Estamos em dezembro, começamos a montar as nossas árvores de Natal, e os cartões de Natal começam a aparecer por todo o lado. Uns mais tradicionais, outros mais... humorísticos. Algures neste mês iremos ver o cartão do Bernie Ecclestone, mas por agora, estamos a ver o cartão de Natal da Red Bull, onde Max Verstappen e Daniel Ricciardo estão a perguntar se gostam das suas conduções. Pois...
sábado, 3 de dezembro de 2016
Abandonar no Auge: 1 - Mike Hawthorn (1958)
A decisão inesperada de Nico Rosberg de abandonar a carreira no seu auge, aos 31 anos, mostrou a toda a gente que o automobilismo pode ser uma atividade absorvente, do qual haverá sempre algo a perder, como por exemplo, o convívio com os amigos e a familia. Numa temporada que em 2016 acabou por ser a mais extensa de sempre, com 21 corridas, estar quase metade do ano fora de casa, por vezes em fins de semana seguidos...
Mas a situação não é virgem. Por vários motivos, alguns pilotos já abandonaram no auge das suas carreiras. Uns porque queriam evitar ter o destino de muitos dos seus companheiros de equipa ou outros pilotos, outros porque alcançaram o seu objetivo e não havia nada mais a fazer, outros até porque se viram encurralados em situações que não queriam aceitar. E ao longo destes dias, vamos recordar estas situações, começando por Mike Hawthorn, que até hoje é o campeão mais novo a retirar-se da Formula 1, apenas com 29 anos de idade.
Nascido a 10 de abril de 1929 em Mexborough, no Yorkshire inglês, Hawthorn começou na Formula 1 logo em 1952, aos 23 anos, a bordo de um Cooper. Conseguiu o seu primeiro pódio logo no GP da Grã-Bretanha, com um terceiro lugar, acabando a temporada na quinta posição, com dez pontos. No ano seguinte, passou para a Ferrari, onde conseguiu em França a primeira vitória de um piloto britânico, no GP de França, após um duelo com Juan Manuel Fangio. Acabou essa temporada na quarta posição, com 19 pontos. Voltaria a vencer no ano seguinte, em Barcelona, acabando nessa temporada na terceira posição, com 24 pontos.
Venceu as 24 horas de Le Mans em 1955, numa corrida marcada pelo acidente que matou mais de 80 pessoas durante a prova, quando o seu carro, um Jaguar com travões de disco, abrando inesperadamente à frente do Mercedes de Pierre "Levegh", que se despistou e embateu contra o muro onde se situava a bancada cheia de espectadores. Por esta altura, conhecera e fizera uma grande amizade com o seu compatriota Peter Collins, que o chamava de "Mon Ami, Mate".
Em 1958, a Ferrari tinha uma boa máquina, que andava contra os Maserati 250F, os Cooper de motor traseiro e os Vanwall. O modelo 246 Dino fazia parte de uma equipa que tinha ele, Collins e o italiano Luigi Musso, entre outros. Musso era o mais veloz, enquanto que Collins e Hawthorn eram mais consistentes, especialmente contra os Vanwall guiados por Tony Brooks e Stuart Lewis-Evans, e os Cooper de Stirling Moss.
A grande corrida de Hawthorn aconteceu de novo em Reims, no GP de França. O inglês venceu perante Collins e os Vanwall, numa corrida marcada pelo acidente mortal de Musso e a última corrida de Juan Manuel Fangio, que foi quarto e que em sinal de respeito. Hawthorn não o dobrou.
Contudo, o acidente mortal do seu amigo Collins, no Nordschleife, fez com que pensasse na retirada. Mas também havia outra razão, mais obscura: Hawthorn sofria de uma doença nos rins, e era provável que não iria viver por muito tempo. Controlou a distância para Moss, e apesar de vencer apenas uma corrida, conseguiu sete pódios, acabando com 42 pontos. E para piorar as coisas, na prova final do campeonato, em Marrocos, viu o seu compatriota Lewis-Evans sofrer um acidente mortal.
Hawthorn pensava que andaria o resto a vida a gozá-la, mas foi por muito pouco tempo: a 22 de janeiro de 1959, meteu-se numa competição de estrada com o Mercedes 300 SL de Rob Walker. Hawthorn ia no seu Jaguar 3.4 MK1 quando perdeu o controle do seu carro, sofrendo o seu acidente fatal. Tinha 29 anos.
O legado de Hawthorn, como o primeiro piloto britânico a vencer o Mundial, mantêm-se até hoje com a atribuição do Hawthorn Memorial Trophy, atribuído todos os anos ao melhor piloto britânico - ou da Commenwealth - na Formula 1.
O legado de Hawthorn, como o primeiro piloto britânico a vencer o Mundial, mantêm-se até hoje com a atribuição do Hawthorn Memorial Trophy, atribuído todos os anos ao melhor piloto britânico - ou da Commenwealth - na Formula 1.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
E agora, Mercedes?
A noticia da retirada de Nico Rosberg é o relâmpago que iluminou um dia limpo na paisagem, se quisermos colocar isto de uma forma metafórica. Mas de uma certa maneira, agora faz algum sentido. Esta tarde, o Luis Fernando Ramos, vulgo o Ico, contou no Twitter que no domingo, em Abu Dhabi tinha visto o piloto mentalmente exausto com tudo o que tinha acontecido.
