O britânico Justin Wilson morreu na madrugada desta terça-feira no Leligh Valley Health Network, em Allentown, na Pennsilvânia, após ter sofrido um grave acidente no dia anterior durante a corrida na oval de Pocono, penultima prova da IndyCar deste ano. O piloto britânico de 37 anos sofreu um impacto com o destroço de uma asa na sua cabeça, proveniente do carro de Sage Karam, que se tinha acidentado momentos antes numa das curvas da pista. Transportado de imediato para o hospital, nunca mais conseguiu recuperar a consciência. O piloto deixa viúva e duas filhas.
Justin Boyd Wilson nasceu a 31 de julho de 1978 em Sheffield, na Grã-Bretanha. Irmão mais velho de Stephan Wilson (ambos tem uma diferença de dez anos de idade), a sua carreira começou nos karts em 1987, antes de passar para a Formula Vauxhall num dos carros inscritos pela Paul Stewart Racing, até chegar à Formula Palmer Audi em 1998, sendo o primeiro campeão da categoria. Isso fez com que passasse logo para a Formula 3000 internacional, e após uma adaptação por parte da Astromega e da Nordic Racing, onde se sagrou campeão em 2001, com três vitórias e sete pódios.
Parecia que a Formula 1 seria o passo seguinte, mas a altura de Wilson era um obstáculo: tinha 1.93 metros! Assim sendo, correu na World Series by Nissan (a antecessora da World Series by Renault), onde venceu em duas corridas, em Valencia e Interlagos. E foi também piloto de testes da Minardi.
No ano seguinte, teve a sua estreia na Formula 1, pela Minardi, sem resultados de relevo, até que a meio da temporada, foi chamado para substituir o brasileiro António Pizzonia, para as cinco corridas finais dessa temporada. Isso deu resultado, pois entrou nos pontos na corrida de Indianápolis, no oitavo lugar. Contudo, o seu lugar foi ocupado pelo austriaco Christian Klien, pois a Jaguar ter dito que queria um piloto pago para a sua equipa em 2004.
Assim sendo, passou para a CART, onde foi correr para a Conquest Racing, onde após uma primeira temporada de adaptação, passou para a RUSport, onde venceu duas corridas e terminou no terceiro lugar do campeonato. Em 2006 venceu mais uma corrida e seis pódios, terminando no segundo lugar, repetindo o feito em 2007, sempre atrás do francês Sebastien Bourdais.
Com a união entre a CART e a IRL, Wilson foi em 2008 para a Newman-Haas, vencendo uma corrida em Detroit e acabando na 11ª posição do campeonato, com mais um pódio, em Edmonton. No ano seguinte, passou para a Dale Coyne Racing, onde venceu em Watkins Glen, conseguindo também mais um pódio, acabando a temporada no nono lugar.
Nas duas temporadas seguintes - 2010 e 2011 - Wilson foi para a Dreyer & Rehinbold, não foram muito felizes, tendo acabado por não fazer a totalidade da temporada de 2011, após a corrida de Nid-Ohio. Em 2012 regressou à Dale Coyne, onde venceu no Texas, antes de ter a melhor temporada de sempre na IndyCar, sendo sexto classificado, com quatro pódios - sem vitórias - e um quinto lugar nas 500 Milhas de Indianápolis, sua melhor classificação até agora.
Ficando de fora da IndyCar após uma decepcionante temporada de 2014, ele foi para a Andretti Autosport em 2015, correndo em part-time, onde alcançou o segundo lugar em Mid-Ohio, a corrida antes de Pocono.
Para além disso, Wilson participou em algumas competições de Endurance. Em 2004, participou nas 24 Horas de Le Mans num Dome-Judd da Racing for Holland, ao lado de Ralph Firman e Tom Coronel, onde não chegou ao fim. Em 2006 e 2008 correu as 24 Horas de Daytona, antes de vencer em 2012, ao lado de A.J. Allmendinger e do brasileiro Oswaldo Negri. Para além disso, ainda nesse ano, participou na ronda dupla de Surfers Paradise dos V8 SuperCars. No ano seguinte, terminou no terceiro lugar nas 24 Horas de Daytona, de novo ao lado de Allmendinger e Negri, bem como o austrialiano Marcos Amborse e o americano John Pew.
E em maio deste ano, participou na ronda de Moscovo da Formula E, onde ao serviço da Andretti Autosport, terminou na décima posição.
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