segunda-feira, 12 de junho de 2023

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Há 40 anos, e uma semana depois de Michele Alboreto ter ganho em Detroit, no Canadá, René Arnoux conseguiu o seu grande objetivo ao ter ido para a Ferrari: ganhar pela Scuderia. E a sua vitória não poderia ser simbólica. Afinal de contas, foi no Canadá, em Montreal, no circuito Gilles Villeneuve, que tinha o nome do seu amigo, morto um ano antes. 

E ainda por cima, esta era a sua primeira vitória sem ser ao serviço da Renault, a poucas semanas do seu 35º aniversário. 

Nascido a 4 de julho de 1948, chegou tarde à Formula 1, em 1978, quando já ia a caminho dos 30 anos. Correndo pela Martini, um construtor francês, acabou a temporada pela Surtees, em substituição de Vittorio Brambilla, acidentado no GP de Itália, na carambola que vitimaria Ronnie Peterson. Contudo, ambas as equipas iriam fechar portas no final do ano, mas Arnoux arranjou o que desejava: um contrato permanente, numa equipa de fábrica. 

Claro, a primeira vez que o resto do mundo ouviu falar dele foi no GP de França de 1979, quando entrou em duelo com Gilles Villeneuve, no seu Ferrari. Acabou em terceiro, batido pelo carro do canadiano, mas depois se justificou, afirmando que o seu turbo já não funcionava a cem por cento. Mas foi ali que conseguiu o seu primeiro dos 22 pódios da sua carreira. E das seis poles que a marca do losango conseguiu nessa primeira temporada, dois deles foram de sua autoria. 

As primeiras vitórias foram conseguidas em 1980, primeiro no Brasil e depois, na África do Sul, e se calhar, se não fosse a falta de fiabilidade, teria sido candidato ao título. Ainda por cima, era o piloto que conseguia mais pontos para a equipa francesa. Em 1981, com a chegada de Alain Prost, as coisas modificaram-se, quando este conseguiu três vitórias, mais dois pódios, contra o único pódio dele. Com ele a ser candidato ao título até à última, e com a entrada em força em 1982, Arnoux tinha de fazer algo para mostrar que não tinha perdido nada da sua velocidade. 

Mas quando o fez, em Paul Ricard... basicamente, abriu a porta de saída para ele mesmo. Porque a ideia inicial era que desse o comando a Prost, para ele ter uma melhor chance do campeonato, pois tinha apenas quatro pontos contra os 18 do seu companheiro de equipa - acabaram com 13 para Arnoux, contra 24 de Prost - e ao "estragar" os planos, não deixou fãs no meio da equipa. Triunfou em Monza, batendo os Ferrari, nessa altura, já tinha assinado pela casa de Maranello. 

Não foi um começo fácil. Apesar de dois pódios em Long Beach e Imola, a única vitória até então tinha sido com Patrick Tambay. O carro aparentava ser bom, mas a falta de fiabilidade perseguia-o. Em Montreal, Arnoux tinha conseguido a terceira pole-position da temporada, e esperava que a corrida tivesse final feliz para ele. 

E foi... dominador. Tiramdo três voltas, Arnoux dominou de inicio ao fim, acabando com 42 segundos de avanço para o Renault de... Eddie Cheever, e 52 para Patrick Tambay, seu companheiro de equipa. E ainda por cima, deu uma volta de avanço para Alain Prost. Mais dominador, não poderia ser. De uma certa forma, era o auge da sua carreira na Formula 1. 

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