De uma certa forma, faz sentido. Acabamos de ver o campeonato mais longo de sempre, com 21 corridas. Esses vinte e um fins de semana longe da familia, de mulher e filhos, desgastam qualquer um porque, se formos ver bem, é quase metade do ano. Aliás, curiosamente, o próprio Ico tinha anunciado que iria deixar de seguir a Formula 1 circuito a circuito, como fazia antes. Portanto... se isto é desgastante para profissionais da comunicação social, porque é que seria diferente para os pilotos, mecânicos, funcionários e dirigentes?
E ainda por cima, o campeonato foi desgastante dentro da Mercedes. As pressões de Lewis Hamilton para que lhe dessem estatuto de primeiro piloto - hoje surgiu uma noticia dizendo que o inglês ameaçou abandonar a equipa após o incidente do GP de Espanha, em Barcelona - podem ter feito com que o ambiente ficasse pouco respirável. Nico, que é mais uma pessoa de familia do que um "politico", poderá ter aguentado as pressões e concentrado em ser o melhor piloto possível e conseguir o seu campeonato. E a partir dali, sentia-se desobrigado a continuar ali, já que o seu grande objetivo tinha sido alcançado.
E agora? Claro, a Mercedes não tem pressa. Todos querem aquele lugar, mesmo que tenham contratos. Essa abertura poderia ter acontecido em 2018, mas esta antecipação pode ter baralhado tudo. Se a marca quiser alguém "da casa", irá colocar Pascal Wehrlein, dando a chance de Hamilton ser tetracampeão, havendo ali uma hierarquia semelhante ao que houve entre Michael Schumacher e Rubens Barrichello, nos tempos da Ferrari. Mas quase dez anos antes, falou-se o mesmo de Lewis Hamilton quando se estreou na McLaren, e ele conseguiu bater o pé a Fernando Alonso...
Essa é a opinião mais lógica.
Mas há outros pilotos que querem o lugar, que tem talento, que são campeões, mas que neste momento estão um pouco longe da ribalta por causa dos seus carros. Fernando Alonso e Sebastian Vettel são os candidatos mais óbvios. O espanhol de 35 anos "vegeta" na McLaren, onde não conseguiu qualquer pódio desde o seu regresso, em 2015. Os motores Honda não são aquilo que ele esperava (o famoso "GP2 engine" em Suzuka foi o melhor exemplo disso...) e tenta melhorar as coisas antes de tentar a sua sorte noutra equipa... ou noutra competição. Ele já anda desde há algum tempo a namorar a Endurance, por exemplo.
No caso do alemão da Ferrari, a situação poderá... piorar. Desde 2015 na Scuderia, o piloto alemão venceu três provas nessa temporada, mas esta temporada, as coisas não correram lá muito bem. Sem vitórias e batidos pelos Red Bull, depois de terem começado a temporada à frente deles, as coisas poderão piorar em 2017 após a saída de James Allison, o diretor técnico. Há quem preveja que a Ferrari esteja numa espiral descendente em termos de performance, dizendo que o novo chassis, com as novas regras, possa ser pior do que o deste ano.
Se ambos tiverem poder para rasgar os seus contratos e tentarem a sua sorte na Mercedes, não seria descabido. Mas eu creio mais na chance Wehrlein, que apesar de ter 22 anos, foi campeão da DTM em 2014 - o mais novo de sempre, diga-se - e claro, é piloto de testes da Mercedes.
Mas claro, a Mercedes não tem pressa. E ainda não sabemos que mais surpresas poderão vir aí. Ouvem-se umas coisas aqui e ali, sabem? Quanto a Nico, que goze o primeiro dia do resto da sua vida, com a sua mulher e garotos. Os que tem e os que virão.
Ultima Hora: Nico Rosberg anuncia a sua retirada
Nico Rosberg surpreendeu a Formula 1 e o automobilismo em geral ao anunciar esta tarde que abandonaria a competição com efeito imediato. O anuncio foi feito em comunicado oficial, poucas horas antes da entrega de prémios da FIA, em Viena.
"Eu quero aproveitar a oportunidade para anunciar o final da minha carreira de Fórmula 1, com efeito imediato", disse Rosberg.
"É difícil de explicar, foi desde que comecei, quando eu tinha seis anos de idade, que tive um sonho muito claro e que foi de se tornar campeão mundial de Fórmula 1. Agora eu consegui isso, eu coloquei tudo nele durante 25 anos de carreira e com a ajuda de todos ao meu redor, dos fãs, da minha equipa, da minha família e amigos que consegui alcançar. Foi uma experiência incrível para mim do qual vou me lembrar para sempre.
"Ao mesmo tempo, tem sido muito, muito difícil, porque ao perder nos dois últimos anos para Lewis foram momentos extremamente difíceis para mim, o que alimentou a minha motivação de uma forma que eu nem sabia que era possível. Finalmente, consegui o meu sonho", concluiu.
