No meio disto tudo, os tifosi passeavam pela pista, jubilantes com o que tinha acontecido. Um deles, ao ver Jean-Louis Schlesser, cumprimentou-o e disse: "Muito Obrigado, da Itália".
Para o piloto da Arrows, que conseguiu nove pódios ao longo de 143 Grandes Prémios, este foi o mais inesperado. E ainda por cima, ficou na frente do seu companheiro de equipa, Derek Warwick. Mas Edward McKay Cheever Jr., nascido a 10 de janeiro de 1958 em Phoenix, no Arizona, foi o mais italiano dos americanos. Pouco depois de ter nascido, os pais foram trabalhar para Itália, e Cheever Jr., apesar de estudar no St. George's British International School, em Roma, começou a interessar-se nas corridas quando foi a Monza, experimentar karts. Entrando em monolugares a partir de 1975, acabou na Project Four no ano seguinte, pela Formula 2, e dois anos depois, a sua estreia na Formula 1, pela Theodore e Hesketh, onde participou no GP da Africa do Sul.
Dez anos depois dessa estreia, Cheever tinha passado por Osella, Tyrrell, Ligier - onde conseguiu o seu primeiro pódio no infame GP da Bélgica de 1982, acabando no terceiro lugar - Renault, Alfa Romeo, Lola-Haas, ate chegar à Arrows, em 1987. Nessa altura, a equipa foi dos poucos que manteve os motores BMW, mas com os alemães fora da Formula 1, foram rebatizados de Megatron. Mas em 1988, até à corrida "caseira", tinha conseguido... um ponto, um sexto lugar do GP do México. Warwick, seu companheiro de equipa, tinha nove, por exemplo.
A equipa iria ganhar mais três pontos com a desclassificação dos Benetton na Bélgica, mas no momento do GP italiano, o processo estava em recurso no Tribunal de Apelo da FIA.
A qualificação foi ótima para a equipa. Quintos e sextos, monopolizaram a terceira linha, batidos apenas pelos McLaren e Ferrari. E tinham batido o Lotus de Nelson Piquet, sétimo. Na corrida, as sortes foram diferentes. Se o americano teve uma corrida calma, já Warwick partiu muito mal, caindo fora do top ten", começou a recuperar ao ponto de chegar à traseira de Cheever, assediando-o e esperando um erro para ficar na frente dele. Mas ele aguentou e a recompensa foi o pódio caído do céu aos trambolhões.
Mais um que tinha de agradecer a Jean-Louis Schlesser pelo resultado.
Ele ainda iria correr na sua terra natal, Phoenix, e ganhar mais um pódio. E a partir de 1990, começa a segunda parte da sua carreira, na CART americana, onde iria fazer alguns feitos dignos de registo.
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