E agora… algo completamente diferente. Na semana do segundo aniversário deste blog, que será comemorado amanhã, acaba-se por se fazer uma entrevista completamente diferente, pois resolveu-se trocar de posições: o entrevistador torna-se no entrevistado, respondendo às perguntas daqueles que entrevistou. Estranho, não é? Parece ser á partida uma manifestação pura e simples de narcisismo puro, mas por incrível que pareça, esta não é ideia minha, e nem tal coisa tinha-me passado pela cabeça. O crédito todo tem que ser dado a uma pessoa: Daniel Médici, o autor do blog Cadernos do Automobilismo.
Pouco depois de o entrevistar, em meados de Dezembro, o Daniel manda-me um mail avançando com a ideia. Depois de o ler atentamente, conclui que era no mínino, original e engraçada, e dei “luz verde” ao projecto. Durante algumas semanas, nada soube sobre o caso, e pelo meio, aconteceu ser entrevistado pelo Diego Maluana, do blog No Mundo da Velocidade, julgando eu que tinha a ver com o projecto, mas não o questionei. Mais tarde, verifiquei que não, mas ontem, o Diogo avisou-me que iria publicar a entrevista ainda esta semana.
No final da semana passada, recebi as perguntas do Daniel. Como irão ver ao longo desta entrevista, personagens como o Ron Groo, o Felipão, o Gabriel Lima (Speed N’Thrash), as meninas do Octeto, o Fábio Andrade e o Daniel, entre outros, fizeram-me acerca do nosso automobilismo “à beira-mar plantado”, das minhas impressões sobre o estado actual da Formula 1, dos momentos que me marcaram ao longo dos meus 26, 27 anos de vivência automobilística, pois tenho pessoalmente muitos momentos para contar aos netos. Irão ler opiniões formadas “a aço”, e algumas dessas perguntas tiveram inspiração nas minhas, mas a maior parte delas tem a ver com a curiosidade natural que os brasileiros têm sobre o que se passa do Outro Lado do Atlântico.
Quanto à minha biografia, é simples: podem observá-la no canto superior direito deste blog…
Pouco depois de o entrevistar, em meados de Dezembro, o Daniel manda-me um mail avançando com a ideia. Depois de o ler atentamente, conclui que era no mínino, original e engraçada, e dei “luz verde” ao projecto. Durante algumas semanas, nada soube sobre o caso, e pelo meio, aconteceu ser entrevistado pelo Diego Maluana, do blog No Mundo da Velocidade, julgando eu que tinha a ver com o projecto, mas não o questionei. Mais tarde, verifiquei que não, mas ontem, o Diogo avisou-me que iria publicar a entrevista ainda esta semana.
No final da semana passada, recebi as perguntas do Daniel. Como irão ver ao longo desta entrevista, personagens como o Ron Groo, o Felipão, o Gabriel Lima (Speed N’Thrash), as meninas do Octeto, o Fábio Andrade e o Daniel, entre outros, fizeram-me acerca do nosso automobilismo “à beira-mar plantado”, das minhas impressões sobre o estado actual da Formula 1, dos momentos que me marcaram ao longo dos meus 26, 27 anos de vivência automobilística, pois tenho pessoalmente muitos momentos para contar aos netos. Irão ler opiniões formadas “a aço”, e algumas dessas perguntas tiveram inspiração nas minhas, mas a maior parte delas tem a ver com a curiosidade natural que os brasileiros têm sobre o que se passa do Outro Lado do Atlântico.
Quanto à minha biografia, é simples: podem observá-la no canto superior direito deste blog…
1 - (Octeto Racing Team) Qual foi o motivo ou quem foi o responsável pelo despertar de sua paixão pelo automobilismo?
Eu quando vivia no Brasil, via a Formula 1 à hora do “café com leite”, como todos vocês. Já aí fiquei com o "bichinho". Mas quando vim para Portugal, perdi um pouco isso, porque aqui pouco ou nada se ligava ao assunto. Só quando a Formula 1 veio para Portugal, no final de 1984, é que a paixão despertou de novo. E o motivo para ficar completamente "viciado" foi o Ayrton Senna. Mas essa parte eu desenvolvo mais adiante.
2 - (Fábio Andrade - De Olho na Fórmula 1) Existe algum motivo para o nome Continental Circus?