Filho de Keke Rosberg, Nico tem 31 anos (nasceu a 27 de junho de 1985) e começou na Formula 1 em 2006, ao serviço da Williams. Em 2010, passou para a Mercedes, onde ficou até agora. Ao todo, tem 206 Grandes Prémios, onde venceu por 23 vezes, com 57 pódios. Para além disso, tem 30 pole-positions e vinte voltas mais rápidas.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
Rumor do Dia: Paul Ricard de volta em 2018?
Quando se discute os pormenores do calendário de 2017 da Formula 1, na próxima segunda-feira poderá haver o regresso de um clássico: Paul Ricard. Mais concretamente o GP de França, que poderá regressar após dez anos de ausência.
Segundo conta a imprensa francesa, o dossier, elaborado desde há alguns meses, fala que a corrida acontecerá no final do verão - entre os GP's da Bélgica e da Itália - e terá a duração de cinco temporadas, até 2022. Existente desde 1971 como o circuito de Le Castelet - serão construídas tribunas provisórias ao longo da pista.
O anuncio será feito em Paris, e também será o regresso da Formula 1 a Paul Ricard, que acolheu a Formula 1 pela última vez em 1990, numa corrida ganha por Alain Prost, e onde Ivan Capelli conseguiu o segundo posto a bordo do seu Leyton House-Judd.
A partir do ano seguinte, a Formula 1 foi para Magny-Cours, onde lá ficou até 2008, data da última corrida em paragens francesas.
Youtube Rally Testing: O ensaio do Hyundai i20 de 2017
A Hyundai continua os seus ensaios para 2017 com a sua versão do modelo i20. Os três pilotos - Thierry Neuville, Dani Sordo e Hayden Paddon - estão no sul de França para se prepararem para o Rali de Monte Carlo, e ontem, Sordo passou por uma situação insólita, quando o seu carro sobreaqueceu e ele não teve outra chance que não... mergulhar o carro no rio.
A situação é contada na Autosport portuguesa. O carro salvou-se - tanto que hoje, está Paddon ao volante - mas o insólito da situação vale a pena ser referido. Contudo, o video que coloco aqui é um pouco mais antigo, com Thierry Neuville ao volante, onde se pode ver o carro a ser preparado para o Rali de Monte Carlo, previsto para o finnal do mês de janeiro.
WTCC: Definido o calendário de 2017
O WTCC apresentou hoje o seu calendário provisório, e há muitas novidades. Vai ter dez rodadas duplas ao longo da temporada - menos duas do que em 2016 - com as noticias do regresso de Monza e Macau ao convivio do Mundial de Turismos. Em contraste, sairão as corridas da Slovakiaring, Moscovo e Buniram, na Tailândia. A prova de abertura será agora em Marrakech, a 9 de abril, enquanto que a jornada de encerramento continuará a ser no circuito qatari de Losail.
Entretanto, com a saída da Citroen e da Lada, as marcas oficiais passam a ser apenas duas, com a Volvo e a Honda a fazerem parte do campeonato. E por causa disso, irá aparecer uma nova categoria, a TCN2, onde poderão correr os carros com regulamentos para os TCR.
Para além disso, o promotor do WTCC anda a discutir a ideia de "joker laps", semelhante ao que há no Rallycross, mas apenas nos circuitos citadinos. A FIA disse que iria estudar a medida, afirmando que haverá sempre questões relacionadas com a segurança a serem tratadas, em relação a esse assunto.
“A pedido do promotor do WTCC, o Conselho Mundial para o Desporto Motorizado aprovou novas investigações quanto à possibilidade de implementar uma ‘Joker Lap’ nos seus circuitos temporários. O processo está neste momento a cargo das Comissões da FIA para a Segurança e Circuitos”, lê-se no comunicado oficial da FIA.
Eis a temporada completa.
9 de abril - Marrakech, Marrocos
30 de abril - Monza, Itália
14 de maio - Hungaroring, Hungria
27 de maio - Nurburgring Nordschleife, Alemanha
25 de junho - Vila Real, Portugal
6 de agosto - Termas de Rio Hondo, Argentina
15 de outubro - Xangai, China
29 de outubro - Motegi, Japão
19 de novembro - Macau
1 de dezembro - Losail, Qatarquarta-feira, 30 de novembro de 2016
O futuro da Manor Racing
Quando andei a escrever por estes dias sobre o futuro da Formula 1, deixei de fora um assunto interessante chamado "Manor Racing". Na altura, a razão teve a ver com as poucas infornações que tinha sobre este assunto, mas desde então surgiram mais algumas que permitem completar este quadro. E não sendo a "quarta parte" sobre o futuro da formula 1, é um adendo bem interessante, por causa das coisas que estão envolvidas.
Pois bem, nos últimos dezoito meses, havia um segredo bem guardado: a Manor estava à venda. É verdade que Stephen Fitzpatrick tinha conseguido ficar com o espólio da equipa e sustentar a equipa graças à sua fortuna pessoal como dono da OVO, a companhia de electricidade e gás britânica, e por causa isso tinha conseguido motores Mercedes e projetistas como Nicolas Tombazis, entre outros, mas o projeto dependeria de arranjar parceiros a médio prazo para ajudar a evolui-lo.
