Se estivesse vivo, Colin Chapman estaria hoje a comemorar 90 anos de idade. Personalidade genial, a sua mente tinha tanto de fantástica como de tortuosa. Fundador da Lotus, criou carros que ficaram na memória, quer os de estrada, quer os de Formula 1, como os modelos 25 (primeiro monocoque), 72 (o primeiro Formula 1 moderno), 79 (o primeiro com efeito-solo) e outros modelos como o 56 de turbina, usado nas 500 Milhas de Indianápolis.
Mas Chapman tinha tanto de genial como de misterioso. E muitas das vezes, roçava a ilegalidade. A sua mentalidade era sempre uma busca pelo "unfair advantage", para bater os seus adversários, estar sempre um passo à frente deles, colocando soluções inovativas no automobilismo. A ele se deve a aerodinâmica moderna, como a conhecemos hoje.
Dentro de dois dias, iremos falar daquele que provavelmente, terá sido o seu melhor carro de sempre: o modelo 79, com efeito solo. Estreado no GP da Bélgica de 1978, deu a Mário Andretti e a Ronnie Peterson o título mundial de Construtores e de pilotos à sua marca, a última de sete títulos na Formula 1. Ele comemorava quase sempre da mesma maneira: largando o seu chapéu para o ar. E o 79 foi o carro perfeito, dando a ambos os pilotos as corridas das suas vidas.
Contudo, foi paradoxalmente o principio do fim de Chapman. A morte de Ronnie Peterson, em Monza, fracassos como o modelo 80 e o controverso modelo 88 de chassis duplo, a amizade duvidosa com David Thiemme e o escândalo DeLorean, onde houve desvios de dinheiro na ordem dos 40 milhões de libas dadas pelo governo britânico, em cumplicidade com Fred Bushell, fizeram com que tivesse um final abrupto, a 16 de dezembro de 1982, em Hethel. No preciso momento em que a crise explodia e arriscava terminar a sua carreira na prisão.
Uma personalidade de extremos, que merece um filme de Hollywood.
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