Há, sim senhora. No início da década de 90, havia um jogo na consola Spectrum chamado “Continental Circus”. Não era por ali além, mas achei o nome “cool”, e nunca mais vi esse nome em lado algum, até há umas semanas atrás, quando descobri uma equipa na Speedcar Series com esse nome. O nome original do blog não era esse, meti como nome e endereço o meu nick. Passados alguns dias recordei esse nome, e achei que não só dava uma tonalidade internacional da coisa, que é o objectivo do blog, como soava bem aos meus ouvidos. E ia um pouco ao meu objectivo, que era falar de automobilismo, e não só de Formula 1.
3 - (Gabriel Lima – Speed’n Trash) Você imaginou a princípio que seu blog faria tanto sucesso?
Para te ser brutalmente honesto: não! Quando vejo actualmente os números e as estatísticas do blog, pergunto a mim mesmo: “Como é que consegui transformar isto em algo que é visto por imensa gente? Acho que criei um mostro!” Quando começou, eu julgava que ia chegar… não sei, dez mil visitantes em ano e meio. Nunca passou pela cabeça ter os 300 mil que tenho agora. Pensava que era algo que só os blogs das vedetas de rádio ou TV o alcançavam, eu não. Sabia era que tinha um trunfo: sendo formado em jornalismo, e escritor por vocação, tinha de mostrar o meu trabalho ao maior número de pessoas possível. Isso consegui, mas nunca imaginaria que chegasse a este ponto.
4 - (Gabriel Lima – Speed’n Trash) A entrevista que você formulou continha duas perguntas nas quais Gilles Villeneuve era mencionado. Você acha que o canadense foi o melhor piloto que, nas palavras de Jeremy Clarkson, “já sentou o rabo num F1”? Por quê?
(risos) Primeiro que tudo, o Jeremy Clarkson é o entrevistador mais doido que jamais vi em toda a minha vida. O Flávio Gomes detesta-o, porque goza forte e feio com os carros do Leste (literalmente, destrói-os!), algo que ele o Gomes adora, como sabem.
Agora, em relação à pergunta em si: digo-te que o Gilles Villeneuve é o piloto mais espectacular que a Formula 1 jamais viu, e duvido que aparecerá alguém, pelo menos nas nossas existências, que iguale ou se superiorize a ele.
Agora, espectacular não significa o maior. E para mim, o melhor piloto de sempre não é nem o Juan Manuel Fangio nem o Michael Schumacher. Com todo o devido respeito, o maior de sempre chama-se Jackie Stewart. E escolho a ele, não só por aquilo que fez na pista, (tricampeão do mundo, com 27 vitórias no seu palmarés) mas pelo seu todo humano. Foi o homem que ajudou a transformar a Formula 1 naquilo que é hoje. É o primeiro piloto moderno da Formula 1, que ganha dinheiro a fazer publicidade, foi o primeiro grande paladino pela segurança nos circuitos e nos carros, porque não se esqueçam, nos anos 60 e 70 as mortes eram muito, mas muito frequentes (e sofreu na pele: perdeu grandes amigos como o Courage, o Cevert e o Rindt, que morreram em pista), e para finalizar, tudo o que fez depois da sua carreira de piloto, fê-lo com sucesso, primeiro como comentador televisivo nos Estados Unidos e depois como dono de equipa, algo que só o Jack Brabham conseguiu. E quando hoje em dia, muitos dizem que ele daria um excelente presidente da FIA, é porque reconhecem o seu prestigio e o bom trabalho.
5 - (Fábio Andrade – De Olho na Fórmula 1) Gostaria que o sr. Speeder entregasse: pista, piloto e equipe preferidos de sempre. E, de quebra, aquela corrida que jamais sai da memória.
Primeiro que tudo: senhor não, que só tenho 32 anos... (risos) Aora em relação às perguntas, essas são simples: sou fã de Monza, sempre fui e vou ser. A seguir vem Spa-Francochamps. Adorava os antigos Hockenheim e Kyalami, mas com as obras, estragaram tudo. Só tem nome e pouco mais.
Vou ser sempre sennista, mas não sou, nem quero ser “viúvo”. Aliás, eu prometi a mim mesmo que nunca iria escrever a biografia do Senna, porque toda a gente o conhece, e acho que toda a gente tem um livro desses em casa. E isso não me interessa. Perfiro escrever episódios, e não mais do que isso. E este ano vou escrever sobre o “maldito” fim-de-semana de Imola, que à partida será doloroso para mim. Muito.