Contudo, o Joe Saward falou ontem no seu blog que Fitzpatrick anda a tentar vender a equipa desde há algum tempo, mas que ainda não tinham chegado propostas suficientemente chorudas para que ele as aceite. Mas recentemente, surgiu uma pessoa que deseja a equipa: Tavo Helmund, o mexicano que está por trás da construção do Circuito das Américas e do regresso do GP do México à Formula 1, em 2015. Apesar de ele não ter muito dinheiro, é uma pessoa que "faz as coisas acontecer", para além de ser alguém que está nas boas graças de Bernie Ecclestone. Como Helmund conseguiu colocar de pé um circuito e recuperar outro, em pouco mais de meia década, é preciso dar-lhe crédito nestas coisas...
Caso Helmund fique com a Manor, não vai dar muito nas vistas. Vai ajudar a arranjar dinheiro (e parceiros) quer americanos, quer mexicanos, e já deverá ter na sua equipa um piloto com dinheiro: Esteban Gutierrez. Que vai alinhar ao lado de Pascal Wehrlein, que em principio, renovará com a equipa por uma segunda temporada... e um desconto nos motores Mercedes.
Também ouviu-se o rumor - na semana passada - que Ron Dennis poderia estar interessado em adquirir a Manor, mais para mostrar aos parceiros da McLaren - que como sabem, despediram-no da equipa de Woking - que ainda não estava acabado na Formula 1. Mas isso caiu cedo por terra.
Resta saber se o chassis de 2017 para a Manor seja um daqueles bons, pois isso poderia ser necessário para impulsionar a equipa para o meio do pelotão, que é a grande ambição da marca. E se não fosse o grande desempenho de Felipe Nasr em Interlagos, talvez estariam a comemorar esse feito por esta altura...
terça-feira, 29 de novembro de 2016
A imagem do dia
Ontem à noite, quando escrevia o meu primeiro artigo exclusivo para a Drivetribe, lembrei-me que hoje passavam 41 anos sobre o acidente mortal de Graham Hill, e que também matou toda a sua equipa de Formula 1: o seu piloto, Tony Brise, o projetista Andy Smallman, e os mecânicos Tony Alcock e Terry Richards. E o artigo - que tinha a foto acima - começa assim:
"Em breve... todos estarão mortos. Graham Hill, Tony Brise, Andy Smallmann e os mecânicos Tony Alcock e Terry Richards, todos estavam no avião onde Hill pilotava, do sul de França, rumo a Londres, para um jantar para angariar mais patrocinios para a temporada de 1976. A temporada anterior tinha sido boa, com três pontos e desempenhos prometedores por parte de Brise, então com 23 anos e na sua temporada de estreia na Formula 1".
Nunca pensei que, ao acordar esta manhã, iria assistir a outra tragédia desportiva. Poucas horas antes, nas colinas dos arredores da cidade colombiana de Medellin, um avião despenhava-se, trazendo consigo a equipa de futebol do Chapecoense, de Santa Catarina, no Brasil. Iriam jogar a final da Copa Sulamericana, a segunda mais importante do continente, contra o Atletico Nacional. Dos 81 que seguiam a bordo, 76 morreram, e de toda a equipa, aparentemente há apenas um sobrevivente.
Como podem imaginar, o mundo inteiro está em choque, e mesmo eu, que muitas das vezes fujo dos excessos do futebol, não consigo ficar indiferente a esta tragédia humana. Alguns amigos meus brasileiros choram neste momento perdas pessoais de colegas jornalistas que seguiam naquele fatídico avião.
Hoje, de uma forma ou outra, iria sempre lembrar de Graham Hill e de todos aqueles que seguiam naquele avião naquela tarde de outono de 1975. Mas hoje, este ano, isto vem como uma terrível coincidência. Os meus sentimentos para todos eles, quer hoje, quer os que pereceram no passado já distante.
Rumor do Dia: Safari regressa ao WRC?
O Rali Safari poderá voltar ao Mundial de Ralis no final da década. Um dos clássicos do automobilismo num passado relativamente recente, soube-se hoje que o governo queniano e a FIA estarão a combinar um plano para o regresso da longa prova para o WRC em 2019.
Segundo conta a Autosport portuguesa, o plano consiste em organizar um evento de cariz nacional, mas ajustado às exigências da FIA em 2017. Caso seja bem sucedido, o rali poderá ser realizado em 2018 como um evento-teste, com carros do WRC. E claro, se esse rali for bem sucedido em termos de corrida e de organização, poderá estar no calendário do Mundial dentro de dois anos e meio.
O Rali Safari, um dos mais desafiantes e demolidores dos ralis, foi organizado pela primeira vez em 1953, como "Coronation Safari Rally", para celebrar a coroação da raínha Isabel II. Em 1960, passou a ser chamado de "East Africam Safari Rally", pois também passava por estradas na Tanzânia e Uganda, e em 1972, teve estatuto internacional, com o primeiro vencedor a ser o finlandês Hannu Mikkola.
Fazendo parte do calendário original do campeonato do mundo, em 1973, viu o piloto local Shekthar Metha a sair vencedor por cinco vezes (1974, 1979-82), com o sueco Bjorn Waldegaard a seguir, com três vitórias (1984, 86 e 1990), o finlandês Juha Kankkunen, (1985, 91 e 93) e o escocês Colin McRae (1997, 99 e 2002), todos com três vitórias cada um.
