Acabou neste Domingo, na nova pista de Navarra, a temporada 2010 da estranha (para mim) Superleague Formula. Patrocinada por uma petrolifera angolana, esta competição que mistura alhos com bugalhos, ou seja, automobilismo com futebol, com uma carteira bem recheada (cem mil euros por corrida, um milhão para o vencedor) resultou na vitória de Davide Rigon, que representou o clube belga Anderlecht. A diferença para o segundo classificado? Dois pontos sobre Craig Dolby, do Tottenham Hotspur.
Quanto a Alvaro Parente, não foi um mau fim de semana de todo. Foi oitavo na primeira corrida e venceu na segunda, e no final da temporada, ele conseguiu o sétimo lugar da geral, com três das quatro vitórias obtidas pelo seu clube, o F.C. Porto. E já agora, dessas três, duas são oficiais e a terceira é... extra-campeonato.
É aí onde quero chegar. Não acho mau de todo que hajam pessoas dispostas a patrocinar uma competição deste género. Mas pelo que vejo deste tipo de competição, comparado com muitas outras que apareceram por aí nos últimos anos, como o GP Masters e a A1GP, a sensação que tenho é que isto é algo que não tem grandes pés nem grande cabeça. Não gosto do sistema de pontos e os critérios dos fins de semana competitivos roçam a idiotice. Fins de semana duplos? Tudo bem. Mas para quê uma finalissma com seis carros? Para mim não tem sentido. Talvez seja dos tradicionalistas, mas para mim, esta ideia de misturar futebol com carros tem pouco sentido. É para atraír os fãs do futebol para os autódromos? Quantos é que foram a qualquer uma destas corridas? Não me recordo de ver autódromos cheios para apoiar os seus clubes...
Para não falar dos casos que ocorreram ao longo do campeonato. O caso de Pequim, que construiram um circuito urbano sem condições para acolher uma ronda automobilistica, por ser demasiado estreita em certos sitios, demonstra que para certos aspectos, ou são enganados ou então acolhem as ofertas de qualquer promotor, por muito duvidoso que seja. E não é situação virgem: em 2008 aconteceu o mesmo na mesma cidade quando acolheram a A1GP. Embora num circuito diferente, e o motivo foi o mesmo: uma curva demasiado estreita para acolher bólidos.
É certo que é uma competição relativamente nova, que está a ter as suas dores de crescimento numa era difícil para o mundo. Mas ao passar de seis rindas duplas (12 corridas) para 12 jornas triplas (36 corridas) creio que houve algumas precipitações neste crescimento. Não sei dizer, mas na minha opinião, esta Superleague Formula, tal como está, não me convence. E provavelmente, a maioria dos que assistem às provas automobilisticas também não.
Veremos o que o ano que vem nos traz em termos de competição e regulamentos.
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