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Agora que este ano, a decisão do título mundial vai ser feita a três, decidi recuar um pouco no tempo até a um ano onde a disputa pelo título mundial foi decidida a três. Como há algum tempo já disequei o
Grande Prémio da Australia de 1986, vou recuar ainda mais 12 anos no tempo, até 1974, altura em que o brasileiro
Emerson Fittipaldi alcançou o seu segundo título mundial.
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Antes da Formula 1 chegar à sua corrida final, nos Estados Unidos,
Emerson Fittipaldi e
Clay Reggazoni estavam empatados na liderança da tabela classificativa, com 52 pontos cada um. A sete pontos atrás deles estava o
Tyrrell do sul-africano
Jody Scheckter, com chances reais de vitória. Mesmo que ambos não pontuassem, quem levaria a melhor seria o brasileiro, que tinha ganho três corridas, contra apenas uma do piloto suiço. O sul-africano só alcançaria o título caso ambos desistissem e ele ganhasse a corrida, pois mesmo que fosse segundo, o brasileiro seria o vencedor, por apenas um ponto.
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Vistas as coisas nesse prisma, os três pilotos chegaram ao circuito de Watkins Glen tentando o melhor para se superarem. Mas quem levou a melhor nos treinos foi o Brabham do argentino
Carlos Reutmann. Ao seu lado na grelha partia o Hesketh do britânico
James Hunt, enquanto que na segunda fila ficava o Parnelli de
Mario Andretti e o segundo Brabham do brasileiro
José Carlos Pace. Emerson era oitavo na grelha, à frente de Regazzoni, mas Jody Scheckter estava à frente deles, em sexto. No fundo da grelha, na 23ª posição, estava o Surtees de
Helmut Koinigg, à frente do Lola de
Graham Hill.
Domingo, 6 de Outubro de 1974. Na partida, Reutmann parte na frente, tendo atrás de si Hunt, Pace,
Niki Lauda, Scheckter, Fittipaldi e Regazzoni. Niki Lauda, que estava fora do combate pelo título mundial, tinha uma missão: aguentar o pelotão atrás de si, para que o seu companheiro pudesse ter uma oportunidade de passá-los. Mas Clay debatia-se com um problema: um braço da suspensão defeituoso fazia com que ele debatesse com uma direcção pesada e tinha dificuldades em conduzir. Ao fim de pouco tempo, via-se que Regazzoni estava fora de combate. A sua melhor oportunidade de ganhar um título mundial tinha passado.
Com o piloto suiço de fora, restavam Fittipaldi e Scheckter, com o sul-africano na frente. Contudo, o piloto da Tyrrell só teria hipóteses se ele chegasse à frente e Fittipaldi não. Mas na volta 10 tudo isso ficava secundarizado: o Surtees de Helmut Koinigg despista-se na curva Toe e acaba por baixo dos rails de protecção, decepando o infeliz piloto austríaco. Tinha apenas 25 anos.
Indiferente à tragédia, a corrida continua. Scheckter estava na frente de Fittipaldi, mas o brasileiro tinha optado por uma tática conservadora, buscando apenas os pontos suficientes para alcançar o título. Entretanto, os Ferrari estavam aflitos: não era só Regazzoni que estava com problemas. Lauda tinha também problemas de suspensão. Na volta 38, encosta à box de vez, onde para piorar as coisas, é informado do acidente fatal do seu compatriota.
Entretanto, na frente, Reutmann lidera, imperial, seguido de Hunt, que estava a ser assediado pelo outro Brabham de Pace. Com os travões a falhar, o piloto britânico decide ceder a sua posição a favor do brasileiro. Os Brabham iam a caminho de uma dobradinha. Quanto à luta pelo título... tudo é decidido na volta 44, quando um dos tubos de combustível do Tyrrell de Scheckter perde pressão e o sul-africano encosta à berma. Assim sendo, o brasileiro Fittipaldi só tem que levar o carro até ao fim nos pontos para poder comemorar o bi-campeonato para ele e para o Brasil.
E assim foi: no final das 59 voltas, os Brabham de Reutmann e Pace faziam uma dobradinha bem merecida, enquanto que Fittipaldi, com o seu quarto lugar, obtinha os pontos necessários para ser Campeão do Mundo. A McLaren conseguia o seu primeiro título mundial de pilotos e de construtores, e a Ford Cosworth comemorava aqui a sua centésima vitória em Grandes Prémios.
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Mas este Grande Prémio foi marcante por mais alguns motivos: será o último Grande Prémio da carreira para dois grandes pilotos de Formula 1:
Dennis Hulme e
Jean-Pierre Beltoise. o neo-zelandês desistiu na volta 4, com um motor partido, Beltoise nem sequer qualificou o seu
BRM.
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