Como vocês sabem, Ron Dennis, o patrão da McLaren, decidiu apelar da decisão em relação ao caso das gasolinas da BMW e da Williams, no sentido de conseguir "na secretaria" o título mundial a Lewis Hamilton, o seu protegido da equipa. Ora, um dos comissários que confirmou a decisão foi o português António Vasconcelos Tavares, presidente da FPAK (Federação Portuguesa de automobilismo de Karting), que conta na edição de hoje do jornal "Diário de Noticias" as razões pelos quais decidiram deixar tudo na mesma e confirmar o título mundial a Kimi Raikonnen.
Eis a entrevista completa:
P- Kimi Räikkönen ainda não tem seguro o título de campeão do mundo de Fórmula 1. A que se deveu a investigação às equipas BMW e Williams?
R - No final de todos os grandes prémios, há uma verificação técnica a todos os automóveis. E a Federação Internacional do Automóvel [FIA] descobriu que os carros da BMW e da Williams tinham sido abastecidos com uma gasolina a uma temperatura inferior à permitida e que está fixada nos dez graus abaixo da temperatura ambiente. A FIA detectou que os carros das referidas equipas estavam abastecidos com uma gasolina a uma temperatura 14 graus abaixo da temperatura ambiente.
P - Depois de terem apurado este facto, qual foi a medida seguinte adoptada pela FIA?
R - Convocámos, de imediato, uma reunião com as escuderias BMW e Williams. Pedimos explicações a ambas as equipas, que foram ouvidas com muita atenção pela FIA.
P - Por quanto tempo se prolongou a reunião?
R - Meia hora depois de ter terminado o Grande Prémio do Brasil, surgiu a dúvida. Foi convocada a reunião, que teve a duração de seis horas, e só depois a FIA afixou um comunicado escrito, a que todas as escuderias tiveram acesso, a indicar que o finlandês Kimi Räikkönen tinha sido proclamado campeão mundial de Fórmula 1.
P - Acontece que a BMW e a Williams não foram penalizadas. O inglês Lewis Hamilton, da McLaren, não foi dado como quarto classificado, lugar que lhe garantiria o título, e Räikkönen pôde finalmente festejar. Porquê?
R - Porque o regulamento técnico geral da Fórmula 1 teria de dizer, expressamente, qual o valor-referência para a temperatura da gasolina em cada um dos circuitos que integram o Mundial de pilotos. E tal não acontece.
P - Como se pode evitar, então, no futuro, que algo de semelhante volte a suceder?
R - A FIA terá de arranjar uma forma de fornecer para cada circuito, no futuro, um valor-referência relativamente à temperatura ambiente da gasolina.
P - Quando fala em futuro, está já a fazer alusão ao Mundial de Fórmula 1 do próximo ano?
R - Não tenho quaisquer dúvidas de que esta situação estará regulada pela FIA já em 2008, por forma a que acontecimentos deste género não voltem a repetir-se.
P - Quais as vantagens de um Fórmula 1 estar abastecido com uma gasolina a uma temperatura inferior?
R - A mistura faz-se mais facilmente com o oxigénio e a gasolina fica mais fria, o que permite a um Fórmula 1 adquirir um maior poder explosivo, ao mesmo tempo que ocupa um volume menor.
P - A McLaren já interpôs um apelo da decisão da FIA...
R - Fez um apelo para o Tribunal de Apelação [FIA], que deverá ratificar a nossa decisão em duas a três semanas.
2 comentários:
Muito bom Speeder. Muito bom... Andei conversando com uma galera aqui no Brasil a turma aqui me passou o seu msn ok? Estarei te adicionando. Um grande abraço.
SAVIOMACHADO
Óptimo post, esclarecedor, excelente, como sempre! Abraço.
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