Hoje é um dia para se definir tudo na Campos Meta, a equipa espanhola da Formula 1. Toda a gente tem uma ideia do que se passa: não há dinheiro, existem pagamentos em atraso no caso dos chassis Dallara, e estes deram até hoje para que se resolva esse assunto, ao mesmo tempo que Adrian Campos espera dinheiro proveniente do luso-sul-africano Tony Teixeira, que aparentemente (não se confirmou nem se desmentiu) comprou uma parte da equipa, por um valor não especifico.
E quem sofre é Bruno Senna. Julgando Adrian Campos que só o nome seria o suficiente para atraír investidores, desde meados de Dezembro que se sabia das dificuldades da equipa em atraír pilotos e dinheiro necessário para completar o orçamento. Mas mesmo antes, as desconfianças sobre a validade do projecto não se dissiparam totalmente. E as desconfianças desses observadores podiam ter alguma verdade, mas Campos, ex-piloto de formula 1 pela Minardi em 1987/88, e que construiu uma equipa na Formula 3 espanhola e na GP2 após encerrar a sua carreira competitiva, até nem tinha motivos para tais suspeitas. Mas quando ele foi escolhido para montar uma equipa em 2010, batendo estruturas mais sólidas como a Prodrive e a sua compatriota Epsilon Euskadi, muitos não compreenderam tal escolha.
E é por aí que pretendo ir: as escolhas foram feitas a meio de 2009, quando Max Mosley, então prresidente da FIA, quis impor às equipas um tecto de 40 milhões de dólares para poderem correr na Formula 1. E a escolha da Campos, em conjunto com a Manor (agora Virgin) e a USF1, fazia parte dessa estratégia de uma contenção radical de despesas, em conjunto com um motor-padrão fabricado pela Cosworth. Como é público, Mosley travava uma batalha contra a FOTA, e ele queria impôr esses limites, mesmo correndo o risco de ver criada uma série paralela. No final, depois de a FOTA ter puxado as coisas até ao limite, Mosley cedeu e foi-se embora.
Mas os estragos tinham sido feitos. Como não se podiam pura e simplesmente retirar as licenças às novas equipas, bastou que eles "rebentassem" por si. Sendo equipas pensadas para determinado valor, mas agora viram esse valor a ser levantado, viram-se aflitas para completar orçamentos. Para piorar, vive-se uma época de crise, em que tudo tem de ser contido. Contratar pilotos pagantes é uma boa solução, mas nem todos têm, por exemplo, cinco milhões de euros para comprar um lugar para 2010. José Maria Lopez, o argentino da USF1, levou em teoria oito milhões de dólares, mas até agora só foram confirmados os dois milhões do governo argentino. E mesmo os 15 milhões de euros que o russo Vitaly Petrov levou para a Renault foram esta semana colocados em causa porque se soube que metade dele é proveniente de um empréstimo bancário. E mesmo esse está atrasado...
E no meio desta embrulhada, novas embrulhadas surgem. Primeiro, uma misteriosa "Stefan GP" assombra as novas equipas desde que esta se mostrou interessada em comprar o espólio da Toyota, no final de 2009. Assim o fez, e agora mostra-se, qual fantasma, afirmando que vai mandar contentores com material para o Bahrein e Malásia, e confirma testes com o novo carro em Portimão, no final do mês. Para dizer e fazer tais coisas, é sinal que existe um acordo dentro da FOM, do Bernie Ecclestone, de que assim que a Campos ou a USF1 se "baldarem", a Stefan pode entrar sem problemas. E a cada dia que passa, esta Stefan GP é levada a sério...
E claro, Bruno Senna sofre. Não quero traçar paralelismos com Álvaro Parente, pois são casos tremendamente distintos, mas tenho a sensação de que não os verei num "cockpit" de Formula 1, num fim de semana de Grande Prémio. Com o sobrinho de Ayrton a arriscar a ficar de fora pelo segundo ano consecutivo, depois de em 2008 ter sido apanhado em falso com a falência da Honda e de ser preterido por Rubens Barrichello na Brawn GP, este ano pensava-se que com o projecto da Campos, as coisas seriam diferentes. Mas pelos vistos... não. Pergunto-me se verei algum dia num fim de semana de Grande Prémio, a competir em igualdade com outros vinte ou 22 pilotos. Pelo andar da carruagem... temo que não. E não merece tal coisa.
Virgin e Lotus cumpriram prazos e deverão ter problemas para acompanhar as outras equipes do grid.
ResponderEliminarImagina a Campos e a USF1 se chegarem a disputar a temporada realmente...
Bela análise, Speeder76. E hoje, 4a feira, era o ultimato para que a Campos pagasse suas obrigações. Pagou??
ResponderEliminaro que esta seleção de equipes demostrou Paulo, foi o complpeto amadorismo dos dirigentes da F1. fora ficaram equipes da talha da PRODRIVE, e ainda a bem patrocinada SUPERFUND.
ResponderEliminara Campos não é mais do que a defunta SUPER AGURI, recuperada da venda de garagem pelo valenciano. aqueles ferros ainda carregam a maldição japonessa imposta pelos japoneses na equipe de Aguri Suzuki
Willian:
ResponderEliminarQuanto ás duas primeiras, veremos.
Marcelo:
Desconheço se pagaram. Aliás, por ali o silêncio é ensurdecedor.
Luis:
Eu bato nessa tecla: a culpa é o do Mosley, pois todas estas escolhas foram politicas, sem qualquer tipo de dúvida. Se fosse pela solidez do projecto, o espanhol escolhido seria a Epsilon Euskadi e não a Campos. Mas enfim... cada um se deita na cama que fez.
As novas equipes foram peças no joguinho da F1!
ResponderEliminarNão sei o que será disso!
ola amigo
ResponderEliminarcomo vai portugal ? tudo certo?
abraços
Fernando Gennaro!