domingo, 7 de maio de 2023

Formula 1 2023 - Ronda 5, Miami (Qualificação)


Miami é daqueles locais onde a paisagem é famosa, e do qual existe gente que gosta de ter automóveis em círculos. O tempo é abafado, mas quente, as pessoas são acolhedoras e o mar está ali à esquina. E para quem cresceu a ver "Miami Vice", há 40 anos, sabe que existe uma tradição automóvel por lá. Logo, quando o dono de uma das equipas de futebol da cidade - não, não foi o David Beckham - decidiu ceder o seu parque de estacionamento para lá construir um circuito, a Formula 1 aproveitou muito bem a oportunidade. E claro, até elaboraram um cenário para o efeito. Com iates e água... a fingir. 

Contudo, o cenário para o fim de semana poderia ser o de água... a sério, com chuva a cair a potes no momento da corrida. E da última ocasião em que aconteceu há umas semanas, houve... inundações. Ou seja, água a sério no lugar da água a fingir. Sim, a ironia está espalhada na cara de toda a gente.

Com o tempo seco, mas com calor, a qualificação começou com Alexander Albon a ser o primeiro piloto em pista, mas foi Nico Hülkenberg quem arriscou mais. O piloto alemão saiu de uma das curvas com a traseira do Haas mais ‘solta’ e a falhar o muro por centímetros. Mas o carro ficou inteiro e continuou.

Max Verstappen abriu as hostilidades com o registo de 1.28,306, e a concorrência reagiu e o neerlandês teve de se aplicar novamente, acabando com 1.27,363. Pelo caminho, mais alguns incidentes, como um onde Lewis Hamilton se envolveu, ao ter de tomar uma manobra evasiva que o levou quase a bater no muro, porque encontrou o Haas de Kevin Magnussen quase parado na última curva do traçado quando preparava a volta rápida. A direção de corrida fez saber que o incidente foi anotado por possível impedimento (mas depois nada fez em termos de penalizações). 

Mas nenhum dos dois ficou para trás na Q2. Os que "ficaram com a fava" foram os McLaren de Oscar Piastri e de Lando Norris - primeiras surpresas! - o Alpha Tauri de Yuki Tsunoda, o Aston Martin de Lance Stroll - segunda surpresa - e o Williams de Logan Sargeant.

Passado à Q2, a qualificação continuava com os mesmos na frente. Max começava a fazer o seu caminho, mas a menos de dois minutos do final da Q2, Charles Leclerc passou para a frente da tabela de tempos, com 1.26,964, com resposta imediata de Max Verstappen, fazendo 1.26,814. Nessa altura, os Mercedes também tentaram a sua sorte... e tinham razão para isso. George Russell melhorou o seu anterior registo, passando à Q3 no 10º posto, enquanto Lewis Hamilton foi apenas o 13º e ficava para trás. Fazendo companhia ao Williams de Alexander Albon, o Haas de Nico Hülkenberg, o Alfa Romeo de Zhou Guanyu e o Alpha Tauri de Nyck de Vries.


E chegados à Q3, era a parte mais interessante desta qualificação. Isso se sabia, mas o que aconteceu... superou expectativas. 

Primeiro, as voltas rápidas abortadas por Max Verstappen e depois, o erro de Charles Leclerc que perdeu o controlo do Ferrari e bateu nas proteções do traçado obrigando à suspensão da Q3 e final antecipado. Na primeira tentativa abortada, o neerlandês quase perdeu o controlo da traseira do seu RB19, e teve de largar o pé do acelerador, para evitar consequências desagradáveis. Quem também desperdiçou a primeira volta, falhando o ponto de travagem numa das curvas do traçado de Miami, fora Charles Leclerc, não marcando tempo. Assim, Pérez estava na frente, seguido de... Fernando Alonso. 

E com todos sobre brasas, os últimos dois minutos eram os de "vai ou racha". E para o monegasco... rachou. Lelcerc perdeu o controlo do SF-23, bateu nas barreiras TecPro e a direção de corrida decidiu pelo final antecipado. E Max - acompanhado por Bottas - sem marcar tempo, era apenas nono. E Pérez comemorava a pole, a sua primeira do ano. Sainx Jr era o terceiro, e tinha a seu lado... o Haas de Kevin Magnussen, que tinha a sua melhor posição na grelha de sempre, na frente de Pierre Gasly e George Russell.


Agora, neste domingo, iremos saber como será esta corrida, neste "baralhar a voltar a dar". E como será, com as tais previsões de chuva? Irá ser decisivo ou não? Se calhar não, mas nunca se sabe... 

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