No dia em que se fez história na Formula 1, por todos os motivos e mais alguns, é altura de ser ver o que se escreveu nesta tarde acerca do regresso da Renault e de Fernando Alonso às vitórias, numa corrida onde a Ferrari, aparentemente, deitou fora as suas chances de revalidar o seu título mundial de pilotos, numa "manobra a Albers" causada pelos mecânicos da Ferrari ao carro de Felipe Massa... eis o que foi escrito na Blogosfera.
"Os milagres não existem! A corrida está acabada". Essas eram as declarações de ontem do vencedor do 1º GP de Cingapura.
Fernando Alonso venceu, pela vigésima vez na sua carreira, o GP de Cingapura depois de largar desde a 15º posição. Ao não ter muito o que perder, Alonso iria a 3 pit stops, o que o fez parar na volta 12, muito antes que qualquer outro piloto. Aproveitou também para mudar de estratégia. Enquanto isso, Massa liderava com Hamilton e Raikkonen a continuação. Porém, um golpe, literalmente, de sorte fez com que um safety-car saísse a pista: Nelsinho Piquet bateu forte, deixando o carro no meio da pista.
(...) Porém, nada se compara ao desastre da equipe Ferrari: Massa entra para fazer seu pit-stop e mais uma vez o sinal, que na Ferrari substitui o "pirulito", errou, dando luz verde para o piloto brasileiro sair. Felipe arrancou o carro e a mangueira de combustível que ainda estava no carro. Parou, esperou que os mecânicos corressem para retirar a mangueira, mas já era tarde demais. Quem se beneficiou com isso foi Lewis Hamilton, já que Raikkonen teve que esperar o reabastecimento de Massa e depois, a que a equipe trouxesse outra máquina para reabastecer. (...)
Nessa confusão toda, apesar da sorte com o safety-car, Fernando marcava tempos de líder e abria cada vez mais vantagem para o segundo colocado, Nico Rosberg. Nem mesmo um segundo safety, o que uniu novamente aos pilotos em pista, foi capaz de apresentar algum problema para Alonso, mostrando que realmente a Renault estava bem para este GP e que Fernando tinha sede de vitória. (...)
(...) Final de corrida, Alonso novamente no topo, Rosberg em segundo e Lewis Hamilton, fechando o pódio e abrindo 7 pontos de vantagem para Felipe Massa na briga pelo Mundial.
Priscilla Bar, Blog Guard Rail
(...) No momento em que os boxes se abriram, a Ferrari voltou a fazer lambança jogando pela janela uma vitória quase certa. A luz verde liberou Felipe mas a mangueira de combustível ainda estava acoplada. Como resultado, saiu arrastando bomba, mecânico e o que tinha direito. Para completar a aula de pit stop, Massa dividiu a passagem dos boxes com Adrian Sutil e teve de pagar "drive through". (...)
(...) O osso duro de roer Jarno Trulli dificultou a vida de diversos pilotos durante a prova, e abandonou por um problema incomum: desgaste da peça que fica entre o banco e o volante. O italiano não suportou as exigências físicas na longa etapa de Cingapura, e, quando chegou aos boxes, levou um banho para aliviar a exaustão. (...)
O campeonato sofre mudanças. Agora Lewis possui 7 pontos de vantagem sobre Massa. Kubica permanece com 4 de sobra para Kimi, que tem 1 a mais que Heidfeld.
São 30 pontos em jogo, portanto a temporada ainda não terminou, porém Hamilton já dispara como favorito. Caso Massa vença as três últimas provas, o inglês confirma o título por um ponto chegando em segundo em todas elas. Esse recado vale para o Raikkonen.
Amanhã será mais um dia de reunião tensa em Maranello. Eles poderiam ter deixado Cingapura na liderança do mundial, mas se a Ferrari está mesmo determinada a perder o campeonato, deve estar preparada também para presenciar o presidente cuspindo fogo. Segunda é dia...
Felipe Maciel, Blog F-1
Os boletins da rádio e da tv, os sites especializados, os jornais de amanhã e até alguns blogs agora se debruçam sobre os oquês e os porquês da corrida – e que corrida! Muito pouco, me resta a dizer, portanto, do óbvio. Do apagar das luzes, das gritantes minúcias do treino de classificação, do Safety Car e do resultado final, por tudo o que aconteceu e as câmeras filmaram, ficou retido do GP cingalês este curioso senso parcial de justiça, ainda que por vias tortas, que premiou Fernando Alonso com a vitória.
O espanhol da Renault foi destaque, desde o primeiro pôr-do-sol, junto com Hamilton e Massa, e o primeiro desenganado, no sábado, por um problema mecânico muito mal explicado.
O espetáculo, então, virou monopólio dos dois postulantes ao título. O brasileiro parecia caminhar para uma vitória épica e soberana quando Piquet batizou o concreto. Massa entrou nos boxes, foi vítima da trupe de comediantes ‘pastelão’ vestidos de vermelho, e fez papel de 'bundão' daí pra frente.Hamilton passou incólume pelo imprevisto, mas a fortuna entregou a prova ao espanhol, que manteve a soberania – mesmo depois de outros imprevistos - e recebeu a quadriculada. Resultado justo? De certa forma... (...)
