sábado, 16 de fevereiro de 2008

Para combater a chatice, um momento de Humor...

Pois é: a Formula 1 nunca mais começa, Ralies e quejandos estão em pausa, a CART e a IRL estão a combinar qual das duas entra primeiro em falência, e falar aqui de NASCAR, só se me pagarem (embora este seja o fim de semana de Daytona 500).

Pois bem, vou recorrer ao humor. E ao Blog do Nuvolari, que colocou hoje uma bela piada sobre o novo chapéu do Rubens Barrichello. Será que está a pedir um milagre para a sua Honda, este ano? A seguir, os próximos capítulos...

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Falemos de musica: 30 Second to Mars em Portugal

A banda de Jared Leto, os 30 Seconds to Mars, vêm cá a Portugal para dar um concerto no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, cujos bilhetes estão esgotadíssimos há várias semanas, tal é a popularidade que eles têm por cá, apesar do álbum ter sido lançado há três anos...

Mas hoje não vou falar tanto da banda (reduzida a um trio depois da saída de Tim Kelleher), falo do seu mais recente videoclip. Depois de terem sido a primeira banda americana a filmar um videoclip na República Popular da China (From Yesterday), desta vez para o videoclip de "A Beautiful Lie", os membros da banda foram à Gronelândia, para fazer o videoclip. Objectivo? A mais recente moda em Hollywood: as alterações climáticas.


O video é interessante, especialmente no inicio, quando temos um Inuit (os habitantes locais) a explicar que no passado tinham caça abundante e gelo a perder de vista, e agora, já pouco ou nada há, mostrando a velocidade a que os gelos andam a derreter em poucos anos... em suma, um alerta para que no futuro, os nossos filhos e netos não paguem pelos erros dos nossos pais e avós.
E este gajo anda (alegadamente) a namorar com a Paris Hilton. Mais um no seu rol de conquistas...

Continental Circus, 1º aniversário (XV): O texto de Rodrogo Mattar

O texto de hoje foi escrito pelo autor do blog Saco Vazio de Gatos, outro excelente blog, de visita recomendadíssima, pois fala não só de automobilismo, como também de outros assuntos, como musica, politica, religião, sexo...

O Mestre Mattar (como alguns chamam), tem algumas boas fixações, como as provas de Endurance, os discos dos Beatles, os corsos de Carnaval dos finais do século XX, ou então do grupo musical brasileiro "Os Mutantes", verdadeiros ícones nos anos 60 do século passado. Um gosto muito eclético, pois...


Eis o texto que ele escreveu, para homenagear este blog:


"Eu confesso que não lembro quando o nobre blogueiro d'além-mar veio visitar o meu espaço pela primeira vez. Possivelmente a citação a algum piloto lusitano (Pedro Lamy ou Nicha Cabral, creio) tenha lhe 'dado às vistas'. Que bom. Porque a partir daí, demos a largada para uma colaboração cada vez maior - algo que seria muito pouco improvável há cerca de uns 10 anos. Afinal de contas, nem mesmo eu tinha computador nessa época e jamais sonhava em ter acesso à internet. Quanto mais ter um blog.


Vivemos em constante evolução e mesmo que por contatos virtuais, a amizade se acentua. Afinal, não só eu como o Paulo e todos os outros blogueiros que o visitam têm em comum a mesma paixão pela velocidade. Costumo dizer que não temos sangue, temos gasolina nas veias. E apesar de alguma ou outra barreira provocada pela pequena diferença de idiomas - sim... há quem não acredite, mas o português daqui é bem distinto daquele que é escrito e falado pelos nossos patrícios - conseguimos nos entender muito bem porque os interesses são mútuos.


Parabéns ao amigo pelo crescimento do blog e que você continue nos abastecendo com preciosas informações da 'terrinha'."


Brigado por tudo, meu caro. Volte sempre!

Noticias: Portugueses definem as suas carreiras

Depois de Alvaro Parente ter confirmada a sua presença na equipa Super Nova, na GP2, foi a vez de mais dois pilotos confirmarem o que vão fazer nesta temporada. Pedro Lamy renovou contrato com a Peugeot Sport, o que lhe dá uma vaga com os 908HDi na Le Mans Series e nas 24 Horas de Le Mans, onde é um candidato aos lugares da frente, a par com os Audi R10. Quanto a Filipe Albuquerque, depois de quebrar os laços com a Red Bull, vai correr na A1GP a bordo da equipa portuguesa, não só para o resto da temporada, como também para a época 2008/09.

«Vai ser um pouco complicado entrar a meio do campeonato, ainda mais quando tem sido tão competitivo, mas eu costumo adaptar-me depressa a carros diferentes», disse o piloto de Coimbra ao jornal português Autosport. Albuquerque ainda não tem mais planos para além do A1GP, mas a hipótese de regresso à World Series by Renault não pode ser descartada, já que uma das equipas de topo, a Epsilon Euskadi, ainda tem um lugar em aberto.

Já quanto a Pedro Lamy, irá defender o seu título na Le Mans Series ao lado do seu amigo Stephane Sarrazin, e em Junho, quando for a prova mais longa, terá um terceiro piloto, que será provavelmente o francês Franck Montagny.

