quinta-feira, 23 de setembro de 2010

GP Memória - Portugal 1990

Duas semanas depois de Monza, a Formula 1 chegava a paragens portuguesas com agitação no paddock devido ao anuncio surpreendente de que o francês Jean Alesi, o promissor piloto francês da Tyrrell, tinha assinado pela Ferrari para a temporada de 1991, para correr ao lado de Alain Prost. O que não se sabia na altura era que no meio destas negociações, tinha-se oferecido um contrato ao italiano Alessandro Nannini, da Benetton, para guiar o carro. Contudo, este era de apenas um ano, sem garantias de correr por mais algumas temporadas. Nannini recusou e preferiu continuar na Benetton.

Entretanto, outros rumores circulavam no "paddock" português, sendo o mais insistente de todos tinha a ver com que Nigel Mansell poderia desistir de abandonar a Formula 1 e assinar um contrato com a Williams para as duas temporadas seguintes.

Entretanto, no fundo da grelha, a Life decidiu colocar o seu motor W12 de lado e colocar um simples motor V8 da Judd no seu carro, passando do simplesmente horrivel para o apenas mau. Bruno Giacomelli teria, aparentemente, mais chances de dar nas vistas, mas no final, deu poucas voltas, porque a tampa do motor saltou para a pista e o italiano continuou a ser o último na pré-qualificação.

Na qualificação propriamente dita, a grande surpresa foram as Ferrari, que monopolizaram a primeira linha da grelha, com Nigel Mansell a superar Alain Prost. Na segunda fila estavam os McLaren de Ayrton Senna e Gerhard Berger, enquanto que na terceira estavam o Williams-Renault de Riccardo Patrese e o Benetton-Ford de Nelson Piquet. O segundo Williams-Renault de Thierry Boutsen era o sétimo, ao lado de Jean Alesi, no seu Tyrrell, e a fechar o "top ten" estavam o segundo Benetton-Ford de Alessandro Nannini e o Larrousse-Lamborghini de Eric Bernard.

Como era costume, na qualificação ficariam quatro carros de fora da corrida. Eram eles o Osella de Olivier Grouillard, o AGS de Gabriele Tarquini, o Minardi de Paolo Barilla e o Coloni de Bertrand Gachot. E na manhã de Domingo, o Tyrrell de Satoru Nakajima não iria alinhar na greha, pois o seu piloto estava doente e tivera um forte acidente no "warm up", tendo recebido depois ordens médicas para não alinhar na corrida.

Na largada, Mansell exagera na tracção e vai para cima de Prost, entalando-o contra a parede. A estranha manobra fez com que os McLarens de Senna e Berger passassem pela esquerda e tomassem conta dos dois primeiros lugares. O Benetton de Piquet também aproveitou a falha e ultrapassou os Ferrari, ficando com o terceiro posto.

Mansell reagiu e passou Piquet no final da primeira volta, mas quando Prost quis fazer o mesmo ao brasileiro da Benetton, ficou entalado nas treze voltas seguintes até o conseguir ultrapassar. Depois foi atrás do trio da frente e na volta 26 consegue apanhar o seu companheiro e o ultrapassou. Logo a seguir acontecem as paragens nas boxes, com Senna na frente de Mansell e Berger. O "brutânico" perseguiu Senna até à volta 50, quando o conseguiu apanhar e conquistar a liderança.

Mas tudo poderia ter sido deitado a perder duas voltas depois, quando Mansell estava a "dobrar" o Ligier do francês Philippe Alliot. À entrada da Curva 2, feita a fundo, os dois carros desentenderam-se e Alliot é atirado para os rails de protecção, batendo com força. Mansell nada teve e prosseguiu a corrida.

Mais atrás, Prost também fazia uma corrida de recuperação. Tinha passado Berger na volta 62 e disputava com Senna a segunda posição, quando na volta 71, atrás do pelotão, o Arrows de Alex Caffi colide com o Larrousse de Aguri Suzuki na Curva do Tanque, uma direita rápida sem escapatória. Os serviços médicos chegam a Caffi, que tem de ser transportado para um hospital, mas o pouco espaço disponivel obrigou os organizadores a interromperem a corrida quando faltavam dez voltas para o fim, com Mansell a vencer a sua unica corrida do ano.

Senna tinha acabado em segundo e conseguido mais uma pequena vitória, pois conseguira ficar na frente de Alain Prost, o terceiro. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o segundo McLaren de Gerhard Berger e os Benetton de Nelson Piquet e Alessandro Nannini. Poucos dias depois, a Williams anunciava a contratação de Mansell para a temporada de 1991.

Fontes:

http://www.grandprix.com/gpe/rr497.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1990_Portuguese_Grand_Prix

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