Daniel Medici, Cadernos do Automobilismo
"Quando era criança, o final das tardes de domingo eram sagradas para assistir os Trapalhões na Rede Globo. Em 2008, os Trapalhões ainda passa na Globo, só que em horários diferentes, personagens diferentes e, vejam só, nacionalidades diferentes! Ao invés do Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, temos Domenicalli e Smedley. E o Sargento Pincel agora se chama Felipe Massa, pois assim como militar careca, normalmente é ele quem sai perdendo nas trapalhadas dos protagonistas. Em Cingapura, Pincel... ops... Massa foi vítima, mais uma vez, das trapalhadas dos boxes da Ferrari e colocou em risco um campeonato que aos poucos se encaminhava para as mãos do brasileiro. Quem não tem nada a ver com isso era o espanhol Fernando Alonso, que venceu pela primeira vez no ano e se não dominou como Vettel em Monza, também mereceu vencer, pois foi o mais rápido em dois dos três treinos livres e tinha carro para brigar lá na frente, mas assim como teve azar ontem, teve muito sorte hoje.
A corrida em Marina Bay foi animada e teve, sim, algumas ultrapassagens. Além da corrida debaixo dos potentes refletores, outro fato que chamou a atenção foi o desgaste provocado pela pista, ondulada e suja. No final da prova, os pilotos pareciam extenuados, com destaque para Trulli e Rosberg. Quando o piloto da Toyota chegou aos boxes para abandonar, deu até a sensação de que Trulli tinha saído da corrida por conta do cansaço, enquanto Rosberg suava em bicas na entrevista coletiva. Raikkonen também tinha o macação empapado de suor, enquanto lamentava mais um abandono. Ao contrário de Valência, Cingapura trouxe um verdadeiro circuito de rua, que provoca erros, cansa os pilotos, quebra os carros e traz um tipo de emoção que só as corridas urbanas podem trazer. (...)
(...) Pela segunda corrida consecutiva, um vencedor inesperado está comemorando nesse exato momento. Mesmo longe da briga pelo título, Alonso é digno vencedor da primeira corrida noturna da história e do Grande Prêmio de número 800. Hamilton e Massa disputam um título marcado pelos erros ferraristas, mas nunca devemos nos esquecer de 2007. Hamilton era líder disparado, enquanto um ferrarista estava a léguas de distância. O resto da história já conhecemos, só resta saber se ela se repetirá."
João Carlos Viana, jcspeedway
"Como já disse várias vezes por ai, italiano é um sujeito bacana, mas estabanado. Quem já se sentou à mesa de uma família italiana sabe. Eles falam alto, derrubam vinho e molho de macarrão na toalha de mesa, sujam tudo. Falam alto pra caramba e ninguém se entende. Os pits da equipe do cavalo empinado depois que os patrícios de Dante assumiram o controle esportivo têm sido exatamente assim.
Desta vez foi uma mangueira presa na boca do tanque do carro numero dois, somado a um equipamento eletrônico de funcionabilidade duvidosa e um mecânico de dedo leve e lá vai Massa para ter um dia de Albers.
Parado na saída dos boxes, graças à maravilhosa iluminação do circuito pudemos ver um Felipe Massa com a viseira do capacete aberta e um ar apalermado de quem sabia que tinham lhe ferrado a corrida e que não havia mais nada que ele pudesse fazer. Outro momento ridículo foi a corridinha dos mecânicos para tentar tirar a mangueira presa ao carro. Devem ter parado para dar uma respiradinha, ou voltaram para ver se o mecânico que tomou a chicotada ainda estava deitado no chão, provavelmente rindo da própria besteira de tentar segurar o carro pela mangueira. Fim de prova para Massa, que mesmo tendo voltado a corrida só conseguiu mesmo mais uma emoção: Escapar por um triz de uma pancada de uma Force Índia após ter errado uma freada. (...)
Um segundo lugar maravilhoso para Nico Rosberg com o carro mais bonito do grid, até de noite e que fez uma corrida muito boa. Um terceiro lugar providencial do inglês da McLaren.Ah sim! E Alonso ganhou, que coisa não?A corrida até nem foi chata como se esperava, mas seu vencedor...Alonso bateu no peito ao fim da prova como se fosse ele e não o acaso o grande responsável pela façanha... Tadinho! Foi mais engraçado e interessante ver o Rubinho jogando a bala-clava dentro da baía de Cingapura do que ele levantando o troféu."
Ron Groo, Blog do Groo
Ao ver o sinal verde, Felipe Massa acelerou e arrancou a mangueira de combustível. Parou no final do Pit Lane, aguardando o socorro de sua equipe. Foram intermináveis 86 segundos (1 minuto e 26 segundos).
ResponderEliminarO olhar de Felipe diz tudo:
http://youtube.com/watch?v=1-JuiJOOEI0
#86
E quem diria! Não fui o único a chamar a equipe de pit stop da Ferrari de comediantes...
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