segunda-feira, 11 de setembro de 2023

A(s) image(ns) do dia (II)




A vitória da Ferrari em Monza, nesse ano, esteve em risco depois da meta. No parque fechado, os depósitos dos seus carros foram medidos e por três ocasiões, os carros excediam os 150 litros exigidos, com 151,5. Apenas na quarta ocasião é que conseguiram 149,5, no limite tolerável da FISA. E a mesma coisa acontecia no Arrows de Eddie Cheever, onde depois de uma primeira medida dar 151 litros, na segunda deu os 149,5 litros, dentro do limite da tolerância.

No meio disto tudo, os tifosi passeavam pela pista, jubilantes com o que tinha acontecido. Um deles, ao ver Jean-Louis Schlesser, cumprimentou-o e disse: "Muito Obrigado, da Itália".

Para o piloto da Arrows, que conseguiu nove pódios ao longo de 143 Grandes Prémios, este foi o mais inesperado. E ainda por cima, ficou na frente do seu companheiro de equipa, Derek Warwick. Mas Edward McKay Cheever Jr., nascido a 10 de janeiro de 1958 em Phoenix, no Arizona, foi o mais italiano dos americanos. Pouco depois de ter nascido, os pais foram trabalhar para Itália, e Cheever Jr., apesar de estudar no St. George's British International School, em Roma, começou a interessar-se nas corridas quando foi a Monza, experimentar karts. Entrando em monolugares a partir de 1975, acabou na Project Four no ano seguinte, pela Formula 2, e dois anos depois, a sua estreia na Formula 1, pela Theodore e Hesketh, onde participou no GP da Africa do Sul.

Dez anos depois dessa estreia, Cheever tinha passado por Osella, Tyrrell, Ligier - onde conseguiu o seu primeiro pódio no infame GP da Bélgica de 1982, acabando no terceiro lugar - Renault, Alfa Romeo, Lola-Haas, ate chegar à Arrows, em 1987. Nessa altura, a equipa foi dos poucos que manteve os motores BMW, mas com os alemães fora da Formula 1, foram rebatizados de Megatron. Mas em 1988, até à corrida "caseira", tinha conseguido... um ponto, um sexto lugar do GP do México. Warwick, seu companheiro de equipa, tinha nove, por exemplo.

A equipa iria ganhar mais três pontos com a desclassificação dos Benetton na Bélgica, mas no momento do GP italiano, o processo estava em recurso no Tribunal de Apelo da FIA.  

A qualificação foi ótima para a equipa. Quintos e sextos, monopolizaram a terceira linha, batidos apenas pelos McLaren e Ferrari. E tinham batido o Lotus de Nelson Piquet, sétimo. Na corrida, as sortes foram diferentes. Se o americano teve uma corrida calma, já Warwick partiu muito mal, caindo fora do top ten", começou a recuperar ao ponto de chegar à traseira de Cheever, assediando-o e esperando um erro para ficar na frente dele. Mas ele aguentou e a recompensa foi o pódio caído do céu aos trambolhões. 

Mais um que tinha de agradecer a Jean-Louis Schlesser pelo resultado. 

Ele ainda iria correr na sua terra natal, Phoenix, e ganhar mais um pódio. E a partir de 1990, começa a segunda parte da sua carreira, na CART americana, onde iria fazer alguns feitos dignos de registo. 

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