E tudo isto numa altura em que todos falam da melhor maneira de apresentar um produto, que o responsável da M-Sport, Richard Millener, ser menos popular que... o golfe! Mal distribuído, mal filmado? Não se sabe. Mas isso acontece quando o WRC passa por uma fase agitada, sem mais domínios.
Nesta temporada de 2024, temos um duelo entre Toyota e Hyundai, e tudo aparenta que a marca coreana poderá ter mais chances de vitória que a japonesa. Cyril Abiteboul, que veio da equipa Renault de Formula 1 - agora, Alpine - depois da sua normal adaptação, parece que está disposto a fincar o pé ao ex-piloto Jari-Matti Latvala, e ao domínio de uma Toyota que arriscava a eternizar-se com Rovanpera ao volante, por causa dos títulos das últimas duas temporadas. E esta vitória na Sardenha deixou Latvala "sem chão", porque um furo, na última especial do dia, mostrou que nestas coisas, isto só acaba quando atravessam a meta. Há quem tenha perdido títulos a 300 metros da meta...
A vitória de Tanak aqui na Sardenha aconteceu na semana em que foi revelado um pormenor privado do campeão de 2019. É que, sem que nenhum de nós soubesse, em 2022, ele passava um inferno pessoal. Na altura, ele estava na Ford, mas a falta de comunicação com a imprensa e os fãs tinha a ver com a doença da sua esposa, Janika Tänak, que tinha sido diagnosticada com uma variante muito agressiva de cancro de mama. Agora, as coisas estão, aparentemente, sob controlo, mas o próprio Tanak afirmou que a certa altura, considerou pendurar o capacete.
Tudo isto foi falado num programa televisivo na sua Estónia natal.
"É muito difícil esquecer um momento daqueles, nunca se esquece. No nosso caso existiram várias etapas," começou por referir Tanak. "As biópsias foram feitas e foi operada. Essa foi a parte mais difícil. Havia esperança e fé que as notícias fossem boas, mas em vez disso vieram as más notícias.", continuou.
"Não era uma questão de se era necessário. No início, durante os tratamentos de quimioterapia, eu poderia estar em casa presente nos momentos mais difíceis. A dada altura surgiram os problemas de coração e descobriram um coágulo no coração. Naquele momento senti que era demasiado. Penso que foi antes do rali da Finlândia e eu queria ir para casa, sentia que não podia estar longe. Mas mais uma vez foi o desejo dela que eu continuasse."
"Para mim a família é a prioridade, e a minha preocupação número um é que tudo esteja bem em casa." concluiu.
Para mim, ao vê-lo chapinhar no porto sardo, com a equipa, depois da vitória no rali, mostrou que ele não venceu só para ele mesmo ou para a equipa, mas que tem um núcleo familiar que tem orgulho dele e dos seus feitos e, mesmo que seja abalado, lhe pede para que as coisas continuem como sempre, e que é um embaixador de um pequeno país, banhado pelo mar Báltico, e sempre que ganha, os seus habitantes ficam orgulhosos.
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