Cerca de dois meses depois do seu acidente no Bahrein, Romain Grosjean já pensa no seu regresso às pistas, e encara com bons olhos uma ida à IndyCar - fala-se que poderá correr pela Dale Coyne - mas apenas nas pistas convencionais, excluindo ovais como o de Indianápolis. É que segundo ele, o acidente mudou um pouco a maneira como encarava as corridas.
“O acidente mudou a minha vida – agora não posso ir ao supermercado às compras”, disse o piloro de 34 anos numa entrevista ao jornal francês "L’Equipe". “Costumava ter 900.000 seguidores, e alguns dias após o acidente cheguei aos 1,4 milhões. E os detratores acalmaram-se um pouco. Deixaram de falar de mim de forma tão negativa”, começou por dizer.
“Durante um mês, continuei a dizer a mim mesmo que iria saltar esta época e não ia correr de todo, mesmo que não gostasse disso. Há coisas que não farei. Como na Indycar, que não é uma má opção para mim, não vou correr em ovais – nem mesmo na Indy 500. Pelo menos este ano, não. Mas não sei o que o futuro me reserva. Antes do acidente, eu teria corrido em ovais sem qualquer problema, mas agora vou esperar para ver”, continuou.
“Agora tratam-me como o tipo que saiu do incêndio porque sou um piloto que tenta tudo. Sim, fiz coisas estúpidas e corri muitos riscos, mas nunca tive um carro rápido como um Mercedes. Tive sempre de atacar. Aprecio essa mudança na perceção. Nem sempre foi assim. As pessoas começaram a compreender que o nosso trabalho é a nossa paixão. Eu quase dei a minha vida para ganhar três posições enquanto lutava pela 19ª posição. Aqueles que me criticaram antes não compreenderam que estamos sempre a arriscar as nossas vidas”, concluiu.
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