Em resumo: quatro entradas do Safety Car em 19 voltas. Nada mau para uma corrida que ficou em perigo por causa de umas zebras que causavam degradação maior que o esperado. Durante a noite, repintou-se os locais, diminuindo o espaço de asfalto, numa solução provisória para que as equipas tenham um fim de semana mais tranquilo.
Mas claro, para contar esta história temos de ir ao principio. Primeiro, o alerta da FIA e da Pirelli em relação aos seus pneus, que aparentemente tinham cortes perturbadores devido à passagem pelos limites das curvas no circuito de Losail. A solução? Domingo... três paragens. E repintar as zebras um pouco mais para dentro do asfalto, para evitarem passar pela parte problemática. Foi a solução possível.
E como correr no Médio Oriente em outubro é quase como correr em Mercúrio, tem de se esperar para que o sol se ponha e as máquinas e pilotos poderem entreter os que lá vão a aquela parte do mundo. Com uma primeira fila a recordar tempos algo distantes...
Quando as luzes se apagaram, Oscar Piastri disparou para a frente, enquanto Lando Norris começou a ser engolido pelo pelotão, liderado por Max Verstappen. George Russell acabou por ficar no segundo posto, mas atrás, havia confusão, com Liam Lawson a acabar na gravilha. Por momentos, houve cautela, mas tudo ficou na mesma na segunda volta. Norris e Fernando Alonso lutavam por posição, enquanto a meio do caminho estava Sérgio Pérez, que... coitado, tentava subir na classificação. Tinha perdido três lugares em duas voltas!
Pelo meio, Russell passava Piastri e era o líder - abençoados pneus moles! - e tentava ir embora. mas logo depois, o Williams de Logan Sargent saia de pista - as bermas estavam sujíssimas, por causa da areia - e o Safety Car entrava de novo. Verde de novo na volta 6, com Piastri a ser contestado por Leclerc pelo segundo lugar, e o australiano lutou fortemente pelo lugar, curva a curva, até o perigo passar.
No meio disto tudo, calmamente, Max era quinto, com médios, na frente de Norris, o sexto.
A meio da corrida, os moles começavam a perder a vantagem sobre os médios. e logo no inicio da 11ª volta, Piastri estava de regresso à liderança. Ao mesmo tempo, Norris começava a passar os Ferrari para chegar à quarta posição.
Mas quase ao mesmo tempo... carambola. Pérez que queria passar Hulkenberg para ser nono, bateu no carro da Haas e no meio disto, o Alpine de Esteban Ocon também fora tocado por ambos, acabando na gravilha. Mais um Safety Car, o terceiro em... 11 voltas. É o que dá andarem três lado a lado numa pista encurtada.
Depois apareceram imagens do público a assistir ao acidente. As reações são impagáveis... afinal de contas, é o circo a pegar fogo.
A corrida regressou na volta 14, para cinco voltas de (mais) alta velocidade. Norris teve de esperar até à volta 17 para passar os dois Ferrari, que estavam em moles... e o fez em três curvas. Para verem até que ponto os moles e os médios valiam nesta altura. A paciência compensou, em detrimento da velocidade. Norris apanhou Russell na volta 18, para ficar com o último lugar do pódio.
No final, Piastri conseguiu a sua primeira vitória - sprint - na sua 17ª corrida da carreira, na frente de um Max que conseguira os pontos suficientes para ser campeão do mundo, e Norris, que era terceiro, na frente de Hamilton.
Quem, surpreendentemente, conseguiu pontos foi Alex Albon. Foi um dos que calçou médios e aproveitou os estragos a sua frente para subir no pelotão. O sétimo posto final foi uma bela recompensa, e ainda ficou lado a lado com Leclerc, que perdia um segundo por volta, por causa dos moles.
Sem comentários:
Enviar um comentário