Sobre este assunto, não é nada novo por estas bandas. Mas há sempre algo interessante que merece ser contado, porque sempre achei fascinante como é que um petropaís era capaz de injetar milhões e milhões numa atividade, digamos... elitista, como forma de afirmar o seu país no mundo. É que se formos pensar em Pastor Maldonado como reflexo do país de onde veio, não fica lá muito bem na fotografia.
Contudo, a PDVSA não injetou só dinheiro no piloto da Renault. A companhia estatal venezuelana investiu muito no automobilismo nos últimos dez anos, e outros pilotos foram beneficiados nisto, como Ernesto (E.J) Viso, piloto da IndyCar, Rudolfo Gonzalez, piloto da GP2, ou então na equipa Lazarus da GP2, que chegou a ter Johnny Ceccoto Jr. nas suas fileiras. Contudo, esta terça-feira, surgiu no site Motorsport a ideia de que os financiamentos da petrolífera estão a ser investigados pelo FBI americano. Conheço relativamente bem a jornalista que escreve este artigo, Katie Walker, e sei que é boa naquilo que faz. Logo, isto deverá ter um fundo de verdade.
Comecemos pela sua origem, um artigo do Wall Street Journal (WSJ). Ali, fala-se que dois homens de negócios ligados à PDVSA, um deles um senhor de 55 anos chamado Roberto Rincon, foram presos pelas autoridades americanas, acusados de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e suborno, entre outros, Todas essas acusações têm a ver com uma lei chamada "Foregin Corrupt Practices Act", e no meio disto tudo existem mais de cem contas espalhadas em bancos americanos (108, para ser mais preciso), num total de cem milhões de dólares, e o juiz encarregue do caso afirma que poderá ter havido um desvio superior a mil milhões de dólares entre 2009 e 2014.
Isto vem na sequência de outro artigo publicado pelo mesmo jornal a 21 de outubro, onde se acusa os governos chavistas (primeiro, Hugo Chavez, agora Nicolas Maduro) de terem ido buscar milhares de milhões de dólares para pagar subornos e outros esquemas fraudulentos para ganhar a confiança e "respeitabilidade internacional", aproveitando a alta do preço do petróleo, que aconteceu até meados de 2014. E no inicio deste ano, os procuradores de quatro estados americanos reuniram-se com responsáveis do Departamento do Interior, do FBI e da DEA (Drug Enforcement Agency) para partilhar informações sobre esquemas corruptos vindos do interior da petrolifera venezuelana. E em muitos aspectos, a "pessoa de interesse" é um ex-diretor, e atual embaixador nas Nações Unidas, Rafael Ramirez.
As investigações continuam, mas neste momento existe uma outra, efetuada pela DEA, em que vê o envolvimento de membros do governo e de familiares do presidente Maduro e do seu numero 2, Diosdado Cabello, em esquemas de tráfico de cocaina pelo seu pais, rumo aos Estados Unidos. Quem conhece mais ou menos esta história, sabe que há um ano, um antigo oficial, Leamsy Salazar, desertou para os Estados Unidos com informações sobre esse esquema, e que em novembro, dois sobrinhos de Maduro foram presos em Port-au-Prince, no Haiti, com 800 quilos de cocaína na sua bagagem. E aparentemente, a qualquer momento, o chefe da policia de fronteira local poderá ter no seu encalço um mandato de captura internacional emitido pelos americanos.
Comecemos pela sua origem, um artigo do Wall Street Journal (WSJ). Ali, fala-se que dois homens de negócios ligados à PDVSA, um deles um senhor de 55 anos chamado Roberto Rincon, foram presos pelas autoridades americanas, acusados de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e suborno, entre outros, Todas essas acusações têm a ver com uma lei chamada "Foregin Corrupt Practices Act", e no meio disto tudo existem mais de cem contas espalhadas em bancos americanos (108, para ser mais preciso), num total de cem milhões de dólares, e o juiz encarregue do caso afirma que poderá ter havido um desvio superior a mil milhões de dólares entre 2009 e 2014.
Isto vem na sequência de outro artigo publicado pelo mesmo jornal a 21 de outubro, onde se acusa os governos chavistas (primeiro, Hugo Chavez, agora Nicolas Maduro) de terem ido buscar milhares de milhões de dólares para pagar subornos e outros esquemas fraudulentos para ganhar a confiança e "respeitabilidade internacional", aproveitando a alta do preço do petróleo, que aconteceu até meados de 2014. E no inicio deste ano, os procuradores de quatro estados americanos reuniram-se com responsáveis do Departamento do Interior, do FBI e da DEA (Drug Enforcement Agency) para partilhar informações sobre esquemas corruptos vindos do interior da petrolifera venezuelana. E em muitos aspectos, a "pessoa de interesse" é um ex-diretor, e atual embaixador nas Nações Unidas, Rafael Ramirez.
As investigações continuam, mas neste momento existe uma outra, efetuada pela DEA, em que vê o envolvimento de membros do governo e de familiares do presidente Maduro e do seu numero 2, Diosdado Cabello, em esquemas de tráfico de cocaina pelo seu pais, rumo aos Estados Unidos. Quem conhece mais ou menos esta história, sabe que há um ano, um antigo oficial, Leamsy Salazar, desertou para os Estados Unidos com informações sobre esse esquema, e que em novembro, dois sobrinhos de Maduro foram presos em Port-au-Prince, no Haiti, com 800 quilos de cocaína na sua bagagem. E aparentemente, a qualquer momento, o chefe da policia de fronteira local poderá ter no seu encalço um mandato de captura internacional emitido pelos americanos.
Claro que poderemos dizer o que as autoridades americanas podem fazer com pessoas de outros países, mas depois lembramos o que eles estão a fazer em relação aos membros da FIFA envolvidos em esquemas de corrupção. É simples: se fizeram algo em solo americano, pode ser investigado. Qualquer conta, qualquer coisa que tenham nos Estados Unidos, está sujeito à jurisdição local e pode ser investigado. No caso da FIFA, têm a ver com os esquemas fraudulentos que foram negociados em Nova Iorque, ao longo da década de 90 e no inicio deste século. E se estão a fazer isto em relação ao organismo que rege o futebol, porque não noutros países? Pode demorar o seu tempo, mas vai acontecer.
Mas "voltando à vaca fria", isto é, ao patrocínio da PDVSA ao automobilismo, a matéria da WSJ fala que a empresa poderá injetar mais 50 milhões de dólares só em 2016, ele que já vai na sua terceira temporada seguida. Ou seja, até agora, eles injetaram 150 milhões de dólares, e isso para eles é superfaturado, dando como exemplo aquilo que Fernando Alonso contribui para a McLaren através do Grupo Santander, que foi até agora de 80 milhões de dólares. E para piorar as coisas, como é sabido, a economia venezuelana não está de boa saúde. Bem pelo contrário: está a caminho do colapso, com inflação de 165 por cento, e o PIB de 2015 a sofrer uma contração de dez por cento. E para piorar as coisas, a vitória da oposição nas eleições legislativas do passado dia 6 poderão piorar as coisas para o governo chavista, que já prometeu que irá guerrear-se com eles, e isso colocou toda a gente em alerta, porque não se sabe o que eles poderão fazer.
Contudo, no final, poderemos dizer que enquanto esta gente estiver por ali, nada será feito. O governo e a PDVSA acham importante colocar Maldonado na Formula 1 como o exemplo do dinheiro do petróleo, numa altura em que a cotação está a um terço daquilo que valia há ano e meio, e sem sinais de que mudança. E já sabem o que vai acontecer quando as coisas mudarem. A bem ou a mal.
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