sexta-feira, 20 de setembro de 2024

A imagem do dia


Isto não é uma imagem, é um comunicado. Mas mostra o absurdo destes dias, e se calhar, a irrelevância da FIA. A história é sabida de todos, mas conto na mesma: ontem, na conferência de imprensa pré-GP de Singapura, Max Verstappen disse asneiras, e foi advertido. Ele não ligou e continuou. Tudo bem. Hoje, soube-se que ele foi advertido pela FIA por causa da sua linguagem e foi forçado a servir pena comunitária. 

Todos sabemos que os pilotos desabafam. E quando se desabafa, as pessoas falam asneiras. E no caso do Max, As coisas não andam bem com ele e com a sua equipa. Estão a perder a vantagem do inicio da temporada e o próprio Helmut Marko já admite que o título de Construtores pode estar perdido para... sabe-se lá quem. Mas isso não conta para aqui. 

Esta semana, a FIA pediu aos pilotos para se conterem. Mas se formos ver as comunicações de rádio de cada Grande Prémio, os pilotos não se contêm quando há qualquer problema com o carro ou cometem em erro. Tem de desabafar, ponto. 

A FIA não está mais no tempo de Jean-Marie Balestre, mas há quase 45 anos, por causa de uma mesquinhice, quase causou uma cisão (sobre isso, conto quando for a altura). Max Mosley fez o seu trabalho para a tornar irrelevante aos olhos das equipas, e agora como não manda em nada em termos de regulamentos e do espetáculo da Formula 1, decidiu ser "professor de etiqueta e de boas maneiras". E as reações são exatamente isso: por um lado, queixam-se de elas serem ridículas, especialmente numa altura em que as pessoas já se habituaram ao mau palavreado. E segundo, apontam no sentido do "rei vai nu": a Formula 1 não precisa da FIA para nada, apenas para colocar um carimbo nas decisões que foram tomadas pelas equipas. O seu poder é o de uma monarquia constitucional, e Mohammed Ben Sulayem é o rei da Inglaterra. 

Anda lá, FIA, não sejam mesquinhos. Caso contrário, as pessoas começam a dizer algumas verdades sobre a sua relevância para a Formula 1...  

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