Arthur C. Clarke, um dos mais prolíficos escritores de ficção científica do século XX, autor de 2001: Odisseia no Espaço, mais tarde realizada por Stanley Kubrick, morreu hoje aos 90 anos na sua casa em Colombo, Sri Lanka, devido a uma insuficiência pulmonar.
Ao par de Isaac Asimov (1920-92) e Robert A. Heinelein (1907-88), é considerado um dos "monstros sagrados" da escrita de ficção cientifica. Antigo engenheiro electrónico, ajudou a montar o sistema de radadres que a Grã-Bretanha se equipou na II Guerra Mundial, e que foi decisivo na Batalha de Inglaterra, em 1940. Após a guerra, começou a escrever para revistas da especialidade, enquanto colaborava para a British Interplanetary Society. Em 1948 escreve um curo conto, de seu nome "The Sentinel". Mais tarde, esse conto deu origem a "2001: Odisseia no Espaço", que depois deu origem em mais três livros - 2010: Odyssey Two; 2061: Odyssey Three; 3001: The Final Odyssey.
Ao longo da sua carreira literária, introduziu conceitos que deram origem a tecnologias que hoje em dia são realidade. A mais famosa delas foi o satélite geoestacionário, que idealizou primeiro em 1945 na revista Wireless World, sob o título "Extra-Terrestrial Relays — Can Rocket Stations Give Worldwide Radio Coverage?" Doze anos depois, os russos lançavam em orbita o satélite "Sputnik". Em 1969, foi convidado pela cadeia de televisão americana CBS para em conjunto com o jornalista Walter Cronkite e o astrunauta Warren Schirra, comentarem a chegada à Lua da Apollo 11.
Clarke criou algo que mais tarde se designou de "As Três Leis de Clarke". Disse-o em 1962 na obra "Perfis do Futuro":
1 - Quando um distinto mas idoso cientista diz que algo é possível, está provavelmente certo. Quando diz que algo é impossível, está provavelmente errado".
2 - O único caminho para desvendar os limites do possível é aventurar-se além dele, através do impossível.
3 - Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da mágica.
Em termos pessoais, casou-se em 1947 com uma americana, mas separou-se pouco tempo depois. As suas dúvidas posteriores acerca da sua sexualidade o perseguiram na parte final da sua vida, quando um tabloide inglês lançou em 1998 uma acusação de pedofilia. As acusações acabaram por ser falsas, mas o estrago tinha sido feito: na ocasião, iria ser armado Cavaleiro pelo Principe Carlos, mas Clarke pediu para adiar a cerimónia. Recebeu a ordem dois anos mais tarde.
Os últimos anos de sua vida foram penosos: afectado pela poliomielite em criança, sofreu de um trauma pós-polio em 1999, e a partir dali andava somente em cadeira de rodas. Então, já vivia no Sri Lanka, onde mais tarde recebeu cidadania. Aí, para além de escrever os seus livros, fundou uma escola de mergulho, que foi destruida pelo Tsunami de 2004.
1 comentário:
Bom saber algo sobre Clarke, conheço muito pouco dele.
Em tempo hoje 19-03 é aniversário do bliggroo... Vamos comemorar!
Enviar um comentário