Acho piada aqueles que se vêm queixar nos fóruns sobre o fato do Sebastien Löeb ter recusado uma oferta para correr na Volkswagen em 2012. Segundo se conta, o heptacampeão francês decidiu dizer "não" a uma proposta da marca de Wolfsburgo que rondava os... dez milhões de dólares anuais, um valor cerca de 40 por cento superior a aquele que ganha na Citroen.
As pessoas que se "queixam" ou que acusam de ele ser "cobarde" ou estar "demasiado confortável" são aqueles que não sabem ou se esqueceram das origens da carreira do piloto alsaciano. Esquecem-se - ou não lhes convêm lembrar - que Löeb tem uma divida de gratidão para a Citroen porque foi ela que lhe deu a mão para a sua imparável carreira nos ralis. Foram eles que lhe deram um Citroen Saxo kit-car em 1997, para que ele pudesse competir no campeonato nacional e em 2001, vencesse o campeonato nacional. Löeb só correu por uma vez num outro carro que não um Citroen: foi no Rali da Corsega de 2000, num Toyota Corolla WRC da FFSA, um carro preparado pela Federação Francesa de Automobilismo para dar uma oportunidade a jovens pilotos para saborearem o WRC. Löeb terminou esse rali no nono posto.
Na minha opinião, a lealdade é um bem raro, e é algo que é praticado cada vez menos. Löeb tem uma divida de gratidão com a Citroen, pois toda a sua carreira foi criada graças aos seus carros. A Citroen é a sua segunda casa e não um local de trabalho, e Olivier Quesnel deve ser mais do que um mero patrão. Ademais, provavelmente Löeb deve ter os seus próprios planos, e certamente que o seu tempo nos ralis já deve estar contado. Se a sua ideia de se retirar no final de 2011 se mantiver, então topa-se que o que quer são outros desafios, longe das classificativas.
Claro, desconheço se ofereceram o mesmo a Petter Solberg. Não creio, porque caso contrário, não o veria a tentar a sua sorte na famosa "corrida dos cinco milhões" que vai acontecer a 16 de outubro, em Las Vegas. Mas como o "Mr. Hollywood" é capaz de se meter em tudo que é carro, certamente deve achar o convite muito tentador.
Em declarações á Autosport britânica, ele já disse que recebeu o convite: "Sempre desejei fazer algo assim, e competir num evento desses seria divertido. Já testei um carro de Le Mans e um Fórmula 1, pelo que o desagfio não seria completamente novo para mim.", referiu.
Desde que soube da história da corrida dos cinco milhões que sabia da impossibilidade dos pilotos de Formula 1 e da dificuldade dos pilotos de ralis em participar neste evento. As equipas oficiais não vão libertar os seus pilotos, portanto, esqueçam ver Sebastien Löeb por ali. Mas como é óbvio, ao contrário de Löeb, Solberg tem a sua própria estrutura, logo, pode fazer o que quiser e bem lhe apetecer com a sua agenda. Se quiser competir nas 24 Horas de Le Mans e vir que não há testes nem ralis marcados para esse dia, irá fazer. Mas ver a atravessar o Atlântico para competir 48 horas depois nas classificativas catalãs? Confesso o meu cepticismo, mas nada é impossivel.
Entretanto, ainda hoje, soube pela Autosport portuguesa que a FIA já elaborou o seu calendário para 2012. A comissão do WRC, liderada pela lenda dos ralis Michelle Mouton, recomendou que se mantivessem as treze provas do calendário, mas afirma que as provas de Itália, Austrália e Jordânia saiam em favor das provas de Abu Dhabi, Noruega e Uruguai. A prova norueguesa não é uma novidade, mas as prestações dos pilotos de lá como os irmãos Solberg e Mads Ostberg fazem com que se pense no regresso desse evento no calendário. Quanto a Abu Dhabi e Uruguai, são duas estreias absolutas.
Contudo, este é um calendário provisório, do qual já se encontram algumas resistências por parte dos construtores. Estes se queixam do previsivel aumento de custos que as provas fora da Europa implicam e de que duas das provas sejam novidades absolutas, logo, pouco identificáveis entre os adeptos de ralis por todo o mundo.
Uma coisa é certa: no final do mês, em Portugal, se terá uma ideia onde é que os pilotos irão competir em 2012.
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