É um dia bastante gratificante. Depois de ter vencido o campeonato e do desempenho nas 24 Horas, contava voltar a fazer parte desta grande estrutura e isso agora confirmou-se, o que me deixa bastante satisfeito”, comentou Lamy após a apresentação da equipa Peugeot, em Paris, acrescentando: “A equipa está reforçada com mais pilotos de enorme categoria e vamos ter mais um carro a ajudar-nos nos nossos objectivos.”, concluiu, em declarações captadas pelo Autosport português.

O piloto do dia - Graham Hill (3ª e ultima parte)

(continuação do dia anterior)


Sem dúvida, assistíamos ao declínio de Graham Hill. Mas a sua vontade de correr era maior, e o seu prestígio era grande, que a Brabham o contratou para 1971 para a sua equipa principal. Nesse ano, só conseguiu dois pontos na Áustria, numa altura em que a equipa passava por uma fase de transição, após a retirada de Jack Brabham, no ano anterior. Contudo, o Hill do passado por vezes vinha ao de cima. Na Corrida dos Campeões, em Brands Hatch, mostrou que sabia pilotar e ganhou, frente a muitos dos “jovens lobos”.


As coisas melhoraram um pouco em 1972, onde conseguiu quatro pontos, mas no final da temporada, Bernie Eccelstone, o novo proprietário da equipa, queria pilotos mais jovens e aguerridos, e dispensou Hill. Isto num ano em que a Matra o tinha contratado para correr as 24 Horas de Le Mans, onde em conjunto com o francês Henri Pescarolo, ganhou a mítica prova de resistência.


Sendo assim, Hill achou que era tempo de construir a sua própria estrutura. Graças ao apoio dos cigarros Embassy, Hill compra um chassis Shadow e vai correr a temporada de 1973. Uma temporada sem resultados. No ano seguinte, tenta um Lola, que se tornou um bom carro, onde consegue pontuar pela última vez na sua carreira, ao terminar em sexto o GP da Suécia.


No final de 1974, decide que o melhor é construir o seu próprio chassis. Contrata Andy Smallwood, da Lola, para construir o GH1, uma evolução do carro do ano anterior, e busca um segundo piloto, o alemão Rolf Stommelen. Contudo, ele tem um acidente grave em Barcelona, e é substituído por um jovem talento britânico: Tony Brise. No Mónaco, com o novo chassis, Graham Hill tenta a qualificação na corrida onde foi mais feliz. Contudo, na última volta, ele bate e não consegue um lugar nos 18 qualificados. Visto isto, os 55 mil espectadores aplaudem-no ruidosamente, durante o percurso que ele faz a pé até às boxes, num sinal de tributo e profundo respeito a aquele homem. Após isso, toma a decisão de se retirar da competição. Terminava assim uma era.


A sua carreira na Formula 1: 176 Grandes Prémios, em 18 temporadas (1958-75), 14 vitórias, 36 pódios, 13 pole-positions e 10 voltas mais rápidas, 270 pontos contabilizados, em 289 conquistados. Bi-Campeão Mundial de Formula 1 em 1962 e 1968, vencedor das 500 Milhas de Indianápolis em 1966, vencedor, com Henri Pescarolo, das 24 Horas de Le Mans em 1972.


No final de 1975, depois de Graham Hill ter tido uma boa temporada com a sua equipa, onde Tony Brise e o australiano Alan Jones conseguiram três pontos, decidiram projectar o GH2, planeado para 1976, que estava a ser testado no Circuito de Paul Ricard, naquele Sábado, 29 de Novembro de 1975. Após os testes, Hill e a equipa, constituída pelo projectista Andy Smallwood, pelo director de equipa Ray Nimble, pelo piloto Tony Brise, e mais três mecânicos, voltaram para Londres no Piper Aztec de Hill para mais um jantar de angariação de patrocínios. Quando chegaram à zona de Londres, um imenso nevoeiro os recebia. Sem saberem, estavam a sobrevoar a uma muito baixa altitude e embateram numa árvore no campo de golfe de Elstree. Todos morreram. Aos 46 anos, depois de quase 20 a escapar de boa às armadilhas das corridas, e no qual muitos dos seus amigos morreram, tudo acabou num acidente aéreo.


Fontes:

Bandeira da Vitória – Ed. Autosport, Lisboa, 1996
Grand Prix – Ed. Público, Lisboa, 2003

http://en.wikipedia.org/wiki/Graham_Hill
http://www.ddavid.com/formula1/hill_bio.htm
http://www.grandprix.com/gpe/drv-hilgra.html
http://www.formula1.com/teams_and_drivers/hall_of_fame/126/
http://continental-circus.blogspot.com/2007/11/matria-do-dia-ltima-tentativa-de-graham.html

Ronnie Peterson, o Super Sueco

Se estivesse vivo, Ronnie Peterson teria feito ontem 64 anos. Provavelmente estaria a gozar a reforma com Barbo Alexandersson, a sua mulher, e teria uma escola de pilotagem, ensinando os seus conhecimentos a mais uma geração de pilotos, e se calhar a mostrar algum do seu talento guiando um Lotus 79 no Goodwood Festival of Speed... não sei, não escrevo ficção cientifica alternativo, deixo isso para o meu amigo Ron Groo.


