Oliver Henderson chega ao circuito a bordo do seu Ford Escort branco com o crachá da organização no banco do passageiro, em cima de um pequeno dossier com papeis relativos à organização da corrida. Depois de o mostrar ao guarda, entrou no recinto do circuito, a caminho do paddock, onde estava rodeado de muitas caravanas e barracas cheias de carros, mecânicos e outro tipo de máquinas. Ele vai a caminho da torre de controlo, onde irá largar o dossier e verá como é que decorrem os treinos, já que a cada alguns segundos se ouvia o ruido de um carro a chegar, ou a partir, ou a passar a alta velocidade pela reta da meta, a caminho da Crawthorne Corner.
Abordou um dos seus adjuntos, perguntando se tinha havido algum incidente digno de nota. Quando este lhe respondeu de modo negativo, pediu por uma folha de papel onde tinha os tempos tirados até então. Quando os observou, arregalou os olhos, entre o admirado e o espantado e perguntou ao seu funcionário:
- Isto está certo?
- Sim senhor. É isso o que vê aí. Admirável, não é?
- E os nossos?
- Estão bem classificados. Melhor até que nos anos anteriores.
- Espero que isto se mantenha para amanhã.
- Esperemos que sim, embora dava jeito que chovesse na hora do segundo treino.
- Sim, isso seria ouro sobre azul, respondeu o sr. Henderson, olhando para o relógio. Faltavam 15 minutos para o final do treino de hoje.
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Na boxe da Apollo, Sinead O'Hara estava atenta a tirar os tempos do seu irmão, que estava na pista naquele momento. Até agora, tudo tinha decorrido sem incidentes de maior, e os tempos começavam a colocar sorrisos em toda a gente, desde Pete e Pat, a sua mulher, os pilotos e os mecânicos, incluindo um Thomas Nel que apesar da sua veterania aconselhar muita prudência, não deixava de sorrir sabendo que o seu labor estava a ter resultados, desejando que a boa sorte continuasse no dia seguinte. Após mais uma volta, John entrava com o carro nas boxes, encostava e saia do seu bólido. Tirou o capacete, virado para a sua irmã, que não deixava de exibir um sorriso aberto.
- Estamos todos muito felizes, hoje, comentou John.
- De facto, até prova em contrário, tens o melhor tempo do dia, respondeu Pete.
- Melhor do que os Jordan?
- Claro.
- Caramba, parece que acertamos o passo, comentou, enquanto dava uma palmada nas costas de Pete.
- Ainda falta amanhã, mas aparentemente, uma boa afinação, os pneus e o chassis estão a dar resultado. Tu lideras, o Teddy é terceiro e mesmo o nosso local está no "top ten", o melhor deles todos, com o Hocking logo atrás.
- É um bom resultado, respondeu, passando a mão pela testa. Diabos, está muito calor, rapazes. Tenho de procurar uma sombra, senão morro.
John entra dentro do edificio das boxes, onde na sombra estava a loira Jackie, que lhe estendeu uma garrafa de água. Ele agradeceu e perguntou:
- Então, como vai o teu namorado?
- Ele não é o meu namorado, respondeu a sorrir.
- Ah não? Pensava que sim. Vimo-vos juntos e tal...
- Digamos que é... o meu empregado.
John estranhou:
- És a Jackie Kruger? Que idade é que tens?
- Faço 18 no mês que vem.
- És muito novata para seres patroa. Parece que saiste da barriga da tua mãe...
- Ahah... quase. Parece que foi ontem que vinha aqui agarrar nas pernas da minha mãe quando ouvia os motores a roncarem. Belos tempos, respondeu nostálgica e com um olhar perdido.
- Desculpa... não quis reavivar maus pensamentos.
- Não faz mal. Ando a descobrir que gosto demasiado disto para desistir. E depois tenho sempre a ajuda de amigos. O Pete é mais um.
- Está bem. Diz à minha irmã que fui para o "trailer"
- Tua irmã? Pensava que era a tua namorada. Vi-vos juntos e tal.
John soltou uma forte gargalhada. Estava a ser uma boa tarde para todos.
(continua)
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