Há meio século, fazia-se história em Spa-Francochamps. E pela segunda vez seguida, diga-se. Os adeptos de Formula 1 viam pela terceira vez em quase dois anos, um piloto-engenheiro a vencer uma corrida no seu próprio carro, depois de Jack Brabham, em Reims, na temporada de 1966 e Dan Gurney a vencer em Spa no ano seguinte, a bordo do seu Eagle.
Em 1968, Bruce McLaren assentava os primeiros alicerces da sua equipa, fundada em 1963 e que tinha construido o seu primeiro chassis em 1966. Depois de duas temporadas algo complicadas, em 1968 tinha partido com maior ambição. Os seus carros agora eram "papaya orange", tinha contratado o seu compatriota Dennis Hulme, campeão do mundo em título, e o seu carro, o M7A, era competitivo. Para além disso, rodeado de mecânicos e engenheiros competentes, como Tyler Alexander e Teddy Mayer, para além e um chefe mecânico na figura de Alistair Caldwell, também se tinham aventurado na Can-Am, com bastante sucesso. E dentro em breve, ainda iriam abrir um terceiro ramo, na USAC americana, a antecessora da IndyCar.
A corrida da Bélgica foi um duelo entre ele e Jackie Stewart, com Pedro Rodriguez à espreita no seu BRM. E o duelo decidiu-se porque os mecânicos da Matra calcularam mal a quantidade de gasolina no seu carro, e na última volta, esta acabou na pior altura possível.
Para Bruce, era a primeira vitória em seis anos, e de uma forma, o seu triunfo era duplo: que apostar na sua própria equipa tinha valido a pena, era mais um dos seus feitos do qual poderia ser medida a sua vida. E melhor ainda: era ele o primeiro vencedor da McLaren na Formula 1. O seu lugar na história da equipa e do automobilismo estava mais do que assegurado.
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