Quanto à equipa, sou um saudosista da Lotus, e não só porque o Senna lá andou, mas por tudo que ela fez pela Formula 1. Actualmente torço pela McLaren, porque a Ferrari, por muito respeito que a tenha, nunca me apaixonou. Se o Senna tivesse corrido lá, eventualmente a história poderia ser outra.
A corrida que jamais sai da memória? Essa é mais fácil do que julgam: Portugal 1985, a primeira vitória do Senna à chuva. E também nunca me irá sair o dia em que isso aconteceu. Foi a 21 de Abril de 1985, o dia em que o Tancredo Neves morreu. Eu assisti ás duas coisas com emoção, (era uma criança de oito anos) e me lembro do meu avô me ter dito isto, no momento em que o Senna cortou a meta: “Ele é o teu patrício, a partir de agora tens que torcer por ele.” O meu avô sabia do que falava, porque nunca tinha visto algo assim na vida dele. Acabamos por torcer pelo Senna. Ele morreu em Fevereiro de 1993, (fez este Sábado 16 anos), ou seja, um ano e três meses antes do próprio Senna. Ainda bem que não assistiu a aquele fim-de-semana negro, porque não sei se ia aguentar.
6 - (Felipe – Blogsport) Publica-se, no Continental Circus, a cobertura de diversas categorias do esporte a motor. Você acha que existe espaço na blogosfera para páginas que tratam de competições que não a Fórmula 1 e assuntos relativos a automóveis? Estes temas atraem a atenção do público?
Existe, sim senhora, Felipe. Dou-te os exemplos dos blogs sobre os Ralies, a IRL (ou a Formula Indy, como vocês chamam), GP2 e sobre os Sport-Protótipos. Essas categorias têm espaço e adeptos, e alguns são muito bem feitos e bem escritos. E no meu caso, eu os publico porque me interesso por essas categorias. Mas quando há portugueses no barulho, então melhor. Publico coisas sobre a A1GP, porque temos uma equipa portuguesa, publico a GP2 porque tínhamos no ano passado um piloto português e alguns brasileiros, e este ano teremos isso tudo e mais uma equipa portuguesa. O WTCC idem, e os Sport-Protótipos por causa dos pilotos e equipas portuguesas envolvidas. E tento, sempre que posso, ir um pouco mais além do simples relato de corrida ou apresentação. Já escrevi ao longo da história deste blog biografias sobre carros de Endurance do passado, biografias de pilotos da Indy e edições das 500 Milhas de Indianápolis passadas, por exemplo.
7 - (Felipe – Blogsport) Você considera que a repetição de uma mesma notícia (por exemplo, o lançamento de um carro de Fórmula 1) em muitas páginas é prejudicial à blogosfera? Como você se diferencia de outros blogs nestes casos?
É um risco que se corre, Felipe. No meu caso, tenho a vantagem de ser português de Portugal, e não haver muitos blogs sobre a Formula 1 no meu país. Mas sei que, pelas estatísticas, 3 em cada 5 leitores do meu blog vêm do Brasil, logo, os comunicados de imprensa dos pilotos portugueses até podem interessar aos leitores do “Outro Lado do Atlântico”. Então, neste tipo de notícia, já que tenho de a meter, tento escrever escapando do estilo “comunicado de imprensa”, escrevendo à minha maneira. Nem sempre consigo, mas esforço-me.
8 - (Octeto Racing Team) Como você vê o futuro da F-1 com todas as mudanças desta temporada e as que serão implementadas nos próximos anos?
Essa é, nesta altura, “a pergunta do milhão de euros”. Com expectativa. Sei que esta é uma categoria gastadora por natureza, pois gastam-se milhões para tentar sacar mais meio segundo do que a concorrência. Ter custos controlados, com motores padrão, pneus “slicks”… tenho dúvidas que dê certo. Mas sei que o automobilismo, na sua essência, deveria experimentar soluções que seriam aplicadas nos carros de estrada, mais cedo ou mais tarde. E isso, claro, está muito distante disso. As equipas deveriam gastar 50 milhões por ano, e não os 500 milhões que gasta a Toyota, por exemplo, para tentar ganhar… uma corrida!
