sexta-feira, 20 de setembro de 2024

A imagem do dia (II)



Richie Ginther foi um dos americanos que fizeram mais carreira na Europa que "em casa". Apesar de ter corrido nas 500 Milhas de Indianápolis, foi a correr na Formula 1 e na Endurance que se mostraram ao mundo. Principalmente quando começou a correr pela Ferrari, em 1960, e depois, na BRM e Honda, acabando na Eagle, de Dan Gurney. Foi uma carreira que durou pouco mais que sete temporadas.

Nascido a 5 de agosto de 1930, na cidade californiana de Los Angeles, e começou cedo no automobilismo porque o seu irmão mais velho, George, tornou-se amigo de Phil Hill. Ambos se conheceram, tornaram-se amigos e com a paixão do automobilismo em comum, começaram as suas carreiras na crescente comunidade automobilística do estado. Ginther seguiu Hill ao longo da sua careira, até chegarem à Formula 1, correndo ambos pela Ferrari.

Em 1964, quando Ginther estava na BRM, a Honda decidiu estrear-se na Formula 1, surpreendendo tudo e todos na Formula 1, porque achavam pouco crível que uma equipa do Japão, de uma marca que só existia há menos de 20 anos e tinha recentemente fabricado o seu primeiro automóvel, se atrevesse a entrar na categoria máxima do automobilismo. Mas conseguiu, contratando o americano Ronnie Bucknum. Sabendo que precisavam de alguém que soubesse melhor da coisa, sugeriram Ginther - que tinha aperfeiçoado os seus dotes mecânicos no exército, durante a Guerra da Coreia - e este aceitou correr na temporada de 1965, depois de ter sido terceiro na temporada anterior, a sua melhor classificação da sua carreira, até então.

Com a Honda no seu segundo ano, a primeira temporada completa, construíram o RA272, com um motor de 1.5 litros, e estrearam-no no GP do Mónaco, sem que nenhum deles chegasse ao fim, mas o primeiro ponto apareceu na corrida seguinte, na Bélgica, com Ginther ao volante. Outro ponto aconteceu no GP dos Países Baixos, em Zandvoort.

O GP do México era a última do calendário, e a última da Formula de 1.5 litros. O campeonato estava dado há muito tempo a Jim Clark, no seu Lotus 33, e todos se preparavam para a nova era, a dos 3 litros, desenvolvendo os motores adequados para a ocasião. Mas alguns queriam sair em alta, e a Honda era uma delas. Viu-se na qualificação, quando Ginther conseguiu o terceiro melhor tempo e Bucknum, o décimo. 

Quando a bandeira mexicana foi agitada, dando o inicio da corrida - os semáforos estão a mais de uma década de distância - Ginther largou melhor que Clark e Gurney... e foi-se embora. Só acabou na meta, numa corrida onde dominou do principio ao fim. O carro funcionou perfeitamente, apesar de um duelo com o Brabham de Gurney ao longo da corrida, depois de Clark e os BRM de Jackie Stewart e Graham Hill terem tido problemas com os seus carros - o escocês com a embraiagem, o britânico com o motor.

Para além de ter sido a primeira vitória da Honda na Formula 1, também era a primeira da Goodyear, a marca americana de pneus que calçava os Honda. Sem saberem, era a primeira de 368 vitórias, que conseguirá até 1998, altura em que abandonará a competição até aos dias de hoje.

Esta será a única vitória de Ginther na Formula 1. Abandonará a competição depois do GP do Mónaco de 1967 e retira-se para uma vida pacata, ficando fora dos holofotes. Morrerá de ataque cardíaco a 20 de setembro de 1989, enquanto passava férias no sul de França. Faz agora 35 anos que aconteceu.         

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