A ideia de ter mulheres pilotos é sempre tentadora, mas ao longo da história, com uma ou outra excepção - Michele Mouton nos ralis e Danica Patrick na IndyCar (na foto) são duas delas - o resto não passa de mais simbolismo do que outra coisa, o que é uma pena. Especialmente para aqueles que acham que o automobilismo merecia uma maior igualdade.
Contudo, esta semana surgiu a noticia de que poderá haver planos para uma competição feminina no futuro. A ESPN afirmou esta terça-feira no seu site que a FIA recebeu uma proposta de uma competição exclusivamente feminina a partir de 2019, que colocaria mulheres um pouco por todo o mundo, numa competição com seis provas, cinco na Europa e uma na América, cuja vencedora teria a chance de fazer um teste num carro de Formula 1. Essa companhia, baseada em Londres, tem como porta-voz o ex-piloto espanhol Felix Porteiro, e os seus planos são ambiciosos. Eles acham que em menos de três anos, poderiam criar uma série tão competitiva que só perderia para a Formula 1.
Um porta-voz dos organizadores afirmou, sobre este assunto: "Não haverá um anúncio nos próximos meses, já que estamos realizando muita pesquisa e concluindo nossa estratégia. Começar algo do zero leva uma enorme quantidade de tempo para dar certo".
Segundo conta a mesma cadeia de televisão, que teve acesso a uma cópia do documento, eles referem que tiveram interessados por parte de algumas cadeias de televisão internacionais. Algumas dessas mulheres-piloto já foram abordadas para participar nessa competição, mas até agora, mostraram reservas sobre a viabilidade desse campeonato.
E provavelmente com razão. Qualquer competição, para ser bem sucedida, tem de ter algo que, em termos tecnológicos, faça a diferença. É por isso que a Formula E é um sucesso, enquanto que a A1GP acabou por fracassar ao fim de quatro temporadas. Não se pode dizer que uma competição só de mulheres seria um fracasso, mas à partida, teria de transportar algo que faça a diferença e seja atraente para ser bem sucedida. Não é só trazer - vamos supor - a Simona de Silvestro e colocar ao lado da Carmen Jordá. Esse é o problema.
Mas eis um facto: apesar de não haver uma proibição de mulheres competirem na Formula 1, a última foi Giovanna Amati, que esteve na Brabham durante três corridas em 1992, sem conseguir se qualificar. E a única que conseguiu pontuar foi outra italiana, Lella Lombardi, que foi sexta classificada no GP de Espanha de 1975, interrompida na volta 29, fazendo com que tenha apenas... meio ponto.
E em termos de Formula E, o panorama não é muito melhor: três pilotos já participaram (Michaela Cerrutti, Katherine Legge e Simona de Silvestro), mas apenas a piloto suíça pontuou, com quatro pontos, resultantes de dois nonos lugares.
Resta saber até que ponto é que isso virá à luz do dia, e até que ponto isto será suficientemente atraente para um mundo automobilístico que é, em muitos aspectos, tremendamente machista.
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