Se todas estas coisas resultarem em mais ultrapassagens, aceito. Mas espero que nunca, mas mesmo nunca, aprovem o sistema das medalhas do Bernie Ecclestone. É a maior burrice de sempre que a Formula 1 poderia alguma vez aceitar, ainda por cima uma sugestão de um idoso de 78 anos. Sei que velhice é sabedoria, mas isso soa a ridículo e é fazer pouco de nós, adeptos.
9 - (Gustavo Coelho - Blog F1 Grand Prix) Qual é a sua opinião sobre Bernie Ecclestone? Gosta da presença dele no comando da F-1 ou gostaria de vê-lo longe da categoria?
O “Tio” Bernie está na Formula 1 há mais de 50 anos, logo, ele vive para aquilo. Está no seu sangue, sem sentir, movimentar e respirar Formula 1, ele definha e morre. Agora, eu acho que o tempo dele está a chegar ao fim, e acho que é altura de dar lugar aos mais novos. Mas acho que vamos ter de esperar que morra, como o Papa... Quando o vejo a dizer que deseja um sistema de medalhas, para "aumentar o espectáculo", só digo que é um tiro no pé na categoria e um insulto aos adeptos. Para quê? Eu sei que é um excelente vendedor, mas se quero ver espectáculo, vou ao circo ou então mudo o canal para ver a Indy ou a NASCAR. E honestamente, abomino esta última. Portanto, acho que estamos a chegar à época ideal para caras novas à frente do espectáculo. Mas não sugiro o Flavio Briatore, que esse ainda é pior…
10 - (Gustavo Coelho - Blog F1 Grand Prix) O que você acha de um GP de Portugal no circuito do Portimão? É um projeto realmente viável?
Ainda bem que foi bem pensado e bem construído este circuito. É um projecto pesado, tudo vai custar à volta de 210 milhões de euros. Só o circuito por si valeu 160 milhões. Temos tudo para ter um GP de Portugal, mas o passo decisivo cabe ao Estado.
E infelizmente neste país, a ideia de um Governo a dar 20 milhões de euros por ano ao “tio Bernie” para ter a categoria máxima em Portugal, numa altura de crise, seria visto como um insulto para o “Zé Povinho”, pois não entende nada do assunto, e nunca entenderia a razão de gastar tanto dinheiro para uma realização desportiva como esta. Estamos em ano eleitoral, e em recessão mundial, e mesmo que essa coisa fosse bem explicada, iria ser sempre recebida com hostilidade. Aqui só se aceita uma coisa dessas se forem os privados a investir. Mas como sabem, a publicidade dentro do circuito pertence à FOM, logo, não tem lucro. Só nas “laterais” (camas de hotel, consumos, gasolina…) é que poderiam ganhar, mas é um ganho indirecto. Veremos como vai ser descalçada a bota.
11 - (Jorge Pezzolo - JPezzolo) Como é ser fã de Fórmula 1 em Portugal? Se aqui no Brasil somos minoria perto do país do futebol, como é aí com seus colegas lusitanos?
Nem digo que é uma minoria. É quase uma elite. E ainda mais quando se sabe que desde 2006 a Formula 1 não é transmitido em sinal aberto. E quando era, as transmissões eram feitas pelo canal do Estado, a RTP. E só não foi mais cedo, porque havia um decreto governamental que tratava a Formula 1 como modalidade de interesse público, com estatuto semelhante à Selecção Nacional de futebol. Ou seja, ter Formula 1 na TV era importante. Todas as publicações de automóveis, excepto o Autosport, a Autohoje e a Test Drive, por serem semanais, tratam do automobilismo, mas as revistas mensais são cem por cento puro “Comércio e Industria”, algo que não acontecia em meados dos anos 90, por exemplo.
Eu quando vivia no Brasil, via a Formula 1 à hora do “café com leite”, como todos vocês. Já aí fiquei com o "bichinho". Mas quando vim para Portugal, perdi um pouco isso, porque aqui pouco ou nada se ligava ao assunto. Só quando a Formula 1 veio para Portugal, no final de 1984, é que a paixão despertou de novo. E o motivo para ficar completamente "viciado" foi o Ayrton Senna. Mas essa parte eu desenvolvo mais adiante.
2 - (Fábio Andrade - De Olho na Fórmula 1) Existe algum motivo para o nome Continental Circus?
