João Barbosa fez no passado dia 11 de março 40 anos de idade. A sua carreira foi feita essencialmente la fora, especialente nos Estados Unidos. Escolheu a Endurance em detrimento da IndyCar ou da NASCAR, e deu-se muito bem. Tanto que nessa sua carreira por lá, conseguiu duas vitórias em Daytona e em 2014, a vitória no campeonato da United Sports Car Championship, ao lado do brasileiro Christian Fittipaldi.
Ambos fazem uma dupla dinâmica, do qual se junta por vezes o francês Sebastien Bourdais. Este último, quando não corre na IndyCar, faz algo que já vêm de família, pois ele nasceu em Le Mans e é filho de Patrick Bourdais. Esta tripla dinâmica consegue, ao serviço da Action Express, os melhores resultados da Endurance nos últimos tempos: vitórias em Daytona em 2010 e 2014, e este ano, para além de terem sido segundos classificados em Daytona, conseguiram agora esta vitória nas 12 Horas de Sebring, onde dezenas de lendas do automobilismo lá triunfaram. Curiosamente, esta tripla venceu pela primeira vez as 12 Horas de Sebring.
Muitos se queixam de que aqui em Portugal, ninguém conhece João Barbosa, ou falam com algum sarcasmo de que se ele fosse jogador de futebol, esta corrida abriria telejornais. Temos de ser honestos: primeiro, o automobilismo é uma elite, vista somente por apaixonados e que as transmissões televisivas estão a ir para um canto do qual temos de pagar para ver. E o futebol é o desporto das massas, do qual somos obrigados a ver que roupa veste Cristiano Ronaldo ou se o clube A ou B enche estádios.
Francamente, pergunto-me se precisamos que o automobilismo precisa de ser visto pelas massas. Na minha opinião, não. Eu sei que é polémico dizer isso, mas creio que ele está feliz por conseguir o que consegue, por ele mesmo, sem "lobbies". O que interessa nesta altura é que tenha a devida cobertura por parte da imprensa especializada e ser aplaudida e lembrada pela multidão que ama o automobilismo. E nessa parte, que é uma grande minoria, ele têm o carinho que merece. E acho que isso já chega.
Dito isto, parabéns os três, todos eles lendas do automobilismo por eles mesmos. E ontem escreveram mais uma página nessa história.
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