Os eventos do dia anterior, durante a qualificação, parece que deram aos adeptos um pouco de esperança de ver uma prova que não fosse tão aborrecida como as outras. Claro, os adeptos preferem ver o circo pegar fogo pela sua imprevisibilidade, mas nos tempos que correm, o melhor sítio para ver esses circos a acontecer é a Formula E - um anátema para muitos dos "puristas" - do que a Formula 1 que está no meio de um dominio do qual não vê fim à vista, sejamos honestos.
E o que a corrida mostrou hoje foi... desilusão. Não houve batidas contra o muro no castelo, e não houve mais do que um safety car vurtual por causa de uma travagem falhada entre dois pilotos. E sem colisão. Logo, as expectativas foram pelo cano abaixo e todos começam a pensar que a temporada vai ser um assunto interno entre os Mercedes. Mas com um Valtteri Bottas que pretender vencer... ou vender cara a derrota.
Debaixo de um sol primaveril, mas a corrida a acontecer a meio da tarde, para coincidir com os horários da Europa Central, a partida começou com Bottas a aguentar as investidas de Hamilton até três quartoa da volta, altura em que começou a acelerar e ir embora do piloto britânico. Atrás, Vettel aguentava Verstappen, com Perez em quarto. Mas pouco depois, nas sete voltas seguintes, Charles Leclerc aproveitou para subir de nono para quarto, ficando perto da traseira de Vettel.
As primeiras paragens foram na volta onze, mais para o meio do pelotão. Trocaram médios por... médios, enquanto os da frente ainda andavam com moles. Vettel foi o primeiro a parar, na volta 12, colocando médios, e caindo para quarto. E na frente, Hamilton está a ver o carro de Leclerc cada vez maior nos seus espelhos, antes de na volta 14, ir às boxes e trocar para médios.
Depois, foi a vez de Verstappen de para nas boxes, na volta 15, trocando para médios, enquanto na pista, Vettel começa a aproximar-se dos Mercedes, especialmente o de Hamilton. Contudo, Leclerc aguentava-se, apesar da eficácia dos seus pneus degradar-se volta após volta. No final da volta 24, a diferença era de quatro segundos, com Vettel cada vez mais perto de Hamilton.
Chegados à metade da corrida, os Mercedes já estavam na vista dos espelhos de Leclerc e na volta 31, eles já estavam prontos para atacar o monegasco. Bottas passou-o no final da volta, Hamilton apanhou-o pouco depois, na volta 33 e Vettel na volta seguinte. Tudo isto ao mesmo tempo que Daniil Kvyat e Daniel Ricciardo falharam a travagem e acabaram na escapatória, mas sem interferir na corrida. Pouco tempo depois, o australiano chegou às boxes e acabou por não sair de lá.
Leclerc lá foi às boxes, na volta 35, para meter moles, e voltou atrás de Pierre Gasly. Ele lá passou, mas ficou atrás de Max Verstappen, até que na volta 40, Pierre Gasly acabou por parar em zona perigosa, suficiente para a chamada do Safaty Car Virtual, e alguns pilotos irem às boxes para trocar para moles. Duas voltas depois, o VSC acabou e a corrida retomou, com os trÊs primeiros separados por três segundos cada um.
Na parte final da corrida, os dois Mercedes andaram juntos, com Bottas ainda na frente de Hamilton, e o finlandês já tinha a volta mais rápida. Quanto a Leclerc, os moles não funcionavam com a temperatura da pista a baixar bastante, e ele não saia do sexto posto. Parecia que isso seria assim até à bandeira de xadrez. Parecia. Porque a três voltas do fim, Hamilton aproximou-se bastante para ameaçar o finlandês, e poderia haver troca de posições. Mas na penúltima volta, Hamilton saiu um pouco mais na curva antes da meta e a distância que se alargou foi a decisiva para que Bottas acabasse como vencedor. E Leclerc ficou com a volta mais rápida.
Com os Mercedes a fazerem dobradinha pela quarta vez seguida, parece que o campeonato está mais do que decidido. A grande ironia era que isto seria a "tal" temporada onde a Ferrari iria contestar os Mercedes de tal forma que poderiam perder. Pelos vistos, temos de começar a procurar pela corrida onde a Mercedes vai ficar com o título de Construtores e assistir como fizemos entre 2014 e 2016, quando Nico Rosberg fez pagar caro os títulos de Hamilton, até o bater.
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