Inesperadamente, o dia amanhece na Austrália com a noticia da morte de Charlie Whitting, o "starter" oficial dos Grades Prémios. Aos 66 anos de idade, o antigo mecânico da Hesketh e Brabham sucumbiu a uma embolia pulmonar, e o "paddock" da Formula 1 viu-se privado de uma das personagens mais conhecidas do meio. Tudo isto a três dias da primeira corrida do ano e a três corridas do milésimo Grande Prémio da história da categoria máxima do automobilismo.
“É com imensa tristeza que fiquei sabendo da morte repentina de Charlie. Conheço há muitos anos e ele tem sido um grande Diretor de Corrida, uma figura central e inimitável na Fórmula 1, que incorporou a ética e o espírito deste desporto fantástico. A Fórmula 1 perdeu um amigo fiel e um embaixador carismático em Charlie. Todos os meus pensamentos, os da FIA e toda a comunidade do automobilismo vão para sua família, amigos e todos os amantes da Fórmula 1”, disse Jean Todt no comunicado oficial da FIA, emitido na madrugada desta quinta-feira.
Ross Brawn também disse de sua justiça sobre Whitting: “Eu conheço Charlie por toda a minha vida nas corridas. Nós trabalhamos como mecânicos juntos, nos tornamos amigos e passamos muito tempo juntos em pistas de corridas do mundo todo. Eu fiquei imensamente triste quando ouvi a trágica notícia. Estou devastado", contou.
Nascido a 12 de agosto de 1952 e terras britânicas, começiu a sua carreira no automobilismo ao ser mecânico e assistir o seu irmão mais velho, Nick, enquanto ambos preparavam um Surtees de Formula 5000 para a piloto Divina Galica. Em 1977, entrou na Formula 1 através da Hesketh, e quando a equipa fechou as portas, em 1978, ele foi para a Brabham, onde se tornou mecanico, subindo na hierarquia em 1981, após a saida de Alistair Caldwell, assistindo o carro de Nelson Piquet nos títulos de 1981 e 83.
Whitting ficou na Brabham até 1988 onde acompanhou Ecclestone nas funções da FIA, primeiro como delegado técnico, e a partir de 1997, delegado técnico encarregado da segurança dos carros e dos circuitos. Para além disso, ele aplicava as regras e regulamentos da FIA nos Grandes Prémios, observava os carros no Parque Fechado, era o "starter" oficial dos Grandes Prémios, e muitas das vezes era ele que mostrava a bandeira de xadrez para assinalar o final dos Grandes Prémios.
Ainda não se sabe quem será o seu sucessor, mas o mais cogitado é Jo Bauer, antigo mecânico da McLaren, que também está como delegado da FIA desde há mais de década e meia. E certamente, no domingo, muitos se lembrarão de Whitting e dos seus conselhos e avisos aos pilotos e dirigentes do pelotão da Formula 1, e um dos "Bernie boys". Ars lunga, vita brevis, Charlie.
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