Há, sim senhora. No início da década de 90, havia um jogo na consola Spectrum chamado “Continental Circus”. Não era por ali além, mas achei o nome “cool”, e nunca mais vi esse nome em lado algum, até há umas semanas atrás, quando descobri uma equipa na Speedcar Series com esse nome. O nome original do blog não era esse, meti como nome e endereço o meu nick. Passados alguns dias recordei esse nome, e achei que não só dava uma tonalidade internacional da coisa, que é o objectivo do blog, como soava bem aos meus ouvidos. E ia um pouco ao meu objectivo, que era falar de automobilismo, e não só de Formula 1.
3 - (Gabriel Lima – Speed’n Trash) Você imaginou a princípio que seu blog faria tanto sucesso?
Para te ser brutalmente honesto: não! Quando vejo actualmente os números e as estatísticas do blog, pergunto a mim mesmo: “Como é que consegui transformar isto em algo que é visto por imensa gente? Acho que criei um mostro!” Quando começou, eu julgava que ia chegar… não sei, dez mil visitantes em ano e meio. Nunca passou pela cabeça ter os 300 mil que tenho agora. Pensava que era algo que só os blogs das vedetas de rádio ou TV o alcançavam, eu não. Sabia era que tinha um trunfo: sendo formado em jornalismo, e escritor por vocação, tinha de mostrar o meu trabalho ao maior número de pessoas possível. Isso consegui, mas nunca imaginaria que chegasse a este ponto.
4 - (Gabriel Lima – Speed’n Trash) A entrevista que você formulou continha duas perguntas nas quais Gilles Villeneuve era mencionado. Você acha que o canadense foi o melhor piloto que, nas palavras de Jeremy Clarkson, “já sentou o rabo num F1”? Por quê?
(risos) Primeiro que tudo, o Jeremy Clarkson é o entrevistador mais doido que jamais vi em toda a minha vida. O Flávio Gomes detesta-o, porque goza forte e feio com os carros do Leste (literalmente, destrói-os!), algo que ele o Gomes adora, como sabem.
Agora, em relação à pergunta em si: digo-te que o Gilles Villeneuve é o piloto mais espectacular que a Formula 1 jamais viu, e duvido que aparecerá alguém, pelo menos nas nossas existências, que iguale ou se superiorize a ele.
Agora, espectacular não significa o maior. E para mim, o melhor piloto de sempre não é nem o Juan Manuel Fangio nem o Michael Schumacher. Com todo o devido respeito, o maior de sempre chama-se Jackie Stewart. E escolho a ele, não só por aquilo que fez na pista, (tricampeão do mundo, com 27 vitórias no seu palmarés) mas pelo seu todo humano. Foi o homem que ajudou a transformar a Formula 1 naquilo que é hoje. É o primeiro piloto moderno da Formula 1, que ganha dinheiro a fazer publicidade, foi o primeiro grande paladino pela segurança nos circuitos e nos carros, porque não se esqueçam, nos anos 60 e 70 as mortes eram muito, mas muito frequentes (e sofreu na pele: perdeu grandes amigos como o Courage, o Cevert e o Rindt, que morreram em pista), e para finalizar, tudo o que fez depois da sua carreira de piloto, fê-lo com sucesso, primeiro como comentador televisivo nos Estados Unidos e depois como dono de equipa, algo que só o Jack Brabham conseguiu. E quando hoje em dia, muitos dizem que ele daria um excelente presidente da FIA, é porque reconhecem o seu prestigio e o bom trabalho.
5 - (Fábio Andrade – De Olho na Fórmula 1) Gostaria que o sr. Speeder entregasse: pista, piloto e equipe preferidos de sempre. E, de quebra, aquela corrida que jamais sai da memória.
Primeiro que tudo: senhor não, que só tenho 32 anos... (risos) Aora em relação às perguntas, essas são simples: sou fã de Monza, sempre fui e vou ser. A seguir vem Spa-Francochamps. Adorava os antigos Hockenheim e Kyalami, mas com as obras, estragaram tudo. Só tem nome e pouco mais.
Vou ser sempre sennista, mas não sou, nem quero ser “viúvo”. Aliás, eu prometi a mim mesmo que nunca iria escrever a biografia do Senna, porque toda a gente o conhece, e acho que toda a gente tem um livro desses em casa. E isso não me interessa. Perfiro escrever episódios, e não mais do que isso. E este ano vou escrever sobre o “maldito” fim-de-semana de Imola, que à partida será doloroso para mim. Muito.
