E pronto, fecha o pano para a temporada de 2022. Foram 21 corridas nos quatro cantos do mundo, para depois chegarem ao final em Abu Dhabi, um lugar habitua desde há muito tempo. Com todos os campeonatos já decididos, agora era cumprir calendário até ao final.
E claro, este era o local de despedida de Sebastian Vettel. Mas não era só ele que ia embora da Formula 1. Para Mick Schumacher e Daniel Ricciardo, poderá ser um tempo sabático, continuando como pilotos de reserva, e para o canadiano Nicholas Latifi, provavelmente terá futuro na IndyCar na próxima temporada, quem sabe, poderá seguir uma carreira na Endurance, agora que aparecerão muitas equipas de fábrica que quererão um bom piloto.
E como este ano, as coisas tinham de acontecer mais cedo, a corrida arrancou ainda com o sol e a luz a dominarem os céus de Yas Marina. Futebol "oblige", certo?
Quatro voltas depois, o britânico foi ordenado a devolver essa posição para o outro piloto da Ferrari. Mas o britânico reagiu e tentou voltar à posição que tinha cedido, o que conseguiu. E a partir dali, tornou-se o primeiro duelo da corrida, porque na oitava volta, o espanhol voltou a tentar de novo ficar com essa posição, o que conseguiu. Um pouco atrás, na luta pela oitava posição, Sebastian Vettel conseguia passar Esteban Ocon, antes de perdê-lo na aceleração para a curva seguinte.
A seguir, Hamilton perdia mais um lugar, desta vez a favor de Russell.
As coisas andavam mais calmas até à primeira janela da troca de pneus. Russell, que acabou por cumprir uma penalização, quando regressou à pista... aconteceu no momento em que chegava Lando Norris para trocar os seus pneumáticos. Mas sarna para se coçar... e aconteceu: nova penalização por largada insegura. Um mal nunca vem só.
Ao longo da corrida, os Red Bull tentavam manter os Ferrari longe deles, esperando que a sua estratégia desse certo. Russell, apesar da penalização, era quinto, muito melhor que Hamilton, enquanto atrás, era cada um por si. Menos para Alonso, que na volta 28, acabava mais cedo o seu campeonato, e a sua estadia na Alpine. A primeira desistência do ano.
A corrida continuava, morna e sem grande história. Apenas havia agitação nas boxes, especialmente depois de Sergio Perez ter feito uma segunda passagem, tentando ser mais rápido que os Ferrari. Mas eles pareciam que não iriam parar, logo, tentando ficar com os outros lugares no pódio e tentar a sua sorte. Perez fazia voltas mais rápidas, mas parecia ser insuficiente para os apanhar.
Depois, na volta 39, havia agitação quando Mick Schumacher, que queria ultrapassar Nicholas Latifi, e ambos acabaram tocados. Como no ano anterior, o canadiano acabou com a sua traseira no "softwall", mas desta vez, ele tinha sido tocado pelo alemão. Nas reptições, pareciam que estavam a competir em algo sincronizado nos Jogos Olimpicos, pois pareciam rer feito um pião tão exato, um ao lado do outro. Lá prosseguiram, mas para o fundo do pelotão. Quem sentirá saudades dos dois em 2023?
Atrás, Perez fazia uma corrida de recuperação, apanhando Hamilton, e ia atrás de, pelo menos, um dos Ferrari, já que Russell estava penalizado. O mexicano apostava na degradação dos pneus dos carros italianos para os apanhar e chegar onde queria estar.
Quase no final, um golpe de teatro: Hamilton, que era quarto e segurava Sainz Jr, queixou-se de problemas na caixa de velocidades, mais concretamente de algo no sistema hidráulico. Preso em sétima velocidade, tentou resolver o problema, mas debalde: a sua corrida acabou ali. Um final de temporada pensoso para ele, a primeira sem vitórias para o britânico. Algumas voltas antes, Nicholas Latifi também terminava mais cedo a sua corrida, temporada e carreira na Formula 1.
Na bandeira de xadrez, Max triunfa numa corrida burocrática, mas Lelcerc, com o seu segundo lugar, conseguiu o que desejava, o seu prémio de consolação: um vice-campeonato, num ano em que todos pensavam que seria o ano da Ferrari, e teve um arranque fabuloso, mas no final, foi aproveitar os erros e problemas mecânicos de Verstappen. E o terceiro posto de Sergio Perez soube a derrota, porque o objetivo de ser o vice acabou por não acontecer.
E no final... a festa. Um pouco artificial, é verdade, mas temos de consciencializar que agora, a Formula 1 pertence aos americanos, e eles adoram um "showoff". Mas mais do que o fogo de artificio, os "confettis" e o champanhe da treta, porque por ali não se bebe álcool... assistimos à despedida de Sebastian Vettel.
Sabemos que este dia iria chegar, mas vê-lo agradecer ao público, depois de 300 corridas e 16 temporadas, é sinal da nossa idade, da juventude que tínhamos quando o vimos chegar, e os cabelos brancos - quem ainda os têm - e as rugas na cara, sinais do tempo.
No final, até conseguiu pontuar na sua 300ª e última corrida. Mas não importava muito: foi bonita a festa de despedida do Seb, de uma longa carreira, e que com 35 anos e 16 temporadas, já tinha tudo a provar. Agora, provavelmente irá descansar e decidir o que fazer.
E quem já anda aqui há muito tempo, como eu, sabemos que iremos ver mais momentos como este.
Danke Seb. Auf Wiedersehen.
Agora, para 2023!
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