Já se sabe que quando nada está em jogo e temos um calendário para cumprir, espera-se que a corrida em si seja emocionante. E Interlagos tem tudo isso em mente, especialmente quando o tempo entra em cena, como já aconteceu muitas vezes no passado, para baralhar e voltar a dar. Como acontecera em Austin, havia a possibilidade de chuva no final de semana, mas nada indicava que tal acontecesse durante a corrida. Contudo, independentemente do acontecimento, o fim de semana já ficou marcado pelas zueiras causadas por mais um problema no motor de Fernando Alonso...
Debaixo de sol e um autódromo cheio, a corrida começou quando Carlos Sainz Jr ficou parado na pista durante a volta de aquecimento, com o Toro Rosso a não voltar mais à pista. E irónicamente, foi a única desistência deste Grande Prémio. Quando as luzes se apagaram, tudo normal: Nico Rosberg ficou na frente de Lewis Hamilton, enquanto que atrás, Fernando Alonso conseguiu passar os Manor e era 16º na grelha. A seguir, Daniel Ricciardo mudava os pneus porque queria tentar uma estratégia diferente devido ao facto de estar mais adiante na grelha, por causa do motor que trocou após a qualificação.
As voltas seguintes não virtam grande coisa, a não ser a subida de Valtteri Bottas de sétimo para quinto, e também que a Mercedes iria fazer uma estratégia de três paragens. Rosberg passou nas boxes na volta 12 e Hamilton fez duas voltas depois. A partir da volta 20, Hamilton começou a andar perto de Rosberg, com os Mercedes a andar perto um do outro, provavelmente com o inglês a andar ao ataque do alemão, e este a provavelmente a ter problemas com os travões. Ao mesmo tempo, o meio do pelotão apanhava Pastor Maldonado, que chegou a andar na sexta posição com o mesmo jogo de pneus e andava a pagar o preço da sua degradação. Kimi Raikkonen também queria recuperar tempo, mas os Manors não deixavam.
Maldonado, por fim, parava na volta 26, ao mesmo tempo que Hamilton começava a queixar-se de provavelmente não conseguir apanhar Rosberg. O inglês decidiu afastar-se um pouco mais... e a partir daqui, as coisas ficaram mais aborecidas. Tão aborrecidas que começaram a mostrar imagens do filho de Felipe Massa a brincar nas boxes.
Mas na volta 33, um excelente momento, quando Max Verstappen conseguiu passar Sergio Perez no S de Senna... e por fora! Ele aproveitou e passou também Romain Grosjean e passou de décimo para oitavo. Mais um exemplo de que o filho de Jos será um dos grandes na próxima década da Formula 1...
E por essa altura, Rosberg e Hamilton foram às boxes, com uma volta de intervalo, com o alemão na frente e o inglês atrás de Raikkonen, mas rapidamente ficou com o segundo lugar. Tudo isto ao mesmo tempo que Pastor Maldonado tocou em Marcus Ericsson, causando a desistência do sueco... e claro, os comissários a investigar o acidente para ver que punição ele iria ter. No final, acrescentaram cinco segundos ao seu tempo final, numa altura em que estava no sétimo posto.
Com tudo estável na frente (mais para o chato...), os Mercedes já andavam com uma vantagem de nove segundos sobre Sebastian Vettel, numa altura em que os Mercedes poderiam ir para uma estratégia de três paragens de pneus. E isso aconteceu na volta 49, com ambos a entrarem depois de Sebastian Vettel ter ido às boxes pela segunda vez. E estes pneus teriam de aguentar 21 voltas...
Com isto, Rosberg manteve-se na liderança, com Hamilton a segui-lo a pouco mais de segundo e meio. O alemão começou a responder com voltas mais rápidas, apesar do trânsito que tinha pela sua frente. E foi por essa altura que o tempo escureceu mais um pouco em São Paulo, pensando se haverá chuva para animar uma corrida aborrecida. Sebastian Vettel até perguntou sobre o tempo, mas da Ferrari veio logo a resposta: tempo seco até ao final.
E foi o que aconteceu: Nico Rosberg conseguiu levar a melhor pela segunda vez consecutiva e vencia o GP do Brasil, na frente de Lewis Hamilton. Sebastian Vettel ficou com o lugar mais baixo do pódio, na frente de Kimi Raikkonen, numa corrida muito pouco emocionante, e do qual os últimos pontos foram arrebatados por Max Verstappen, que conseguiu passar Pastor Maldonado a três voltas do fim.
A Alemanha soma 8 vitórias (1994, 1995, 2000, 2002, 2010, 2013, 2014 e 2015) em Interlagos e ultrapassa o Brasil com 7 vitórias (1973, 1974, 1975, 1991, 1993, 2006 e 2008).
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