Bernie Ecclestone já está na Austrália para falar com os promotores locais sobre o futuro do Grande Prémio. E se já começa a dar pistas que talvez a corrida venha a ser disputada noutro local, aproveitou para mandar mais uma acha na fogueira da FIA, nomeadamente o seu presidente Jean Todt. E o alvo escolhido foi o regulamento que a Formula 1 irá ter a partir de 2013, nomeadamente a introdução do motor 1.6 litros Turbo, do qual agora afirma ser contra.
"Sou contra, contra, contra e contra a mudança para esses pequenos motores turbo. Não precisamos disso e se é assim tão importante é uma daquelas coisas que deveriam estar nas competições de carros de turismo", começou a referir Ecclestone à agência Australian Associated Press.
"O resto tem a ver com jogadas de propaganda - não tem nada a ver com a Fórmula 1. Essas mudanças serão muito custosas para o desporto. Estou certo de que os promotores vão perder grandes audiências e estou certo de que vamos perder bastante [do interesse da] televisão", acrescentou.
Como é óbvio, as declarações do anãozinho tenebroso tiveram como destinatário outro "Napoleão", Jean Todt, presidente da FIA: "Ele não é um promotor e não está a vender a Fórmula 1, para ser sincero. O Jean e eu estamos um pouco às avessas nesta questão do motor. Não vejo razão para eles [os motores]. Tivemos o sistema KERS e isso era suposto resolver o problema que a Formula 1 não é verde e agora temos outra coisa", admitiu Ecclestone.
Além disso, o britânico explanou ainda as suas preocupações em termos de sonoridade dos novos motores: "Falo com diferentes pessoas em todo o mundo - patrocinadores, promotores e jornalistas e penso que existem duas coisas que são realmente importantes para a Fórmula 1. Uma é a Ferrari e a outra é o som. As pessoas adoram e ficam entusiasmadas com o barulho", realçou.
O que eu digo nisto tudo é: Bah, treta, treta, treta! Isto é politicagem pura e simples. A questão dos motores é um pretexto, uma não questão, como foi a chuva artificial. O Joe Saward fala disso hoje no seu blog, afirmando que os novos motores foram aprovados na reunião do Conselho Mundial em Dezembro e já não tem volta atrás. Ele até fala que isso é "uma questão morta e enterrada".
Estas últimas declarações estão no mesmo espírito das que fez sobre a chuva artificial há umas semanas, que não servem mais para alimentar o feudo cada vez mais crescente com Jean Todt. E à medida que os dias e os meses passam e se aproximam eventos importantes para o futuro próximo da categoria, como os novos Acordos de Concórdia e os regulamentos sobre os novos motores para 2013, Ecclestone poderá fazer tudo para manter o controle do circo, nomeadamente o seu quinhão nas receitas televisivas, a sua escolha no calendário e no acordo centenário, do qual Todt quer renegociar ou simplesmente terminar com ela. É a tal "última batalha" do qual tinha escrito em Novembro do ano passado.
Pois é... já se vêm com maior nitidez as nuvens no horizonte.
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