O Rali Safari esteve pela última vez no Mundial em 2002, e desde então faz parte do campeonato africano de ralis.
Que Formula 1 vamos ter num futuro próximo? (última parte)
Em 2017, os carros de Formula 1 serão radicalmente diferentes dos que são este ano. Mais agressivos de forma aerodinâmica, com asas frontais e traseiras maiores do que atualmente, e com pneus mais grossos do que em 2016.
Iremos ver um carro radical, agressivo, e a diferença em termos de medidas do chassis reflete isso mesmo. em termos de largura, vão passar dos 1650 milimetros para os 1800 na parte da frente, enquanto que atrás, passarão dos 1800 para os 2000 milimetros. Em termos de piso, estes vão passar dos 1400 para os 1600 milimetros, enquanto que a nova asa traseira terá 800 milimetros de altura e 950 de comprimento, quase como eram as asas traseiras em 2008. Os difusores serão aumentados dos 125 para os 175 milimetros.
Em termos de "borracha", as diferenças são grandes: sessenta milímetros nas rodas dianteiras, a passarem dos 245 para 305 milímetros. E na traseira, as mudanças serão ainda maiores, já que esses pneus vão passar de 325 para os 405 milímetros, uma diferença de 80 milímetros. Na apresentação dos novos pneus, em Abu Dhabi, no final da semana passada, a Pirelli garante que com estes pneus, os carros serão três segundos mais velozes do que atualmente.
“Gostaria de agradecer a todas as equipas que nos permitiram desenvolver os nossos novos pneus para 2017. Conseguimos grandes avanços desde que iniciámos os testes com os novos pneus, no início de agosto, e estamos satisfeitos com os resultados obtidos pela maioria dos compostos. Mas também sabemos que o trabalho está apenas a começar. Para além disso, o progresso aerodinâmico vai também contribuir para que os carros sejam mais rápidos por volta, penso que cinco segundos na comparação com 2015 e cerca de três segundos comparado a este ano”, disse Paul Hembery, diretor da Pirelli, na apresentação dos novos pneus.
Apesar de haver aquele ceticismo em relação aos chassis, é um facto de que este conjunto será bem mais veloz do que anteriormente. Parece que esta FIA deseja ver carros mais velozes do que anteriormente, e não é só na Formula 1, pois os carros do WRC também vão nesse sentido: agressivos e velozes.
Ao longo deste ano, apareceram algumas vozes que mostraram preocupação sobre a capacidade dos carros poderem seguir uns aos outros, como tem acontecido até agora. Os projetistas afirmam que isso poderá ser respondido com o desenho das asas dianteiras e traseiras que eles poderão fazer nos seus carros, e que atenue esse problema. Mas os carros serão 50 quilos mais pesados em 2017, por causa dos componentes dos KERS que transportam, e isso poderá afetar o comportamento do carro em pista.
Mas apesar de tudo, o que estes novos chassis irão mostrar? Pat Symmonds, da Williams, não acredita que os carros serão mais velozes em cerca de cinco segundos, apesar das garantias dadas pela Pirelli em relação aos pneus. Ele afirma que estes carros terão um comportamento semelhante aos de 2004-05.
"Para dar um exemplo, uma curva feita agora a 200 km/hora vai subir 30-35km/h. Irá adicionar um G. Vai ser um pouco mais físico, mas não será nada de especial, eu acho", começou por dizer.
"O desempenho vai ficar parecido com os carros de meados de 2000, mas não exactamente por ali. Você se lembra do objetivo dos cinco segundos por volta? Não tenho certeza que vamos conseguir isso. Temos grande desconhecido com os pneus, é claro, nós realmente não sabemos onde estamos, mas fazendo alguns pressupostos razoáveis com os pneus, eu acho que vamos andar pela casa dos quatro segundos." continuou.
"Em lugares como Barcelona, onde este tipo de carro será bastante performante, será mais do que isso, mas noutros lugares, como Monza, por exemplo, onde você estará tendo um monte de downforce porque você vai ter de arrastar pneus mais largos - e eu não acho que vamos ver muita diferença nos tempos por volta em uma pista como essa", concluiu.
Apesar de haver algumas ideias em termos de velocidade, também não se prevê que haja diferenças em termos de hierarquia atual ma Formula 1. Mercedes e Red Bull poderão estar na luta pelas vitórias, com Ferrari a espreitar, e o resto do pelotão a ver se consegue fazer um bom chassis, ou um chassis suficientemente bom para causar boa impressão, como aconteceu com a Williams em 2014, por exemplo. E isso vai ser um pouco mais complicado devido aos limites em termos de uso dos túneis de vento, para desenhar os chassis de 2017.
Contudo, o melhor teste irá acontecer na pista, em março do ano que vem, quando máquinas e pilotos se voltarem a enfrentar-se para mais uma temporada. Muitas das vezes, as alterações das hierarquias acontecem quando existem alterações nos regulamentos. Foi assim que a Brawn GP tomou conta do pelotão da Formula 1 em 2009 (embora se fale de alguns pulos no regulamento com o consentimento da FIA) ou quando a Red Bull se tornou na força dominante em 2010, onde assim ficou até 2013, ou então quando as alterações nos motores - que passaram para os atuais V6 Turbo de 1.6 litros - fizeram com que a Mercedes dominasse o pelotão até aos dias de hoje. A manutenção (ou alteração) da hierarquia na Formula 1 dependera sempre de como os projetistas e engenheiros peguem nos regulamentos e os aproveitem da melhor maneira possível.
