A temporada de 1978 foi a primeira da ATS onde correu com o seu próprio chassis, depois de ter andado boa parte da temporada de 1977 com o chassis Penske PC4, comprado no inicio dessa temporada. O chassis, batizado de HS1, foi desenhado por John Gentry e Robin Herd, este último ex-March, era um desenvolvimento desse chassis, e estreou-se no GP da Argentina, com Jean-Pierre Jarier e Jochen Mass, ex-McLaren, como pilotos. tinha um pouco de influência do carro anterior.
Contudo, apesar de alguns resultados de relevo, como um sétimo posto no Brasil por parte de Mass, e um oitavo, em Kyalami, da parte de Mass, o ambiente dentro da equipa não era das melhores, especialmente por parte do irascível Gunther Schmid, e depois do GP do Mónaco, onde ambos não conseguiram qualificar-se, Jarier decidiu ir embora, deixando o lugar vago. Rapidamente foi preenchido por um estreante: o italiano Alberto Colombo.
Salvo da pré-qualificação, ele era, contudo, o menos experiente dos 28 pilotos inscritos na corrida de Zolder, palco do GP da Bélgica. Com apenas 24 vagas, sabia que iria ser complicado qualificar-se. Ainda por cima, todos aqueles chassis começavam a ser inúteis por causa da estreia do modelo 79 da Lotus, o carro com efeito-solo no seu máximo. Por muito bom que ele pudesse se adaptar ao carro, era dois segundos mais lento que Mass, acabando na 16ª posição, qualificando-se naturalmente. Colombo? A mais de um segundo do último qualificado, o McLaren de Brett Lunger, acabou na 28ª e última posição, sem qualquer chance de entrar na corrida.
Colombo teve uma nova chance duas semanas depois, em Jarama, no GP de Espanha. Tentou andar no pelotão, tentando conseguir um tempo que o permitisse ficar mais perto de outros pilotos e conseguir qualificar-se, mas depois de duas sessões de treinos, ele ficou a menos de um segundo de se qualificar, mas não foi mais que 28º e último na grelha, batido até pelo McLaren do local Emilio de Villota. Pouco depois, ele foi substituído pelo finlandês Keke Rosberg, que tinha estado em cinco corridas pela Theodore.
Contudo, mais tarde na temporada, Colombo teve mais uma chance, graças ao piloto-construtor Arturo Merzario. Este decidiu inscrever um segundo carro para o GP de Itália, em Monza, o A1 original, com Merzario a ficar com a nova versão desse chassis. O mais estranho foi que isto aconteceu por iniciativa de Bernie Ecclestone, de obrigar todas as equipas a inscrever dois carros, e a chegada de Colombo foi devido a uma recolha de fundos através dos leitores da revista Autosprint!
Claro que na corrida italiana, 32 automóveis estavam inscritos, e claro, tinha de haver uma pré-qulificação. E Colombo, contra gente como Héctor Rebaque, num Lotus 78 privado, e um jovem Nelson Piquet, num McLaren M23 da BS Fabrications, não teve chances, e ficou com o pior tempo de todos os pilotos desse final de semana italiano, mais de segundo e meio mais lento que o segundo pior, o Arrows de Rolf Stommelen.
E foi assim a experiência de Colombo na Formula 1. O piloto, que morreu neste domingo aos 77 anos, vitima de doença prolongada, foi muito mais do que estes três fins de semana de há quase meio século.
Nascido a 23 de fevereiro de 1946 em Varedo, na Lombardia, Colombo era fisicamente conhecido pelo seu enorme cabelo. A família exportava bicicletas para a China e um dos seus tios, que gostava de automobilismo, soube do gosto em comum do seu sobrinho e financiou a sua aventura. Iniciou-se no automobilismo no inicio da década de 70, na Formula Monza, acabando por ser campeão italiano de Formula 3 em 1974, antes de começar uma longa carreira na Formula 2, começando em 1973, pela Sílvio Moser Racing Team, num Surtees. A sua primeira temporada a tempo inteiro oi em 1975, pela Trivellato Racing, num March, e o primeiro pódio acontece em 1977, um terceiro lugar em Mugello, num March da Euroracing. Correria até 1980, quando está na Sanremo Racing, num March 782 com três anos, e com um terceiro lugar em Hockenheim. No final de oito temporadas, Colombo conseguirá 38 pontos, três pódios e uma volta mais rápida.
Na parte final da sua carreira, tentou montar um projeto local para construir um chassis para rumar à Formula 1, o Riviera, mas o projeto não passou das fases iniciais. Depois de correr, tornou-se team manager da Sanremo Racing e instrutor de condução, descobrindo talentos como Gabriele Tarquini, que corre na Formula 1 pela Coloni, AGS e Fondmetal, entre outros, antes de uma longa carreira nos Turismos.
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