Já agora, como é obvio, não tenho memórias vividas dele, pois tinha dois anos e pouco quando ele morreu, naquele fatídico 11 de Setembro... Biografias, só nessa altura, quando comemorarmos os 30 anos da sua morte. Aí colocarei o meu acervo fotográfico e videográfico. Já encontrei muita coisa que, contado, ninguém acredita.


Dois exemplos, só para adoçar a vossa curiosidade: este video de tributo de Peterson, com a musica "Faster", composta pelo ex-Beatle George Harrison (1943-2001), fã de Formula 1 e grande amigo de Peterson. A segunda coisa é este post que o Ico (Luiz Fernando Ramos) colocou no passado dia 11 de Setembro. Acredite se quiser...

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Continental Circus, 1º Aniversário (XIV): O texto do 16 Valvulas

Hoje, volto a comemorar o aniversário do blog com um texto vindo de Portugal, de uma pessoa que fez este blog como apêndice de um programa de rádio, mas que se ameaça autonomizar-se. O Blog é o 16 Valvulas, e o seu autor, João B., mais conhecido por sakki, (à direita - ou será à esquerda? - do Bruno Saby) teve a amabilidade de responder ao meu convite e escrever este belo texto, que podem ler a seguir:


"Quando recebi o convite para escrever um texto sobre o Continental-circus nem sabia bem o que fazer, fui adiando até que um dia tive de dizer "É hoje!". Quando eu comecei o 16 Válvulas tinha mais o propósito de ser um suporte do programa de rádio, mas com o tempo fui lendo outros blogs, e um deles chamou-me a atenção, primeiro por ser em Português de Portugal e poucos andavam por ai assim, e depois pela forma "desprendida" com que se escrevia por lá, noticiando sem ser 100% jornalístico, com histórias bem investigadas e sempre acompanhadas de bonitas fotografias. Decidi que seria esse o rumo a seguir, eu não tinha paciência para continuar a escrever o que todos já sabiam, noticias que todos já tinham lido e para essa mudança, que foi acompanhada da mudança para o Wordpress, muito contribuiu o Continental-circus.


Não conheço o Paulo pessoalmente, mas o blog dele fez-me muitas vezes companhia em noites longas e em dias em que sem nada para fazer viajava por blogs que leio atenciosamente todos os dias. Senti a falta do blog quando o Paulo teve uns dias doentes, descobri um pouco mais do meu pais com post's como o Regicidio e vi que não era o único a gostar de monstros sagrados da era Grand Prix, dos loucos anos em que nos charutos alguém colocava a vitória à frente da vida.

Eu, sem ter a nobreza e facilidade da escrita do Paulo quero dar um simples "Parabéns" ao Continental Circus, e um "Continua" ao Paulo, vemo-nos por ai."


Obrigado por tudo, João!

Noticias: FIA decide combater o racismo

Depois do episódio em Barcelona, a FIA decide reagir pela porta grande: uma campanha anti-racismo, com a colaboração de pilotos, construtores e organizadores, no sentido de erradicar esse mal que é a descriminação de pessoas só por causa da cor da pele.

O inicio dessa nobre campanha, contudo, tem um local propositadamente marcado: o circuito de Barcelona, sede do GP de Espanha. E a coisa parece que tem de ser levada a sério, pois caso haja outro incidente destes em terras de Castela, a FIA bem pode tirar as duas provas do seu calendário...


«A FIA ficou muito incomodada com as cenas de racismo que tinham como alvo o piloto Lewis Hamilton. Tal comportamento vai contra os princípios fundamentais de igualdade previstos pelos estatutos da FIA. A Fórmula 1 é um desporto global e multicultural e nunca assistiu a cenas semelhantes – e não as vai aceitar no futuro» referiu um porta-voz da FIA, em declarações ao autosport.com


Um bom exemplo dessa atitude aconteceu ontem, durante os testes em Jerez. A policia local revistou à entrada do circuito os adeptos que foram assistir aos treinos, para ver se não tinham cartazes ofensivos para Hamilton. Que recebeu apoio dos habitantes de Gibraltar, situado a pouco mais de 100 km do local do circuito.

Extra - Campeonato: O Dia dos Namorados

Se você está a ler isto noutro planeta, ou vive completamente isolado no mundo, então não sabe que hoje é o Dia dos Namorados. Mais concretamente, é o dia do seu parono, São Valentim, um bispo do século III a quem lhe cortaram a cabeça neste dia, por se ter oposto a um Imperador romano, que, em tempo de guerra, tinha colocado uma lei a proibir os casamentos.

A história pode ser muito gira, mas hoje em dia, como em todas as ocasiões festivas da actualidade, o que se vê por aí é "marketing": os restaurantes fazem descontos para casais apaixonados, as lojas colocam todo o tipo de bugigangas para que ele (ou ela) compre e ofereça à sua cara-metade. E não se esqueçam dos hoteis... em suma, o espírito da coisa já foi desvirtuado.

