No final da tarde, quando tinha o meu Twitter ligado, li um dos posts do dia do blog do Joe Saward. Para quem quer estar por dentro do assunto e ir um pouco mais além das noticias, é otimo ler os seus cantinhos na Net, pois são mais-valias significantes.
O Joe dedicou-se hoje à Lotus, um tema que tem um cantinho especial no meu coração. Fui um dos muitos que a principio, ficou cético com as noticias do regresso da Lotus à Formula 1, em Setembro, mas à medida que os meses passaram, fiquei convencido da seriedade do projecto, das pessoas envolvidas e do esforço que estão a fazer para terem uma época de estreia o menos dificil possivel.
E hoje há algumas novidades: aparentemente, irão ter motores Renault em 2011, abandonando o acordo de três anos que têm com a Cosworth. Aliás, poderão ser a primeira das três equipas estreantes que abandonarão o motor no qual foram obrigados a usar para cumprirem os critérios ditados por "Mad Max" Mosley...
Outra matéria tem a ver com os pilotos. Mike Gascoyne afirma que poderá ter a mesma dupla em 2011, ou seja, o veterano italiano Jarno Trulli (que hoje comemora o seu 36º aniversário) e o finlandês Heiki Kovalainen, provavelmente com Fairuz Fauzy como terceiro piloto. E o melhor pode estar para vir, e tem a ver com o legado do passado.
Toda a gente sabe que os direitos do nome "Team Lotus" pertencem ao britânico David Hunt, ex-piloto de Formula 3000 e irmão de James Hunt, e que Tony Fernandes pretende tê-los de volta para o incorporar na estrutura, daí que este ano corram sob a bandeira "Lotus Racing". Estão a acontecer negociações e aparentemente, Fernandes e Hunt estão prestes a chegar, se é que já não chegaram, a um acordo de compra desse nome, e que o poderá usar em 2011, sob uma espécie de hibrido. E que está também nos seus planos a aquisição de Kettering Hall, em Norfolk, a antiga sede da Team Lotus. Eventualmente os planos passam por transformá-lo num museu, construindo ao lado uma instalação moderna, topo de gama. O que me faz pensar se a ideia de transferir a fábrica para a Malásia caiu por terra...
No meio disto tudo, eu sei da existência de "puristas" que continuam a afirmar, por mais provas que apareçam, que isto não é a Lotus, apenas uns tipos malaios que aproveitaram do nome para ganhar uma legião de fãs de modo instantâneo, como se fosse um pudim. Se quiserem ser devidamente radicais, diria que a Lotus morreu a 16 de Dezembro de 1982, quando o seu fundador desapareceu deste mundo (ou segundo alguns, refugiou-se nos pântanos mato-grossenses...), e que tudo que foi feito até 1994 foi feito por usurpadores ou coisa assim. Com todo o devido respeito, depois do que o sr. Fernandes anda a fazer, acho que deveriam dar uma volta ao bilhar grande.
Para mim, o empenho de Tony Fernandes nesta empreitada, a seriedade que está a levar neste assunto, o facto de esta empreitada ter a benção de Clive Chapman, o filho, e dono da equipa de carros clássicos da Lotus, e de Hazel Chapman, a viúva, e o facto de isto ter ligações com a Lotus Cars, agora pertencente ao Grupo Proton, só demonstra que, muito mais do que a segunda vida de uma marca mítica, está a vontade de alguém em respeitar essa herança. E os seus planos futuros são uma prova disso. E cada vez mais fico com a impressão que este Sr. Fernandes veio para a Lotus no sentido de ficar por muitos e bons anos.
Talvez os "puristas" precisem do teste de tempo para serem convencidos. Isto é, se estão dispostos a passarem por isso.
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