Mas a Formula 1 não corre neste fim de semana em "tilkódromos", corre num circuito tradicional europeu, com gravilha e muros mais próximos. E na véspera, todos estavam convencidos dos riscos de chuva...
A uma hora do inicio da corrida, começou a chover, mas não era em todo o circuito: a pista estava molhada na reta da meta, como Tamburello, Villeneuve e Tosa, mas na Rivazza, ela estava seca. Logo, os pilotos iriam usar pneus para piso molhado. Mas mesmo antes da prova... houve sarilhos: primeiro, Alonso despistou-se e partiu o nariz, sendo obrigado a ir às boxes para trocar, depois foi Lance Stroll, que teve problemas com os travões e foi obrigado a repará-los. Isso ainda antes de saber que Sebastian Vettel ter o mesmo problema! Mais tarde, Valtteri Bottas sofreu um furo e claro, trocou o pneu afetado. Parecia 1991, mas ainda nem tinham saído para a volta de aquecimento.
Assim sendo, todos saiam para a pista de intermédios.
A corrida começou atrás do Safety Car, e mesmo assim, as coisas ficaram confusas. Primeiro, Nicolas Lattifi, que bateu forte na Piratella, e depois Mick Schumacher, que na saída das boxes, bateu sozinho e teve de trocar de bico, mas com as boxes fechadas, era obrigado a andar mais de uma volta nessa situação.
Mas pouco depois, novo aviso: chuva para os próximos minutos. Ate lá, Sergio Perez iria ser penalizado com um "stop and go" porque, aparentemente, tinha passado debaixo do Safety Car. E alguns momentos depois, Russell estava nos pontos, porque o Alpha Tauri de Pierre Gasly estava a perder lugares. Com o passar das voltas, a pista estava a secar (apesar da ameaça futura), e os intermédios perdiam eficácia. Tanto que na volta 22, Sebastian Vettel, que estava muito atrás, tinha metido slicks porque... não tinha nada a perder.
E por esta altura, Verstappen começava a ver Hamilton e Leclerc a aproximarem-se e tinha de tomar uma decisão. Esta aconteceu na volta 28, quando coloca médios, deixando Hamilton e Leclerc na pista, ainda de intermédios. Nesta altura, mais alguns pilotos trocavam para secos, como Sainz Jr. Na volta seguinte, Hamilton, Leclerc e Perez também trocavam para médios, cumprindo a sua penalização... e até mudou de volante! Hamilton pensava voltar na frente, mas demorou quatro segundos e assim, o holandês continuava na liderança.
Mas independentemente disto, tínhamos bandeira vermelha. Corrida parada.
Por esta altura, não chovia, mas a pista não estava seca - havia um carril no qual os pilotos seguiam com os médios secos. Alguns trocaram para moles, como Norris.
Mas logo na relargada, Verstappen perdeu o controlo do carro, deixando a liderança para Leclerc, enquanto Hamilton era oitavo. Sortudo! Mas a seguir, era passado por Tsunoda... que se despistou a seguir! Deslumbração, por certo. Na frente, Verstappen recuperou o primeiro posto, porque o monegasco caiu para terceiro, superado por Norris. E o britânico atacava o holandês da Red Bull, vendo se conseguia apanhar Verstappen. Atrás, Perez, quarto, perdia o controlo do seu carro a perdia de lugares, enquanto Hamilton passava carro atrás de carro, para ver se chegava ao pódio, pelo menos.
E no meio disto tudo, Verstappen ia-se embora: acima de 14 segundos nesta altura.
Na volta 55, Hamilton conseguira passar Leclerc na travagem para Tanburello e era terceiro. Continuou a aumentar o ritmo para apanhar um Norris que sabia não ter pneus para o fim com os moles. Ia fazer o melhor para aguentar até à meta, mas todos sabiam que o heptacampeão tinha um melhor ritmo. Lá conseguiu passar o seu compatriota da McLaren, mas já era a volta 60, e Verstappen estava a 18 segundos. A vitória seria dele... se mantivesse o carro na pista.
No final, esta corrida agitada teve um final relativamente previsiel. Foi quase a realização da velha frase de Tomaso de Lampedusa no livro "O Leopardo": tudo mudou para ficar quase tudo na mesma. Por outras palavras, Hamilton tem uma sorte dos diabos.
Agora, a Formula 1 demora duas semanas para voltar à ação, em Portimão.
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