A minha crítica para com este dia não é tando por "dor de cotovelo" por não ter namorada, é mais pelo mercantilismo da coisa, e dos anuncios que nos bombardeiam, hora sim, hora não, as nossas cabeças. Eu sou daqueles mais "old fashion", onde o Dia dos Namorados é quanto um homem (ou mulher) quiser, onde a espontaneidade é regra e não excepção. Se oferecer um jantar romântico no dia 14... bah! É como oferecer presentes na véspera de Natal. Agora, se oferecerem um jantar romântico, uma "lingerie" preta ou um fim de semana num hotel, com tudo pago, e não se comemorar nenhum dia em especial, isso sim, é romantismo (e umas boas quecas...)

Reparem: se não tiver dinheiro, ou estiver em viagem, sem poder estar com a namorada/mulher/amante, como comemoraria esse dia? Só mandando um SMS ou telefonar para ela e dizer o quanto gosto dela. Os gestos são tudo, e não o tamanho do cheque...

Já fui mais hostil em relação a este dia, mas chegada a uma idade mais madura, e com algumas experiências de vida, pode-se dizer isto: o amor é lindo, e este é um belo dia. Mas dispensava a publicidade... E aos que são bafejados no amor, Feliz Dia de São Valentim! E que mandem umas boas quecas/transas/pranchadas/pinadas...

O piloto do dia - Graham Hill (2ª parte)

(continuação do dia anterior)


Em 1963, Graham Hill consegue a sua primeira vitória nas ruas do Mónaco, depois de uma luta fratricida com Jim Clark. Mas essa vitória, conseguida na prova de abertura do campeonato, não iria ter consequências para o resto do campeonato: o Lotus 25 de Clark era um carro imbatível, e conquistou o campeonato nesse ano. Hill só ganhou mais uma prova, em Watkins Glen, e terminou o ano com 29 pontos e o título de vice-campeão mundial.


Em 1964, o Mundial começava no Mónaco. Jim Clark partia da pole-position, mas um problema de motor perto do final fez com que ganhasse a mítica corrida pela segunda vez. Contudo, apesar de ter lutado pelo título até à última corrida, no México, e de ter ganho na prova anterior, em Watkins Glen, John Surtees e a Ferrari levaram a melhor. Assim sendo, Hill foi vice-campeão com 39 pontos contabilizados (em 41 conquistados)


Em 1965, Jim Clark e a Lotus arrasam o campeonato, e agora, Graham Hill tem a companhia de um jovem novato de seu nome Jackie Stewart. Vence de novo no Mónaco e em Watkins Glen, mas isso é insuficiente para as seis vitórias alcançadas por Clark nesse ano. E pelo terceiro ano consecutivo, Hill é vice-campeão, com 40 pontos contabilizados em 47 conquistados.


O ano de 1966 vai ser mais penoso na Formula 1 para Hill. Primeiro, por causa da alteração na cilindrada dos motores (era o primeiro ano dos motores de 3 Litros), e a BRM não era capaz de ter um bom motor, pois o H16 revelou-se um fracasso. Sem vitórias, o melhor que conseguiu foi um segundo lugar em Zandvoort. No final da temporada, Hill foi quinto com 17 pontos.


Mas também foi nesse ano que Graham Hill conseguiu um dos seus grandes feitos, ao ganhar as 500 Milhas de Indianápolis, perante os americanos… e a Lotus de Jim Clark! Nesse ano, a Lola elabora um chassis, onde alberga o motor Ford, e convida Graham Hill e Jackie Stewart a correrem na prova rainha do automobilismo americano. Nos treinos, Hill conseguiu o 15º tempo, mas na corrida aproveitou bem as várias carambolas e herdou o comando a 10 voltas do fim, quando o seu companheiro Jackie Stewart desistiu com problemas de motor. Hill tornou-se no segundo “rookie” a ganhar as 500 Milhas de Indianápolis, depois de Frank Lockhart o ter conseguido em 1927, Depois dele, só o colombiano Juan Pablo Montoya repetiu o feito, em 2000.


No final do ano, frustrado com o novo motor H16, Hill sai da BRM, e junta-se a Colin Chapman e a Jim Clark na Lotus para a temporada de 1967. Era a dupla de sonho, e Chapman desenhou um carro à essa medida: o Lotus 49. O carro estreou-se em Zandvoort, com motores Cosworth, e foi um sucesso. Mas nesse ano, Hill não iria alcançar qualquer vitória, e o máximo que conseguiu foram dois segundos lugares, no Mónaco e em Watkins Glen. No classificação final, Hill ficou com 15 pontos e o sétimo lugar da geral. Quanto às 500 Milhas de Indianápolis, já com a Lotus, Hill não passou da volta 23, quando um pistão do seu motor quebrou.


Tudo indicava que o ano de 1968 seria o ano da consagração para a Lotus 49, para os motores Cosworth e para Jim Clark. As coisas na Africa do Sul indicavam nesse sentido, mas a 7 de Abril desse ano, Clark e Hill estavam em Hockenheim para uma prova de Formula 2. Na volta 5, um furo lento causou o despiste mortal de Jim Clark, e um destroçado Hill teve que recolher os destroços do carro no final da corrida. Chapman, destroçado, ainda pensou em abandonar a competição, mas foi Graham Hill que juntou os cacos e quis aproveitar o carro que tinha. Ganhou em Jarama e no Mónaco. Foi segundo em Nurbrugring, atrás de um imparável Jackie Stewart, e ganhou a prova final na Cidade do México, tornando-se assim bi-campeão do Mundo, batendo Jackie Stewart e o neozelandês Dennis Hulme. Finalmente, o Lotus 49 era um chassis vencedor, e Graham Hill demonstrou-o.


