem vontade de ter a Formula 1. Nos últimos dias surgiu outro lugar, e de forma inesperada: o Vietname. Depois de construído o circuito urbano de Hanói, que estava pronto para acolher a Formula 1 em 2020, caso a pandemia não tivesse aparecido de forma inesperada, antes do escândalo de corrupção e desvio de fundos para a construção da pista, à volta da sona desportiva da cidade, ter derrubado e detido os responsáveis regionais da cidade - condenados a cinco anos de prisão por corrupção - por estes dias, Stefano Domenicalli visitou a cidade para saber se eles estão dispostos a acolher a Formula 1, já que o mais difícil, o circuito, está feito. Agora as obras serão bem menores, o investimento será mais baixo e o impacto económico bem maior para o governo local.

Contudo, tudo isto poderá não ter passado de um contacto inicial para saber se estão dispostos a acolher uma competição destas. Com as ambições da Liberty Media, e eles a construírem um calendário como querem, cada vez mais mundial, e se calhar, com a ideia de trocar algumas pistas em anos alternados, pelo menos nos circuitos europeus, a Formula 1 é uma competição mais apetecível que nunca.      

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