sábado, 5 de junho de 2010

GP Memória - Belgica 1955

Nas duas semanas que passaram entre Monaco e Spa-Francochamps, eventos importantes sucederam-se no pelotão da Formula 1. Alberto Ascari, que surpreendera o mundo ao sair incólume do seu acidente na chicane do Porto, mergulhando o seu carro nas águas, morrera num teste em Monza quatro dias depois. Isso tinha sido a gota que fez transbordar o copo da Lancia, que atulhado em dívidas, resolveu vender a sua fábrica. Os novos donos não estavam muito interessados na Formula 1, mas um dos seus pilotos, Eugenio Castelloti, pediu à fábrica que cedesse um dos seus carros, a título pessoal, para correr em Spa.

A Mercedes apresentava-se com toda a equipa: três carros para Juan Manuel Fangio, Stirling Moss e o alemão Karl Kling, enquanto que a Ferrari, vencedora no Mónaco, colocava quatro carros para o francês Maurice Trintignant, o belga Paul Frére e os italianos Nino Farina e Piero Taruffi. A Maserati fazia a maioria dos pilotos inscritos, com seis carros. Os italianos Luigi Musso e Cesare Perdisa, o francês Jean Behra, o argentino Roberto Miéres, o francês Louis Rosier e o belga Johnny Claes corriam com o modelo 250F. Para finalizar, havia um Vanwall para o britânico Mike Hawthorn.

Nos treinos, Castelloti mostrou o potencial do modelo D50 ao fazer a volta mais rápida, e tendo a seu lado os Mercedes de Fangio e Moss. Na segunda fila estavam o Ferrari de Farina e o Maserati de Behra, enquanto que na terceira estavam o te
rceiro Mercedes de Kling, o segundo Maserati de Musso e o Ferrari de Paul Frére. A fechar o "top ten" estavam o Vanwall de Hawtrhorn e o Ferrari de Trintignant.

Antes de partir, o carro de Johnny Claes não partiu devido a problemas de motor, e assim o pelotão estava reduzido a treze carros. Piero Taruffi também não partiu, pois tinha falhado marca um tempo para alinhar na grelha.

A corrida começou com Fangio e Moss a partirem bem, deixando a concorrência à distância, e só os voltando a ver na meta, pois não foram contestados. Castelloti os seguiu, mas na volta 16, a sua caixa de velocidades cedeu e encostou à berma.

Atrás, era a luta entre os Ferrari de Frere, Farina e Behra, mais o Mercedes de Kling. Na volta 3, Behra batera forte, mas escapou ileso. Voltou às boxes e pediu emprestado o carro de Miéres, e voltou a correr até chegar ao fim no quinto lugar. Mais tarde, na volta 21, o carro de Kling teve problemas mecânicos e também desistiu, deixando a luta pelo terceiro lugar entregue a Farina e a Frére. No final, foi Farina que levou a melhor.

No final, fora uma vitória fácil para a Mercedes, que assegurou a dobradinha, com Farina a completar o pódio. Paul Frére e o carro de Miéres, guiado por Behra, ficou no quinto posto. A Formula 1 só voltaria a correr dali a 15 dias em Zandvoort, mas pelo meio, boa parte destes pilotos participaria nas 24 Horas de Le Mans, que aconteceria na semana seguinte. Quando voltariam a correr, as coisas não voltariam a ser as mesmas...

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