Quanto à equipa, sou um saudosista da Lotus, e não só porque o Senna lá andou, mas por tudo que ela fez pela Formula 1. Actualmente torço pela McLaren, porque a Ferrari, por muito respeito que a tenha, nunca me apaixonou. Se o Senna tivesse corrido lá, eventualmente a história poderia ser outra.
A corrida que jamais sai da memória? Essa é mais fácil do que julgam: Portugal 1985, a primeira vitória do Senna à chuva. E também nunca me irá sair o dia em que isso aconteceu. Foi a 21 de Abril de 1985, o dia em que o Tancredo Neves morreu. Eu assisti ás duas coisas com emoção, (era uma criança de oito anos) e me lembro do meu avô me ter dito isto, no momento em que o Senna cortou a meta: “Ele é o teu patrício, a partir de agora tens que torcer por ele.” O meu avô sabia do que falava, porque nunca tinha visto algo assim na vida dele. Acabamos por torcer pelo Senna. Ele morreu em Fevereiro de 1993, (fez este Sábado 16 anos), ou seja, um ano e três meses antes do próprio Senna. Ainda bem que não assistiu a aquele fim-de-semana negro, porque não sei se ia aguentar.
6 - (Felipe – Blogsport) Publica-se, no Continental Circus, a cobertura de diversas categorias do esporte a motor. Você acha que existe espaço na blogosfera para páginas que tratam de competições que não a Fórmula 1 e assuntos relativos a automóveis? Estes temas atraem a atenção do público?
Existe, sim senhora, Felipe. Dou-te os exemplos dos blogs sobre os Ralies, a IRL (ou a Formula Indy, como vocês chamam), GP2 e sobre os Sport-Protótipos. Essas categorias têm espaço e adeptos, e alguns são muito bem feitos e bem escritos. E no meu caso, eu os publico porque me interesso por essas categorias. Mas quando há portugueses no barulho, então melhor. Publico coisas sobre a A1GP, porque temos uma equipa portuguesa, publico a GP2 porque tínhamos no ano passado um piloto português e alguns brasileiros, e este ano teremos isso tudo e mais uma equipa portuguesa. O WTCC idem, e os Sport-Protótipos por causa dos pilotos e equipas portuguesas envolvidas. E tento, sempre que posso, ir um pouco mais além do simples relato de corrida ou apresentação. Já escrevi ao longo da história deste blog biografias sobre carros de Endurance do passado, biografias de pilotos da Indy e edições das 500 Milhas de Indianápolis passadas, por exemplo.
7 - (Felipe – Blogsport) Você considera que a repetição de uma mesma notícia (por exemplo, o lançamento de um carro de Fórmula 1) em muitas páginas é prejudicial à blogosfera? Como você se diferencia de outros blogs nestes casos?
É um risco que se corre, Felipe. No meu caso, tenho a vantagem de ser português de Portugal, e não haver muitos blogs sobre a Formula 1 no meu país. Mas sei que, pelas estatísticas, 3 em cada 5 leitores do meu blog vêm do Brasil, logo, os comunicados de imprensa dos pilotos portugueses até podem interessar aos leitores do “Outro Lado do Atlântico”. Então, neste tipo de notícia, já que tenho de a meter, tento escrever escapando do estilo “comunicado de imprensa”, escrevendo à minha maneira. Nem sempre consigo, mas esforço-me.
8 - (Octeto Racing Team) Como você vê o futuro da F-1 com todas as mudanças desta temporada e as que serão implementadas nos próximos anos?
Essa é, nesta altura, “a pergunta do milhão de euros”. Com expectativa. Sei que esta é uma categoria gastadora por natureza, pois gastam-se milhões para tentar sacar mais meio segundo do que a concorrência. Ter custos controlados, com motores padrão, pneus “slicks”… tenho dúvidas que dê certo. Mas sei que o automobilismo, na sua essência, deveria experimentar soluções que seriam aplicadas nos carros de estrada, mais cedo ou mais tarde. E isso, claro, está muito distante disso. As equipas deveriam gastar 50 milhões por ano, e não os 500 milhões que gasta a Toyota, por exemplo, para tentar ganhar… uma corrida!