Entretanto, Graham Hill e a Lotus voltaram a Indianápolis com um novo tipo de carro: o carro turbina. O Lotus 56, desenhado para Indianápolis, era uma resposta ao Parnelli a turbina que tinha aparecido um ano antes, e que quase tinha ganho a corrida. Para além de Hill, Colin Chapman levou Mike Spence para correr na equipa, em substituição de Jim Clark. A 7 de Maio desse ano, após uma sessão de treinos, Spence perdeu o controlo do carro, bateu no muro e um dos pneus atingiu-o fatalmente. Desolado, Chapman voltou para a Europa, e Hill andou a comandar as operações, com os americanos Joe Leonard e Art Pollard (1927-1973). Na corrida, Hill andou nos lugares da frente até à volta 112, altura em que bateu na Curva 2, sem consequências de maior.


No ano seguinte, Colin Chapman contrata o jovem austríaco Jochen Rindt, ex-Brabham. O Lotus 49 tinha a sua evolução B, e os aerofólios eram reis. A liberdade total tinha os seus perigos, e a prová-lo foram os acidentes que tiveram ambos os carros em Barcelona. Hill safou-se, e viu que a causa do problema tinha sido a asa traseira ter cedido devido às enormes pressões ao qual estava sujeito. Quando tentou avisar a boxe do perigo iminente que o seu companheiro de equipa sofria, Rindt despistou-se, partindo o nariz.


Na corrida seguinte, no Mónaco, Graham Hill ganha-o pela quinta vez, numa prova onde poucos terminam, e onde, aos 40 anos, se torna no “Rei do Mónaco”. Esse recorde só seria superado 23 anos depois, pelo brasileiro Ayrton Senna. Contudo, os recursos da Lotus estão envolvidos no Lotus 63, de quatro rodas motrizes, que se revela um fracasso, e Hill não consegue melhor do que um quarto lugar em Nurburgring, acabando a temporada no sétimo lugar, com 19 pontos.


Contudo, o pior estava para vir: na penultima prova do ano, em Watkins Glen, o carro de Hill sofreu um pião a meio da corrida, e deixou o motor ir abaixo. Querendo voltar, saiu do carro e empurrou-o até o motor voltar a pegar. Contudo, esqueceu de apertar os cintos de segurança, e quando o carro sofreu novo despiste, causado por um furo lento, Hill partiu ambas as pernas.


O piloto inglês teve uma longa convalescença, e muito julvavam que ele não voltaria a competir. Contudo, quando o Mundial de 1970 começou, na Africa do Sul, Graham Hill lá estava, com um Lotus 49B inscrito por Rob Walker. Ainda sem estar completamente curado, era colocado e retirado do habitáculo pelos seus mecânicos. Essa manifestação de coragem e força de vontade foi compensada com um sexto lugar final. No final, conseguiu mais seis pontos e o 13º lugar final.


Amanhã, a última parte.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

My Mini City, vou me meter num sarilho...

Hoje decidi iniciar uma experiência, baseado no que vi no Blig do Gomes e no Plog do Pezzolo. Eles inscreveram-se em algo chamado "My Mini City", onde basicamente criamos a nossa cidade, e pedimos aos amigos para que visitem a nossa cidade e cliquem lá pelo menos uma vez por dia, que é para fazer a nossa cidade crescer.


Bom, como normalmente alinho nestas tretas, vou experimentar isto por uns tempos, para ver no que dá. Portanto, amigos blogueiros e visitantes, se quiserem ajudar-me nesta experiência, basta clicarem aqui, ou então entrar no site My Mini City, e procurarem por Speederland, e ajudá-la a fazer crescer, indo lá pelo menos uma vez por dia, para verem o progresso (ou não) da minha cidade.

Danica, de fato de banho

Danica Patrick pode ser uma piloto muito talentosa na IRL, mas tem algo que não pode escapar: é mulher. E sendo mulher num desporto de machões, não podia escapar a fazer algo interessante: um ensaio em fato de banho. Hoje, a prestigiada revista americana Sports Illustrated, na sua edição anual de fatos de banho, decidiu incluir a Danica no rol de meninas que já posaram para a revista.


Não é a primeira vez que faz isto, mas até o ensaio ficou bom. Contudo, tenho que ser honesto: ela não é o meu tipo de menina. Muito magrinha e muito branquinha para o meu gosto. E aquele fato de banho também não ajuda muito. Mas enfim, como homem e machão que sou (admito), vou carregar aqui e gozar as 44 fotos que meteram só com a menina!


Ah, e só mais uma coisa: desejo à Danica que cumpra o seu sonho de ganhar as 500 Milhas de Indianápolis. Gostava de assistir este ano a algo histórico!