“Gostaria de agradecer a todas as equipas que nos permitiram desenvolver os nossos novos pneus para 2017. Conseguimos grandes avanços desde que iniciámos os testes com os novos pneus, no início de agosto, e estamos satisfeitos com os resultados obtidos pela maioria dos compostos. Mas também sabemos que o trabalho está apenas a começar. Para além disso, o progresso aerodinâmico vai também contribuir para que os carros sejam mais rápidos por volta, penso que cinco segundos na comparação com 2015 e cerca de três segundos comparado a este ano”, disse Paul Hembery, diretor da Pirelli, na apresentação dos novos pneus.
Apesar de haver aquele ceticismo em relação aos chassis, é um facto de que este conjunto será bem mais veloz do que anteriormente. Parece que esta FIA deseja ver carros mais velozes do que anteriormente, e não é só na Formula 1, pois os carros do WRC também vão nesse sentido: agressivos e velozes.
Ao longo deste ano, apareceram algumas vozes que mostraram preocupação sobre a capacidade dos carros poderem seguir uns aos outros, como tem acontecido até agora. Os projetistas afirmam que isso poderá ser respondido com o desenho das asas dianteiras e traseiras que eles poderão fazer nos seus carros, e que atenue esse problema. Mas os carros serão 50 quilos mais pesados em 2017, por causa dos componentes dos KERS que transportam, e isso poderá afetar o comportamento do carro em pista.
Mas apesar de tudo, o que estes novos chassis irão mostrar? Pat Symmonds, da Williams, não acredita que os carros serão mais velozes em cerca de cinco segundos, apesar das garantias dadas pela Pirelli em relação aos pneus. Ele afirma que estes carros terão um comportamento semelhante aos de 2004-05.
"Para dar um exemplo, uma curva feita agora a 200 km/hora vai subir 30-35km/h. Irá adicionar um G. Vai ser um pouco mais físico, mas não será nada de especial, eu acho", começou por dizer.
"O desempenho vai ficar parecido com os carros de meados de 2000, mas não exactamente por ali. Você se lembra do objetivo dos cinco segundos por volta? Não tenho certeza que vamos conseguir isso. Temos grande desconhecido com os pneus, é claro, nós realmente não sabemos onde estamos, mas fazendo alguns pressupostos razoáveis com os pneus, eu acho que vamos andar pela casa dos quatro segundos." continuou.
"Em lugares como Barcelona, onde este tipo de carro será bastante performante, será mais do que isso, mas noutros lugares, como Monza, por exemplo, onde você estará tendo um monte de downforce porque você vai ter de arrastar pneus mais largos - e eu não acho que vamos ver muita diferença nos tempos por volta em uma pista como essa", concluiu.
Apesar de haver algumas ideias em termos de velocidade, também não se prevê que haja diferenças em termos de hierarquia atual ma Formula 1. Mercedes e Red Bull poderão estar na luta pelas vitórias, com Ferrari a espreitar, e o resto do pelotão a ver se consegue fazer um bom chassis, ou um chassis suficientemente bom para causar boa impressão, como aconteceu com a Williams em 2014, por exemplo. E isso vai ser um pouco mais complicado devido aos limites em termos de uso dos túneis de vento, para desenhar os chassis de 2017.
Contudo, o melhor teste irá acontecer na pista, em março do ano que vem, quando máquinas e pilotos se voltarem a enfrentar-se para mais uma temporada. Muitas das vezes, as alterações das hierarquias acontecem quando existem alterações nos regulamentos. Foi assim que a Brawn GP tomou conta do pelotão da Formula 1 em 2009 (embora se fale de alguns pulos no regulamento com o consentimento da FIA) ou quando a Red Bull se tornou na força dominante em 2010, onde assim ficou até 2013, ou então quando as alterações nos motores - que passaram para os atuais V6 Turbo de 1.6 litros - fizeram com que a Mercedes dominasse o pelotão até aos dias de hoje. A manutenção (ou alteração) da hierarquia na Formula 1 dependera sempre de como os projetistas e engenheiros peguem nos regulamentos e os aproveitem da melhor maneira possível.
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
Continental Circus na DriveTribe
Como é sabido, Jeremy Clarkson, James May e Richard Hammond apresentaram hoje a Drivetribe, uma rede social dedicada aos fanáticos do volante e restantes "gearheads" e "petrolheads". Lá, pode-se ver um pouco de tudo que tenha rodas e volante, tenham elas uma, duas ou quatro rodas.
A ideia da Drivetribe é juntar toda essa gente das duas uma: ou mostrar coisas dos quais poucos falam e do qual tem curiosidade em saber, ou então, reunir uma "tribo" de pessoas do qual se unem o amor a algo, como marcas e modelos de carros, determinada competição, determinada corrida, entre outras coisas. E falarem daquilo que os une... ou então, do que separa.
