Os terriveis eventos de Le Mans, ocorridos uma semana antes, tiveram uma enorme repercussão na opinião pública europeia. Os diversos acidentes automobilísticos das semanas anteriores tiveram no caso da corrida das 24 Horas uma "gota de água", devido ao elevado numero de mortos. Nos dias em que se seguiram, os organizadores dos Grandes Prémios cancelaram, ou pensavam cancelar, as corridas que estavam no calendário daquele ano. A Suiça até tinha tomado a decisão mais radical de todas: banir as corridas no seu país.
Contudo, na Holanda, os organizadores decidiram manter a cabeça fria e continuar com o Grande Prémio, tal como estava planeado. A Mercedes, abalada pelos eventos da prova francesa, pois um dos seus carros esteve envolvido, decidiu que iria abandonar a competição no final daquela temporada. Mas em Zandvoort, levou três carros, para Juan Manuel Fangio, Stirling Moss e o alemão Karl Kling. Sem a Lancia, que declarou falência depois da morte de Alberto Ascari, a unica oposição visível vinha da Ferrari, que aqui inscrevia quatro carros, para o italiano Eugenio Castelloti, o britânico Mike Hawthorn, o francês Maurice Trintignant e o belga Johnny Claes.
Na Maserati, seis modelos 250F estavam inscritos, três oficiais, para o italiano Luigi Musso, o francês Jean Behra e o argentino Roberto Miéres. Mais três privados lá estavam, guiados pelos britânicos Horace Gould e Peter Walker, e pelo francês Louis Rosier. Para terminar, dois Gordini oficiais, guiados por Jacques Pollet e pelo brasileiro Hernando da Silva Ramos, que participava pela primeira vez numa corrida oficial de Formula 1.
Nos treinos, a superioridade da Mercedes foi mais do que evidente: ficaram com o monopólio da primeira fila. Fangio foi o primeiro, seguido por Moss e Kling. Na segunda fila estavam o Maserati de Musso e o Ferrari de Hawthorn, e na terceira estavam os Maserati de Behra e Miéres, e o Ferrari de Trintignant. A fechar o top ten ficavam o Ferrari de Castelloti e o Maserati de Peter Walker.
No dia da corrida, o tempo estava cinzento e ventoso, e antes da corrida tinha chovido um pouco, o que deixava a pista um pouco mais escorregadia. Na partida para as cem voltas à pista, Fangio impôs-se a Moss, marcando o ritmo, enquanto que Musso superava Kling. Behra e Miéres perseguiam-no, tentando acompanhar o ritmo dos Mercedes.
Na volta 21, Kiling perde o controle do seu carro, deixando o terceiro posto nas mãos de Musso, que agora tinha atrás de si o carro do outro argentino, Miéres. O italiano aplicou-se, para tentar apahar a ambos, mas a meio da corrida sofreu um despiste, que o fez perder tempo, fazendo com que os dois carros da marca de Estugarda pudessem acalmar um pouco o seu ritmo.
De resto, não houve muitas alterações na classificação até ao fim, fazendo com que Fangio vencesse pela terceira vez naquele ano, seguido pelo jovem piloto britânico. Musso completou o pódio, enquanto que Miéres e o Ferrari de Castelloti ficaram com os restantes lugares pontuáveis. E assim acabava a corrida holandesa, e os carros rumariam a outras paragens no calendário. Quais, isso é que ainda não sabiam ao certo. A cada dia que passa, as ameaças de cancelamento eram muitas, e a temporada até poderia ter acabado ali mesmo...
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