terça-feira, 20 de julho de 2021

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É essencialmente simbólico, mas se calhar tudo isto é mesmo com esse objetivo: mostrar o filho a andar em alguns dos carros do pai. Mais ou menos por esta altura, há 30 anos, Eddie Jordan dava a um jovem alemão a sua chance de andar num Formula 1, graças aos seus contactos na Mercedes. Tinha andado bem com os carros de Endurance, e até tinha feito bonito nas 24 horas desse ano, a bordo do seu Mercedes, onde apesar dos problemas, acabara em quinto e tinha feito a volta mais rápida, provavelmente um sinal as coisas que estavam para vir.

A ideia de Schumacher era de provar um Formula 1, e a partir dali, quem sabe, arranjar dinheiro para meter o alemão num dos seus carros. Ele lá correu em Silverstone, deu algumas voltas e impressionou tanto os que lá estavam que quando Bertrand Gachot foi preso, nas vésperas do GP da Bélgica, chamaram de imediato o alemão, julgando que sabia algumas coisas daquele circuito porque ele morava ali perto. De facto, sabia... mas a pé ou de bicicleta, nunca tinha competido lá. O resto, é história. 

Os filhos não herdam os talentos dos pais, embora haja quem acredite nisso. Podem herdar características físicas, é verdade, mas não aquilo que os fez grandes no seu tempo. Se fosse assim, o automobilismo seria uma coutada de famílias automobilísticas, gerações e gerações de gente apenas com talento atrás do volante. E não é assim. Mick Schumacher está a adaptar-se à Formula 1 numa Haas que não tem hipóteses de pontuar, apesar de ser constantemente mais veloz que Nikita Mazepin, mas aquilo que se vê é que é um bom piloto, mas nada que tinha o seu pai, embora nada se possa dizer sobre se é tão bom... como o seu tio, por exemplo. 

Volto a dizer isto: é simbólico, para assinalar uma data redonda. Mas sei que a aparição de um Schumacher naquele carro fez ativar memórias de uma certa tarde de verão. Espero que ele se tenha divertido a andar naquele carro.  

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