Se todas estas coisas resultarem em mais ultrapassagens, aceito. Mas espero que nunca, mas mesmo nunca, aprovem o sistema das medalhas do Bernie Ecclestone. É a maior burrice de sempre que a Formula 1 poderia alguma vez aceitar, ainda por cima uma sugestão de um idoso de 78 anos. Sei que velhice é sabedoria, mas isso soa a ridículo e é fazer pouco de nós, adeptos.
9 - (Gustavo Coelho - Blog F1 Grand Prix) Qual é a sua opinião sobre Bernie Ecclestone? Gosta da presença dele no comando da F-1 ou gostaria de vê-lo longe da categoria?
O “Tio” Bernie está na Formula 1 há mais de 50 anos, logo, ele vive para aquilo. Está no seu sangue, sem sentir, movimentar e respirar Formula 1, ele definha e morre. Agora, eu acho que o tempo dele está a chegar ao fim, e acho que é altura de dar lugar aos mais novos. Mas acho que vamos ter de esperar que morra, como o Papa... Quando o vejo a dizer que deseja um sistema de medalhas, para "aumentar o espectáculo", só digo que é um tiro no pé na categoria e um insulto aos adeptos. Para quê? Eu sei que é um excelente vendedor, mas se quero ver espectáculo, vou ao circo ou então mudo o canal para ver a Indy ou a NASCAR. E honestamente, abomino esta última. Portanto, acho que estamos a chegar à época ideal para caras novas à frente do espectáculo. Mas não sugiro o Flavio Briatore, que esse ainda é pior…
10 - (Gustavo Coelho - Blog F1 Grand Prix) O que você acha de um GP de Portugal no circuito do Portimão? É um projeto realmente viável?
Ainda bem que foi bem pensado e bem construído este circuito. É um projecto pesado, tudo vai custar à volta de 210 milhões de euros. Só o circuito por si valeu 160 milhões. Temos tudo para ter um GP de Portugal, mas o passo decisivo cabe ao Estado.
E infelizmente neste país, a ideia de um Governo a dar 20 milhões de euros por ano ao “tio Bernie” para ter a categoria máxima em Portugal, numa altura de crise, seria visto como um insulto para o “Zé Povinho”, pois não entende nada do assunto, e nunca entenderia a razão de gastar tanto dinheiro para uma realização desportiva como esta. Estamos em ano eleitoral, e em recessão mundial, e mesmo que essa coisa fosse bem explicada, iria ser sempre recebida com hostilidade. Aqui só se aceita uma coisa dessas se forem os privados a investir. Mas como sabem, a publicidade dentro do circuito pertence à FOM, logo, não tem lucro. Só nas “laterais” (camas de hotel, consumos, gasolina…) é que poderiam ganhar, mas é um ganho indirecto. Veremos como vai ser descalçada a bota.
11 - (Jorge Pezzolo - JPezzolo) Como é ser fã de Fórmula 1 em Portugal? Se aqui no Brasil somos minoria perto do país do futebol, como é aí com seus colegas lusitanos?
Nem digo que é uma minoria. É quase uma elite. E ainda mais quando se sabe que desde 2006 a Formula 1 não é transmitido em sinal aberto. E quando era, as transmissões eram feitas pelo canal do Estado, a RTP. E só não foi mais cedo, porque havia um decreto governamental que tratava a Formula 1 como modalidade de interesse público, com estatuto semelhante à Selecção Nacional de futebol. Ou seja, ter Formula 1 na TV era importante. Todas as publicações de automóveis, excepto o Autosport, a Autohoje e a Test Drive, por serem semanais, tratam do automobilismo, mas as revistas mensais são cem por cento puro “Comércio e Industria”, algo que não acontecia em meados dos anos 90, por exemplo.
Mas obviamente, existem entusiastas. Num Rali de Portugal, tens milhares a assistir nas bermas das classificativas. Conto-te uma história pessoal: em 1997, fui ver ao vivo a partida do Rali de Portugal, que nesse ano foi na Figueira da Foz. Era uma classificativa na Serra da Boa viagem, à saída da cidade, num Domingo à tarde. Sabes quantos estavam? Entre 70 a 80 mil pessoas, só para ver os carros a passar. Os carros passaram, mas devido à dificuldade em controlar o público, a classificativa ela foi anulada e os tempos feitos não contaram. Fomos nós que "inventamos" a Super-Especial" em Estádio, em 1995 ou 96, creio eu, num sítio chamado Lousada, no Norte do Pais, porque existia uma pista de Ralicross.