Assim sendo, este "estaminé" aderiu há uns tempos à tal rede social para ver se atrai ainda mais gente para este mundo, e o link está aqui, caso queiram seguir. Já estão lá algumas coisas, para "decorar" o lugar, e outros serão colocados a seu tempo.
Pequeno detalhe: todos os meus posts por lá serão em português, não em inglês. Só para vos avisar.
A(s) image(ns) do dia
Como cantou certo dia Chico Buarque, "foi bonita a festa, pá". Em Abu Dhabi, todos comemoraram um titulo merecido. E digo isto porque todos os campeões o merecem o "caneco" alcançado. Por muito que digam que Nico Rosberg não o mereça, respondo com uma frase que li hoje no Twitter: "por cada Gilles Villeneuve há sempre um Jody Scheckter".
O título de Nico não caiu do céu aos trambolhões. Foi conquistado ao longo de 21 corridas, no campeonato mais longo de sempre. Alcançou-se graças à persistência de se saber lá estar quando os seus adversários falharam. Pode-se dizer que esse momento decisivo aconteceu em Sepang, quando o motor de Lewis Hamilton explodiu na corrida malaia. E como o pior momento de Nico foi aquele toque no Red Bull Ring, que o fez arrastar até ao oitavo posto da corrida austríaca, podemos dizer que tudo ficou decidido nesses detalhes. E digo isto por Barcelona não conta. Afinal, nessa prova, foram auto-eliminados...
Nico Rosberg tornou-se no segundo filho de campeão a ser campeão, vinte anos depois de Damon Hill. E entre ambos, tiveram 34 anos a separá-los. E por coincidência, os primeiros títulos de Graham Hill e do seu filho foram separados por... 34 anos (1962-96). Foram campeonatos ganhos com cérebro, e porque "estavam lá", algo do qual muita gente não gosta lá muito. Daí dizerem que a Formula 1 está como está... mas alguma vez esteve como eles queriam, numa espécie de Paraíso da Terra, antes do Pecado Original? Ou foi algo que eles congelaram nas suas mentes, um dia, e desde então tem tentado repetir? Algo que provavelmente não voltará mais?
A Formula 1 - e o automobilismo, no geral - são muitos momentos, interligados uns nos outros. Há poucos momentos altos, mas muitos momentos médios, aqueles que raramente são recordáveis. Mas fazem parte. Todos fazem parte. Há Sennas, Fangios, Villeneuves, Clakrs, Schumachers, da mesma forma que há Inoues, Deletrazes, Chaves, Rebaques, Zuninos, Ides... gloriosos "rejects" que apareceram nos ecrãs de televisão pelas piores razões, serem tão lentos que envergonhavam o mais lento dos caracóis. Mas os medianos também fazem parte da vida do automobilismo, por muito que os queiram colocar para debaixo do tapete da História. Quer queiram, quer não, eles existem.
Muitos vão dizer que a história deste campeonato é a do título que Hamilton perdeu, irão denegrir Nico Rosberg até quanto puderem. Vão dizer que é o campeonato que revelou Max Verstappen, também. Mas lembro-me que em 2010, havia quem dissesse que Michael Schumacher, no seu regresso, ainda iria ter forças para "desfazer" o filho de Keke Rosberg. Schumacher acabou por ter um só pódio nas três temporadas em que lá teve e as vezes em que o superou na grelha de partida contaram-se pelos dedos de uma mão. Há quem possa dizer justificar os factos porque Schumacher estava velho, mas os factos estão lá, não podem ser escondidos ou ignorados.
Nico Rosberg teve hoje, aos 31 anos de idade, o título que merecia há muito. Não é espalhafatoso, é um homem de familia. Não tem o corpo coberto de tatuagens, mora no Mónaco. Não tem Kanye West como amigo pessoal, é alemão. Não tem um avião particular de cor vermelha ou de outra cor, não leva animais de estimação para os circuitos, é casado e tem filhos. Trabalha muito e teve aqui a sua recompensa. E tal como seu pai em 1982, mereceu-o inteiramente este troféu.
Parabéns, Nico!
domingo, 27 de novembro de 2016
Formula 1 2016 - Ronda 21, Abu Dhabi (Corrida)
E pronto, chegamos ao momento decisivo. Por muitos que digam que esta luta pelo título é aborrecida, pelo facto de ser decidida entre os pilotos de uma mesma equipa, não se pode dizer que teve um desfecho antecipado, bem pelo contrário. Aliás, desde o inicio do domínio dos Flechas de Prata, que somente em 2014 é que a luta pelo título foi resolvida na última corrida, com Lewis Hamilton a levar a melhor sobre Nico Rosberg porque o seu carro teve problemas.
Mas chegou ao fim o campeonato mais longo da História da Formula 1. Foram 21 corridas, nos quatro cantos do mundo, onde se viu o longo duelo entre o britânico e o alemão, e onde vimos os bons e maus momentos de ambos os pilotos, com momentos como o acidente que eliminou ambos os pilotos em Barcelona, ou o toque que prejudicou Nico Rosberg no Red Bull Ring, ou então - e esse foi o mais decisivo - o motor quebrado do piloto numero 44 no GP da Malásia, em Sepang. E também os momentos em que a Red Bull aproveitou estas raras falhas dos Flechas de Prata para ficar com o lugar mais alto do pódio, para gáudio de (alguns) fãs.
