Como sabem, a história do GP do Bahrein tornou-se no mais recente foco de discórdia entre Bernie Ecclestone, a FIA - leia-se Jean Todt - e as equipas. Para quem está a apanhar a história a meio, recomendo-vos que leiam um post que escrevi há cerca de dez dias. Ontem, andava a trocar uns tweets com o Luiz Fernando Ramos sobre este caso quando me diz uma frase que causou a minha atenção: "Mais um ou dois meses, os bastidores vão estar um barril de pólvora".
Nada que não soubesse: à medida que se aproxima 2012, as crispações irão aumentar de parte a parte. O novo Pacto de Concordia e as reivindicações das equipas em terem uma fatia maior do bolo são vistas não só como uma maneira de entrar mais dinheiro nas equipas, como também uma forma de diminuir o poder que o velho Bernie Ecclestone tem neste momento. E o anuncio feito esta tarde que que a News Corp, o grupo que Rupert Murdoch, está interessado na compra dos direitos televisivos da Formula 1, provavelmente pode ser lido como uma forma de colocar Bernie Ecclestone fora do caminho. Ainda é cedo para se chegar essa conclusão, e sobre isso em particular, falarei depois.
Mas "voltando à vaca fria", a obsessão de Ecclestone em ter o GP do Bahrein, mesmo que seja no dia 31 de dezembro às 23:59 horas, é a sua maneira de dizer que "aqui mando eu", mesmo quantos todos nós sabemos que não há condições, politicas, económicas e sociais, para ter a corrida barenita. Assim sendo, porquê dar mais tempo para que consigam as "devidas condições" para correr naquela pequena ilha de 1,2 milhões de pessoas? Só para recuperar os 40 milhões de dólares que normalmente exige?
Em suma, a decisão do adiamento não faz sentido. É a teimosia de um contra o bom senso de todos. Mesmo que diga sim, acho que Jean Todt intrevirá e dirá que não. Veremos é depois qual vai ser a reação do anãozinho tenebroso, quando ouvir tal palavra da boca do francês... e aí, talvez a frase que o Ico me disse pode fazer sentido.
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