Continental Circus, 1º Aniversário (XIII): o texto do Octeto

Depois do tal dia, o meu, hoje continuo com os textos dos outros que têm blogues de automobilismo (e outros) como eu. O texto de hoje é de uma das meninas da Octeto Racing Team. São quatro meninas: as irmãs Ludmila e Tatiana (Tati) Coimbra, a Vivian (Vick) Zorzim e a Luane (Lu) Magalhães fazem parte deste belo blog, e têm os seus pilotos favoritos: David Coulthard, Nico Rosberg, Jacques Villeneuve, Kimi Raikonnen, Fernando Alonso, Jenson Button, Juan Pablo Montoya e Jarno Trulli. O texto que eles mandaram para o meu aniversário, demonstra não só o carinho que têm por este blog, mas também o amor que têm pelo automobilismo.


"A Internet é algo realmente muito bom, mesmo com todas as loucuras do mundo moderno. Digo isso porque há pouco mais de três meses, quando o nosso blog “Octeto Racing Team” iniciou sua jornada, não tínhamos idéia de que as coisas seriam tão rápidas. E esta aceleração de visitas a nossa página deu-se em função do querido amigo Paulo Alexandre e seu excelente espaço o “Continental Circus” que após nos adicionar ao seu blogroll nos deu uma grande força.


Pois bem, em função disto, eu, Ludmila, estou aqui hoje, em nome de minhas outras companheiras desta “brincadeira séria” (Tatiana, Vivian e Luane) para parabenizar Paulo pelo seu blog, um lugar cheio de excelentes informações, divertimento e espaço para aprendizado constante sobre o mundo do automobilismo e além.


Que este primeiro ano de comemorações do “Continental Circus” seja somente o princípio de uma longa e prazerosa jornada por este mundão da Internet e é claro pelo globo, porque só uma ferramenta como esta para unir países tão distantes geograficamente, porém tão ligados historicamente.


Parabéns Paulo por seu “Continental Circus” e por nos dar sempre tantos motivos para retornar ao seu blog e nos divertirmos e emocionarmos com suas histórias e comentários diretamente da terrinha.


Beijinhos carinhosos do Brasil, enviados pelas das integrantes do Octeto e fãs de carteirinha do seu querido blog.

Ludy Coimbra, em nome de Tati Coimbra, Vick Zorzim e Lu Magalhães."

ChampCar pode estar à beira da falência

Depois de noticias de que uma possivel fusão entre a ChampCar e a IRL não foi para a frente, e de a Walker Racing ameaçar que iria para a IRL, agora a Speed Channel mostrou ontem uma reportagem a dizer que a ChampCar está à beira da falência. Gustavo Coelho, do BlogF1Grand Prix, afirmou que os funcionários da empresa foram aconselhados a "deixar o que estão a fazer e a limpar as mesas", indicando que uma possivel declaração de falência poderá ser emitida daqui a 24 ou 48 horas.



Pergunra-se agora: será que isto está a acontecer por mera insustentabilidade ou faz parte de um acordo de fusão secretamente negociado? É que ver a ChampCar falir de propósito para que a IRL recolher os restos não cai lá muito bem...

O piloto do dia - Graham Hill (1ª parte)

Se um homem não conseguir olhar para o perigo e enfrentá-lo, deixa de viver. Se o pior acontecer, é porque o chamaram para pagar o preço da felicidade da vida”, Graham Hill, 1929-1975.


Este homem teve uma carreira longa e variada no automobilismo. Foi piloto, e depois proprietário de uma equipa, correu durante muito tempo, numa altura em que correr mais de cinco épocas sem desastres era um feito, e deteve o “record” de Grandes Prémios disputados, com 176 corridas. O primeiro “Rei do Mónaco”, que conseguiu após ganhar nas difíceis ruas do principado por cinco vezes, correu até aos 46 anos, como Juan Manuel Fângio, tornou-se também numa lenda, ao ganhar a “Tripla Coroa”: Mundial de Formula 1, as 500 Milhas de Indianápolis e as 24 Horas de Le Mans. Hoje falo de Graham Hill.


Nascido a 15 de Fevereiro de 1929 sob o nome de baptismo Norman Graham Hill, em Hampsted, um subúrbio de Londres, não teve uma infância fácil. Saiu da escola aos 16 anos, para ir trabalhar como aprendiz na Smiths Instruments. Aos 21 anos serviu durante dois anos na Royal Navy, como marinheiro. Quando o seu tempo acabou, voltou para a Smiths, e nos tempos livres, praticava remo na London Rowing Club. Mais tarde, iria adoptar o seu símbolo no capacete.


Um dia, viu um anúncio de uma escola de pilotagem, onde qualquer um podia conduzir, desde que pagasse cinco xelins por volta. Hill pagou o suficiente para dar quatro e ficou viciado na velocidade. Convenceu o dono da escola de condução que o empregasse como mecânico, desde que pudesse pilotar um dos seus carros. O dono concordou, mas nunca cumpriu a sua parte do acordo. Desiludido, foi para outra escola de condução, com o mesmo esquema, e cedo participou em corridas, conseguindo bons resultados.