Havia expectativas sobre a partida para saber se algum dos pilotos iria ter uma má largada, beneficiando o outro piloto. No final, a largada foi normal: Hamilton largou bem, com Rosberg atrás, mas Max Verstapen, que queria aproveitar a partida para apanhar os Mercedes, perdeu o controlo do seu carro na segunda curva, vitima de um excesso seu. O holandês fez um pião e caiu para o fim do pelotão. E claro, quem beneficiou disto tudo foram os Ferrari, para além dos Mercedes.
Com os ultra-macios, os carros iriam ficar pouco tempo na pista. Lewis Hamilton entrou nas boxes na oitava volta, ao mesmo tempo que entrava Raikkonen. Nico Rosberg entrou nas boxes na volta seguinte, para trocar para macios. E quando voltou À pista, ficou atrás de Max Verstappen, ficando com o terceiro posto, o necessário para... ser campeão.
Nas voltas seguintes, Nico não arriscou apanhar Max, esperando que Hamilton não se distanciasse muito do resto do pelotão. De facto, ele não se afastou muito, mas o holandês fez com que o resto do pelotão se aproximava um pouco para que Rosberg sentisse a pressão. Mas isso não acrescentou mais nada de especial à emoção da corrida. Atrás, haviam algumas retiradas, uma delas importante: Jenson Button, que sofrera uma quebra de suspensão e retirava-se nas boxes. Era a ultima corrida do inglês, quase 17 anos depois da primeira, na Williams.
Na volta 19, Ricciardo tentou a sua sorte, passando Raikkonen, mas a tentativa fracassou, e Vettel quase ia aproveitando e ficar com o lugar do australiano. Mas não conseguiu, e tudo ficou um pouco na mesma. E na volta seguinte, Nico Rosberg tentou a sua sorte sobre Max Verstappen e conseguiu ficar com o segundo posto, mesmo quando logo a seguir o holandês tentou responder. Max foi às boxes na volta 22, para meter pneus moles, para aquilo que poderia ser a sua única paragem.
E tudo isto acontecia quando o sol desaparecia no horizonte.
Na volta 25, Ricciardo pára nas boxes para trocar de pneumáticos. Não mudava de compostos - tirou moles para colocar moles - mas de uma certa forma, não iria parar mais até ao final. Atrás, Max Verstappen tinha de esperar que alguns dos pilotos parassem nas boxes para poderem subir. Mas por vezes podia passar, como por exemplo fez com Sergio Perez, da Force India, quando queria passar ao sexto posto. Ao mesmo tempo, Daniel Ricciardo conseguiu colocar o seu carro atrás de Kimi Raikkonen, quando o finlandês colocou um novo jogo de pneus.
Na frente, tudo calmo, tudo organizado: Hamilton liderava, Rosberg era segundo. O alemão, nesta altura, era o campeão.
Na volta 28, Hamilton regressa às boxes para um novo jogo de pneus, e Rosberg iria parar na volta seguinte, tudo isto para tentar ficar na frente de Max Verstappen. As paragens correram como planeado e ambos os pilotos mantiveram as suas posições. Parecia que todos esperavam que Sebastian Vettel fizesse o seu trabalho e parasse nas boxes, mas... o alemão da Ferrari ficava na pista, fazendo com que os pneus aguentassem mais do que o previsto. Hamilton foi atrás de Vettel, para o apanhar, e Rosberg fez o mesmo, mas não foi necessário passar, pois na volta 38, o alemão foi às boxes e fazer a sua troca de pneus.
Vettel caiu para quinto, mas em poucas voltas, passou Kimi e foi atrás dos Red Bull. Ele apanhou Ricciardo na volta 47, para ficar com o quarto lugar, e depois foi atrás de Max, para ver se conseguia alcançar um lugar no pódio. Ao mesmo tempo que Vettel alcançava o holandês, os Mercedes decidiram jogar o jogo do iô-iô, com Rosberg a chegar-se a Hamilton, com o inglês a tentar afastar-se.
E depois de passar Verstappen, Vettel decidiu atacar os Mercedes para conseguir mais do que o terceiro posto e interferir entre os Flecha de Prata. Mas apesar das tentativas, não teve tempo para o fazer. Hamilton atravessou a meta como vencedor, mas com Nico Rosberg com o segundo posto, o alemão conseguiu o título mundial. Vinte anos depois de Damon Hill, Nico Rosberg tornou-se no segundo filho de campeão a ser campeão.
Abu Dhabi entrou em festa e o Mundial aplaudiu o novo campeão. Lewis Hamilton, relutante, cumprimentou o seu companheiro de equipa, e o filho de Keke até abraçou Bernie Ecclestone, que o viu à sua frente. A Mercedes festejou o campeonato, embora muitos não tenham gostado da atitude de Hamilton, que acham ser muito fria. Mas independentemente dos gestos, o campeonato do mundo de 2016 terminou na última corrida, e na última volta, com uma tensão mais alta do que se poderia esperar de um campeonato dominante.
A noite caiu, os festejos continuaram, o campeonato de 2016 passou à História. Agora vem o inverno, e novos elementos aparecerão na próxima temporada, onde (quase) tudo começa de novo.