segunda-feira, 15 de maio de 2023

A imagem do dia


Há 40 anos, chovia no Mónaco. E nas ruas sinuosas do principado, os Turnos lutavam com os atmosféricos uma luta que por vezes, ganhavam. Outras, falhavam redondamente. No dia anterior, com apenas 20 lugares disponíveis e 28 carros, a McLaren conseguiram uma estreia infame: nem John Watson, nem Niki Lauda, tinham conseguido a qualificação. 

Em contraste, na Tyrrell, Michele Alboreto era 11º na grelha e Danny Sullivan, o seu companheiro, era 20º e o último na grelha, entre o Lotus de Elio de Angelis e o Toleman de Bruno Giacomelli, o primeiro dos não-qualificados. Por agora, era a quinta corrida do americano na Formula 1.

Nascido a 9 de março de 1950 em Louisville, no Kentucky, e filho de um construtor civil, decidiu muito cedo pelo automobilismo. Fez o curso na Jim Russell Racing School, fez diversos empregos, o mais notável deles foi de... taxista em Nova Iorque. Em 1981, participava na SCCA Can-Am Series, e no ano seguinte, participou na CART, onde conseguiu um pódio e a sua primeira participação nas 500 Milhas de Indianápolis, onde não acabou, vitima de um acidente na Curva 4.

No final do ano, tem uma oportunidade ainda mais interessante: correr na Formula 1. A Benetton era o novo patrocinador e queria um piloto americano (quem diria, isto não é novo!), e Sullivan foi escolhido para a equipa. E parecia ter sido uma grande escolha, quando na Race of Champions, em Brands Hatch, acaba em segundo, nos escapes do Williams de Keke Rosberg, o campeão do mundo.

Contudo, a temporada estava a ser discreta. A sua melhor qualificação tinha sido um nono posto em Long Beach, e ainda não tinha pontuado. E no dia da corrida... tinha chovido algumas horas antes. Mas estava confiante de que poderia passar em todas as armadilhas e conseguir um bom resultado.

Contudo, a sua corrida não foi histórica. Limitou-se a sobreviver. Primeiro, a esperar que o asfalto secasse, e depois, esperar que os azares aconteçam aos outros, e não a ele. E foi o que aconteceu. Apenas sete carros acabaram a corrida, e ele, a duas voltas do vencedor, foi quinto, na frente de Mauro Baldi e de Chico Serra, o único piloto que não pontuou, no seu Arrows. 

Ele estava feliz. Tinha conseguido os seu primeiros pontos na Formula 1. E melhor: o seu companheiro de equipa, Michele Alboreto, tinha desistido nos primeiros metros, vitima de uma colisão com o Lotus de Nigel Mansell

Infelizmente, foram os seus únicos pontos na Formula 1. No final de 1983, o patrocinador transfere-se para a Alfa Romeo e Sullivan não fica. Regressa para a América, onde ele vence as resistências iniciais e começa uma carreira vencedora, onde se torna campeão em 1988, e três anos antes, ganhou as 500 Milhas de Indianápolis, depois de passar Mario Andretti... e fazer um pião na sua frente, sem bater! 

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