Em 1957, depois de participar numa corrida em Londres, deu boleia a outro concorrente, de seu nome Colin Chapman. Na altura, ele já tinha fundado a Lotus, mas ainda pilotava os carros que fabricava. Hill tentou convencer Chapman para que o empregasse como mecânico, o que aceitou. Algum tempo depois, Hill convenceu Chapman para que o escolhesse como piloto da equipa, na sua estreia na Formula 1 em 1958. Hill estreou-se no GP do Mónaco com um Lotus 12, onde não terminou. Aliás, nesse ano, o seu melhor resultado foi um sexto lugar em Monza, mas como nessa altura, os pontos eram dados até ao quinto posto, Hill terminou a época sem pontuar.


Em 1959, Hill continua na Lotus, mas esta era uma equipa nos seus começos, e os resultados eram escassos, e acabou de novo sem conseguir pontos. Desiludido, foi para a BRM na época de 1960, onde as coisas começaram a mudar, com um terceiro lugar na Holanda. Esses quatro pontos deram-lhe o 15º lugar final. Em 1961, a época foi de luta, com poucos resultados de relevo. Aliás, a BRM, que estava na Formula 1 desde a sua época inicial, em 1950, só tinha ganho uma corrida…


Contudo, em 1962, as coisas mudaram: Sir Alfred Owen, o proprietário, lançou um ultimato à equipa: “ou ganham, ou retiro a equipa”. O chassis foi redesenhado por Tony Rudd, e o motor foi aperfeiçoado para dar uma potência de 190 cavalos. As alterações surtiram efeito: antes do GP da Holanda, prova inaugural do Campeonato do Mundo, Graham Hill ganhou três provas extra-campeonato, entre os quais o Richmond Trophy, em Goodwood, e o International Trophy, em Silverstone, batendo o Lotus 24 de Jim Clark.


Em Zandvoort, primeira prova do campeonato, Hill foi terceiro nos treinos, atrás de Jim Clark, no seu novo Lotus 25 de chassis monocoque e John Sutrees, num Lola. Na corrida, Clark partiu na frente, mas cedo, problemas na caixa de velocidades fizeram com que fosse apanhado por Hill. No final, o piloto britânico ganhava a corrida com 30 segundos de avanço sobre o segundo classificado, o Lotus de Trevor Taylor. Finalmente, a sua primeira vitória oficial, e o enguiço da BRM parecia estar quebrado.


Hill e a BRM iriam lutar pelo título, contra Clark e a Lotus. O homem da BRM ganhou em Nurburgring e em Monza, enquanto que o homem da Lotus ganhou em Spa-Francochamps e em Watkins Glen. Parecia que o título era de Hill, mas as coisas ainda tinham que ser resolvidas na prova final do calendário, na Africa do Sul. Nessa corrida, Clark fez a pole-position e liderou durante muito tempo, mas um problema com a pressão de óleo fez com que Clark desistisse e entregasse o título mundial da Graham Hill. Aos 33 anos, Hill e a BRM tinham chegado ao auge, com o piloto a validar 42 pontos (em 52 conseguidos).

(continua amanhã)

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

A minha imagem do dia

Bela imagem, não? Pilotos se descontraindo, não pensando em nada... mas por detrás deste aparente momento de lazer, está uma das primeira reuniões da GPDA, a Associação de pilotos de Formula 1, na Africa do Sul, no inicio de 1969.


Na fotografia, reconhecem-se os seguintes, da esquerda para a direita: Graham Hill, Jean Pierre Beltoise (deitado e de óculos), atrás dele, Chris Amon. Ao centro ao fundo, de óculos escuros, está Jochen Rindt. À sua frente, parcialmente encoberto, está Jackie Stewart, grande amigo de Rindt. Atrás de Stewart, Jackie Ickx. O belga abandonou pouco depois a associação, algo que anos mais tarde diria que foi uma decisão estúpida. Mais à direita, Dennis Hulme e Mario Andretti.


Já agora, podem saber o assunto da reunião no mesmo sítio onde tirei a foto, ou seja, aqui.

Momento Caras na Formula 1



Por estes dias, alguns pilotos da nossa praça estão a passar alguns momentos mais importantes a nivel pessoal, uns bons, outros maus, o que mostra que eles são como toda a gente, não é?



Comecemos pelas boas. Tiago Monteiro foi hoje pai. A sua namorada, Diana Pereira, deu à luz uma menina, a quem chamaram de Mel. Não sei se vai ser Melosa como a mãe, mas espero que tenha pé pesado como os pais! Nâo consegui resistir ao trocadilho...

E agora, as menos boas. Mika Hakkinen, o bi-campeão do Mundo de formula 1 pela McLaren, vai divorciar-se, após 10 anos de casamento com Erja. O casal conhecia-se há 15 anos, mas o namoro só foi mais sólido depois do seu acidente na Austrália. Dessa união, tiveram um filho, Hugo (8 anos), e uma filha, Aina Julia (2 anos). Aparentemente, está a ser uma separação de mútuo acordo, e Mika irá viver para o sul de Espanha, enquanto que Erja ficará no Mónaco.

Aquele tipo vai se separar daquele avião? Devem estar a gozar comigo...



