O WTCC em 2014 ficou marcado pela entrada em cena da Citroen. E dali, eles partiram para o dominio, vencendo a grande maioria das corridas e dando o título antecipado a José Maria Lopez, mais conhecido por "Pechito", que aos 31 anos, tornou-se no primeiro argentino vencedor num Mundial sancionado pela FIA desde 1957, com Juan Manuel Fangio ao volante.
O dominio da marcado "double chevron" foi esmagador. Tinham passado toda a temporada de 2014 a testar o seu modelo C3 Elysée, e falava-se que a quilometragem acumulada pelos pilotos era o equivalente a... oito temporadas! Nem a Honda, do qual se esperava que dominasse o campeonato, tinha acumulado assim tanto. Aliás, falava-se que a proporção era de dez para um, os quilómetros percorridos por ambas as marcas.
Assim sendo, Lopez conseguiu suplantar os dois franceses da marca, Yvan Muller e Sebastien Löeb. Apesar do dominio, e apesar de ser um ano de transição dos ralis para os Turismos, Löeb deu-se bem, vencendo duas corridas e conseguindo o terceiro lugar no campeonato, apenas atrás de Muller e Lopez. Um quarto piloto fez aparições periódicas no Mundial, o chinês Ma Qinghua, mas mesmo assim fez o suficiente para ser o primeiro a vencer uma corrida a contar para o Mundial FIA, no circuito de Spa-Francochamps.
Para a Honda, foi um ano doloroso. Apesar de Gabriele Tarquini e Tiago Monteiro tentarem fazer o melhor para andarem ao ritmo dos Citroen, tiveram poucas oportunidades de vitória. Só Tarquini conseguiu, uma vez, no Japão. Mas teve menos vitórias do que Robert Huff, que nesta temporada trocou a Chevrolet... pela Lada. Mas quer Tarquini, quer Monteiro, graças a ua temporada regular, foram "os melhores do resto". Mas o melhor dos Honda não foi nem um, nem o outro: isso ficou nas mãos do húngaro Norbert Michelicsz. Tirando a segunda corrida na ronda marroquina, o piloto hungaro acabou todas as corridas da temporada, sempre em lugares pontuáveis. Tiago Monteiro, por exemplo, conseguiu cinco pódios, mas ficou de fora em quatro corridas, e isso é importante.
Para 2015 veremos como é que as coisas se desenharão, com a expansão dos carros da Citroen - Sebastien Löeb vai colocar a sua equipa no WTCC - e veremos como é que as outras marcas reagirão, num calendário que terá imensas modificações, desde a chegada a paragens como o Qatar à presença no circuito urbano de Vila Real, em meados de julho.
Em setembro, em paragens chinesas, a FIA começava a colocar a primeira competição de veículos elétricos, a Formula E. Vinte carros, de dez equipas, faziam parte desta competição que conseguiu atrair ex-pilotos de Formula 1 e da Indycar, desde nomes como Bruno Senna, Lucas di Grassi e Sebastien Buemi, até pilotos da Indycar ou da Endurance como Mike Conway, Oriol Serviá e Matthey Brabham. Equipas como Virgin, e.dams, Andretti ou Trulli (onde o seu proprietário, Jarno Trulli, também será piloto).
Apesar das criticas e do cepticismo geral (muitos afirmaram que a competição nem passaria da primeira corrida...), na realidade, o conceito de uma competição elétrica, a correr no meio das ruas de uma cidade, está a ser suficientemente atraente para o público. E apesar de ter acontecido apenas três corridas, numa temporada de nove provas, um pouco por todo o mundo, começa a haver mais interesse de construtoras para desenvolver os carros, onde apesar de terem o mesmo chassis, os seus sistemas de propulsão poderão ser desenvolvidas pelas construtoras. Algumas delas estão associadas à equipas presentes, como a Abt (Audi) ou a e.dams (Renault).
E provavelmente outras marcas poderão estar a caminho...
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