quarta-feira, 30 de julho de 2014

GP Memória - Alemanha 1989

Quinze dias depois de Silverstone, máquinas e pilotos encaravam agora a segunda metade da temporada, que iria começar no Autódromo de Hockenheim. E com isso, entravamos na segunda metade da temporada, e isso implicava alterações na pré-qualificação. Brabham, o Dallara de Alex Caffi e o Rial de Wolker Weidler saiam do "inferno", enquanto que Larrousse, o Coloni de Roberto Moreno e o AGS de Gabriele Tarquini entravam nos seus lugares.

A Larrousse tinha também uma novidade. O italiano Michele Alboreto, que tinha sido dispensado da Tyrrel ainda antes do GP de França, sendo substituido por Jean Alesi, entrava no lugar do francês Eric Bernard e iria tentar a sua sorte nas sextas-feiras de manhã, para conseguir um lugar na grelha.

E foi assim que foram para a pré-qualificação. No final, os felizes contemplados foram os Onyx de Stefam Johansson e Bertrand Gachot, e os Lola-Larorusse de Philippe Alliot e de Michele Alboreto, que conseguiu desalojar o AGS de Yannick Dalmas... por um milésimo!

Na qualificação, as longas retas do circuito de Hockenheim eram mais do que suficientes para que o motor V10 Honda pudesse ser mais veloz e mais eficaz do que o motor V12 da Ferrari. Mas mesmo assim, Ayrton Senna conseguiu ser bem melhor do que Alain Prost e fez um tempo "apenas" 995 centésimos melhor do que o seu companheiro de equipa. Mesmo assim, a McLaren monopolizava a primeira fila da grelha de partida. Na segunda fila estavam os Ferrari de Nigel Mansell e de Gerhard Berger, enquanto que na terceira estavam os Williams-Renault de Riccardo Patrese e de Thierry Boutsen. Alessandro Nannini era o sétimo, na frente do Lotus-Judd de Nelson Piquet, do segundo Benetton-Ford de Emanuelle Pirro e do Tyrrell-Ford de Jean Alesi, que fechava o "top ten".

Como começava a ser hábito, a última fila da grelha continuava a ser "habitada" por nomes consagrados, e desta vez estes eram o Arrows de Eddie Cheever e o Larrousse de Michele Alboreto, que desalojou o Minardi de Luis Perez-Sala por 16 centésimos. E para além dele, os pilotos que ficaram de fora desta vez foram o Onyx de Bertrand Gachot e o Rial de Christian Danner, já que o outro Rial, o de Wolker Weidler, fora desqualificado por ter sido empurrado em área proibida.

O dia da corrida estava nublado, mas fazia calor e a pista estava seca. No momento da largada, Berger surpreende toda a gente e passa de quarto para o primeiro lugar na primeira curva. Contudo, a potência dos Honda V10 faz com que Senna primeiro, e depois Prost, ficassem com os dois primeiros lugares. No inicio da segunda volta, atrás de Berger estavam Mansell, Boutsen, Nannini, Pirro e Patrese. Piquet era o nono.

A primeira desistência entre os pilotos da frente aconteceu na quinta volta, quando Boutsen e Pirro se desentenderam na segunda chicane. E na volta 14, Berger sofre um furo lento e falha a primeira chicane a alta velocidade, voando na berma e danificando o seu carro.

Entretanto, na frente, Senna e Prost rodavam juntos, tentando cada um ser mais veloz do que o seu companheiro de equipa, mas na volta 16, Prost vai às boxes para trocar de pneus. Contudo, a troca é desastrosa, acabando por gastar 18 segundos para ter tudo trocado, dando a Senna mais espaço para respirar. O francês saiu no quarto posto, mas subiu logo para o terceiro lugar quando este parou para a sua troca. Também foi pobre, mas durou apenas onze segundos e assim, caiu para o quarto posto, atrás de Prost... e o Benetton de Pirro, que não tinha parado.

Aproveitando a enorme vantagem, Senna parou nas boxes, esperando que fosse um procedimento normal. Mas aí, o desastre foi maior: perdeu 23 segundos e saiu de pista no segundo lugar, atrás de Prost, já que Pirro tinha parado ao mesmo tempo que o brasileiro e trocado de pneus, saindo de pista no quarto posto. As coisas se mantiveram assim até à volta 26, altura em que Pirro falhou a travagem na terceira chicane e bateu forte nas placas de esferovite que balizavam a pista, acabando por parar no hospital por precaução. O lugar foi herdado por Patrese.

A luta era agora entre Senna e Prost, que andavam juntos e tentavam superar um ao outro, mas as coisas se resolveram na volta 43, quando a caixa de velocidades de Prost começou a falhar, fazendo com que Senna o passasse e fosse rumo à vitória. Prost acabou por ficar com o segundo posto, a quase vinte segundos, e Mansell ficou com o lugar mais baixo do pódio. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Williams de Patrese, o Lotus de Nelson Piquet e o Arrows de Derek Warwick.    

Fontes:

Santos, Francisco - Formula 1 1989/90, Ed. Talento, Lisboa/São Paulo, 1989


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