Ao contrário dos anos anteriores, que era uma corrida absolutamente chata, este ano, com o KERS e a asa móvel, cairam aqueles mitos de que independentemente das geringonças que se colocam nos carros, qualquer corrida em Montemeló seria chata, se não chover. Afinal de contas, foi o contrário, e tivemos lideres para todos os gostos. E no final, quase aconteceu algo parecido com a repetição da História: Sebastien Vettel e Lewis Hamilton acabaram com uma diferença de 0,6 segundos cada um, quase a lembrar Nigel Mansell e Ayrton Senna, 25 anos antes.
Mas vamos ao começo. Mark Webber era o poleman, seguido de Sebastien Vettel, Lewis Hamilton, Fernando Alonso e Jenson Button. Nick Heidfeld, com o motor quebrado na qualificação, era o último da grelha. Contudo, o momento da largada foi tudo menos monótono. Aliás, foi mais para o genial: Alonso faz uma manobra milimétrica e passa tudo e todos para chegar ao comando, para deírio da "afficcion", seguido por Vettel, Webber e Hamilton.
Alonso conseguiu manter o comando por muito tempo, mesmo depois da primeira paragem nas boxes, onde as estratégia da Scuderia, que fez parar apenas uma volta depois de Sebastian Vettel, o manteve a liderança. A Red Bull bem queria se livrar de Alonso, que era demasiado lento para o alemão, mas foi apenas na segunda paragem, quando Vettel antecipou-se de novo a Alonso, é que conseguiu passar o piloto espanhol e ficar com a liderança, após a paragen de Lewis Hamilton.
A partir daqui, a performance do piloto da Ferrari decaiu. Quando o piloto da McLaren conseguiu fazer melhor do que o piloto das Asturias, a liderança da corrida começou a ser discutida entre McLaren e Red Bull. Hamilton começou progressivamente a diminuir a diferença entre os dois, elevando o ritmo e chegando na parte final a ser inferior a um segundo, o que fez começar a ativar as asas móveis no carro do alemão.
Atrás, com Alonso a ser passado por Button - que só parou por três vezes - e depois por Webber, tinha chegado ao quinto posto, perdendo até uma volta para Vettel e Hamilton. Mais atrás, Nick Heidfeld fazia uma corrida ao ataque, subindo posição atrás de posição, para tentar chegar até aos pontos, algo que iria conseguir na parte final da corrida. E um pouco no pelotão, sem aquecer nem arrefecer, Michael Schumacher conseguia ficar pela primeira vez nesta temporada na frente de Nico Rosberg, embora fossem sexto e sétimo.
Nisto tudo, quem perdia lugares atrás de lugares era Felipe Massa. Mas depois viu-se que o piloto brasileiro começava a debater-se com o carro, acabando o sua corrida na volta 60, quando se despistou, provavelmente devido a uma causa mecânica. Por essa altura, já tinha sido superado por Heidfeld e tinha o lugar ameaçado pelos Sauber de Sergio Perez e Kamui Kobayashi, que tinha feito uma má largada, mas estava com o "modo recuperação" ligado...
As voltas finais foram excitantes. Sebastian Vettel estava a ser sériamente ameaçado por Lewis Hamilton, que dava o seu melhor para apanhar o piloto da Red Bull e o rival a abater para tentar alcançar a liderança. Muitas vezes ficavam a menos de um segundo e usavam avidamente os KERS e as asas móveis para tentarem apanhar ou distanciar-se, mas nada se mexia. Era um bom duelo onde ambos davam o seu melhor, mas era ali que se via porque é que o carro desenhado por Adrian Newey é o melhor chassis do momento, apesar do esforço de Hamilton e também do bom chassis que a McLaren tem este ano. E assim, ele não conseguiu apanhar Vettel, apesar dos 0,630 segundos que separaram entre os dois.
Jenson Button foi o terceiro, compensando pela sua estratégia, pois ficara na frente de Mark Webber, que por ter feito a pole-position, mas foi derrotado em toda a linha. Ao menos ficou na frente de Fernando Alonso, na sua Ferrari. Depois vieram os Mercedes, que andaram na corrida como se fossem o Dupond e Dupont, os desastrados detetives das aventuras do Tintin, só que desta vez, o velho Schumacher levou a melhor. O oitavo lugar de Nick Heidfeld premiou a sua combatividade na corrida, bem como os Saubers de Sergio Perez e Kamui Kobayashi, que ficaram com os pontos finais e bateram os Force India.
E assim acaba um mais movimentado GP de Espanha. Agora o paddock arruma as suas coisas para correr daqui a uma semana o GP do Mónaco, na mais glamourosa corrida do ano, e num fim de semana agitado em termos de corridas. Afinal, acontece no mesmo dia do que as 500 Milhas de Indianápolis...
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