Para finalizar, esta vai para os meus amigos no exterior: redescobri um video que era muito popular em 1993 pelas nossas bandas. Era o Pedro Lamy, então com 20 aninhos e a fazer das suas na Formula 3000, a fazer um aunucio para a gasolineira GALP. O "punchline" ficou famoso na altura: "Posso não saber fazer anuncios, mas de carros percebo eu!"

Continental Circus, 1º aniversário (XII): Hoje é o meu dia!

Há quatro anos atrás, estava eu no terceiro ano do meu curso de Jornalismo da Universidade de Coimbra, quando tive uma cadeira chamada Ciberjornalismo, dada pelo Miguel Gaspar, mais tarde director interino do "Diário de Noticias" e actualmente colunista no jornal “Público”. O nosso projecto passou pela elaboração de um blog, sobre um assunto que nos fosse pertinente. Confesso que até lá, via os blogues como espectador, e não como “fazedor” de notícias. A grande maioria dos meus colegas fez blogues políticos e outros. Eu peguei no desporto, e fiz o Sportuga. Foi um projecto interessante, e durou um pouco mais do que os três meses previstos na cadeira. Mas ao fim de três meses, perdi a “pica” e decidi “fechar a loja”.


Durante muito tempo, observei os outros, e vendo essencialmente que a esmagadora maioria dos blogues era sobre coisas pessoais, e honestamente era algo que não me interessava. Sou um homem prático. Fiz colaborações esporádicas em alguns blogues, mas cheguei à conclusão de que este tipo de comunicação tem uma coisa: se não for divulgado, não faz sentido escrever para ninguém. É o que acho.


Depois apareceram as redes sociais, como o Okrut, para os brasileiros, e o Hi5, para nós. Lá, tens uma coisa chamada “diário”. Lá escrevia as minhas charolas todos os dias, mais como um exercício de escrita do que propriamente escrever para alguém. Mas meter-me na Blogosfera? Não.


Então, comecei a pensar na ideia. Tinha amigos meus que me diziam que isso seria bom, não só para praticar, mas também para exprimir as minhas ideias. Mas depois tinha duas grandes dúvidas: escrever sobre o quê e por quanto tempo? Não pensava muito na audiência, isso seria para depois.


O “click” para o começo de tudo foi uma chuvosa e aborrecida noite de Domingo. Nesse dia houve um referendo sobre a despenalização do aborto, e a “pica” eleitoral acabou muito cedo. Sentei-me no computador, pensando no que fazer. Subitamente, decidi que no mínimo, deveria criar a “coisa”. Foi assim que nasceu o Continental Circus. Que não teve esse nome primeiro. Chamava-se Speeder 76, esse mesmo, o meu "nickname". Nesse dia, meti dois ou três posts, para teste, no sentido de saber qual deles é que pegava. E meti lá uma biografia do Piers Courage, amigo pessoal de Frank Williams, morto em Zandvoort, em 1970. Queria ver em que parte me safaria.


Não passaram muitos dias para decidir do que iria escrever. Isso aconteceu quando visitava o blog Engrenagem, do João Pedro Pereira, meu colega da Universidade e actual jornalista do Público. Uma das coisas que dizia, em relação aos blogues, era “para ser original”. E sem querer, tinha descoberto o meu “filão”. E sabia que tinha as ferramentas necessárias para o sucesso da empresa. Tinha capacidade de pesquisa, um bom arquivo fotográfico, um bom acesso às fontes. Quinze dias depois, no final de Fevereiro, apresentei-me ao mundo, mudei o nome do blog e aos poucos e poucos, conquistei o meu espaço.


Agora, passou um ano. Os resultados estão muito para além dos meus sonhos. Consegui algo que queria: ser um blog de referência, com mais de 90 mil "pageviews". Sei que em Portugal, são muito poucos os blogs que falam sobre o automobilismo (85 por cento são sobre futebol…), portanto, sei que tenho a formula para o sucesso. Conheci muitos e bons amigos virtuais, especialmente no Brasil. Sei que tenho imensos admiradores que me visitam todos os dias (conhecem algum blog sem ser de politica ou de sexo que tenha cerca de 500 visitas por dia? Não são muitos…)


Hoje em dia, a minha vontade de escrever sobre automobilismo (e outras coisas mais…) continua viva, como estava em Fevereiro de 2007. Temos um Mundial de Formula 1 para falar, temos um Mundial de Ralies, temos a CART, a IRL, o WTCC, a NASCAR… Temos talento que deve ser seguido atentamente, temos um imenso passado para vasculhar, estórias para contar… e espero conhecer mais amigos virtuais, vindos de vários cantos do mundo. E a todos que querem começar, ou que já começaram, o meu melhor (e único) conselho é este: mantenham vivo o vosso blogue. Uma coisa é criar um blog, outra coisa é mantê-lo, e esse só poucos o conseguem… Para mim, ver este blog chegar ao seu primeiro ano de vida é um feito.


Bruce McLaren tinha razão: a vida conta-se por feitos e não por anos. E este é o meu feito mais recente. Aos meus amigos e admiradores, um sincero muito obrigado. A todos os que têm blogues, continuem a mantê-los vivos, pois sem querer, criam uma legião de admiradores.


Muito obrigado a todos, e três vivas para o Continental Circus. Hip, hip... hurra!