E agora, no passado mês de Outubro, a Superleague Formula levou 20 mil ao Estoril, mas é diferente: as entradas eram de graça, e o conceito, como sabes, mistura futebol e carros. Em suma: existem muitos entusiastas, que vão às corridas, desde que não paguem… Em Portugal, provavelmente o automobilismo deve ser a modalidade numero 2 de muita gente, a seguir ao futebol. Talvez se voltar a Formula 1 a Portugal, combinado com um piloto português vencedor, haja algo semelhante à “Alonsomania”, e espero que isso faça com que voltemos a ver Formula 1 em sinal aberto.
12 - (Ron Groo – Blig do Groo) Como andam as categorias de base do automobilismo em Portugal? Existem campeonatos portugueses em andamento?
Existem, claro. Já esteve mau, muito mau mesmo, mas nos últimos dois, três anos, assistiu-se a um reavivar dessas categorias de base. Temos o PTCC, que é a versão portuguesa do WTCC, (nada de bolhas como o Stock Car, são carros a sério) onde temos em média 16 carros em pista, com transmissões televisivas ao vivo, em sinal aberto. Como o calendário é um pouco largo, os nossos pilotos nacionais vão correr a Espanha, mas vêm cá na mesma. Temos três circuitos permanentes (Braga, Estoril e Portimão), e dois citadinos (Boavista e Vila Real).
E no ano passado, voltamos a ter uma fórmula de formação, a Formula Renault 2.0 Portugal, onde vieram cá correr pilotos espanhóis, franceses e angolanos, numa grelha de 12 pilotos, no mínimo. O primeiro ano deu certo, e houve em Novembro uma Winter Series, onde trouxemos pilotos do resto da Europa, fazendo uma grelha de 24 pilotos, o que foi fantástico! Agora com a crise mundial, vamos a ver como isto irá afectar as coisas.
13 - (Café com F1) Speeder, dê sua opinião sobre Pedro Lamy, Tiago Monteiro, Álvaro Parente e Filipe Albuquerque.
O Pedro Lamy teve uma excelente carreira no automobilismo onde foi bem sucedido em tudo, menos na Formula 1. Se não fosse o seu acidente em Silverstone, naquele “maldito Maio” de 1994, as coisas teriam sido diferentes. Mas estando onde está, é um vencedor: corre numa equipa de fábrica, que é a Peugeot, e com reais possibilidades de vencer este ano as 24 Horas de Le Mans…
O Tiago Monteiro começou muito tarde no automobilismo, tinha 19 anos, e nunca passou pelo karting e depois de umas corridas na Porsche Supercup francesa, passou no ano seguinte para a Formula 3! Apesar desse “handicap”, acho que teve uma boa carreira. Fez World Series by Renault, CART, Formula 1, WTCC, é um piloto rápido e vencedor. Agora descobrimos esta nova faceta de “manager”, na Ocean Racing Technology. E acho que pode ser bem sucedido nesta aventura, porque ele tem um diploma em Gestão Hoteleira, tirada na Suiça, o que é muito raro entre pilotos, hoje em dia. Ter uma equipa de GP2 abre horizontes enormes, e todas elas querem ir para a Formula 1, não é?
O Álvaro Parente e o Filipe Albuquerque são pilotos com potencial vencedor. Já ganharam campeonatos. O Parente foi campeão da Formula 3 inglesa, em 2005, e ganhou na World Series by Renault, em 2007. Competiu contra Bruno Senna, Sebastian Vettel, Sebastien Buemi, Nelson Piquet Jr… e estão quase todos na Formula 1. Tem tudo para estar “lá”, basta ter uma chance. Sei que a Renault está de olho nele.
O Filipe é outro. Foi piloto da Red Bull Junior Academy, e com ela ganhou a Formula Renault 2.0 em 2006, e eventualmente já estaria na Toro Rosso este ano, se o Helmut Marko não preferisse o Sebastien Buemi. Ele saiu do programa em fins de 2007, porque o queriam a correr na Formula Nippon, e como sabem, o Japão é muito longe da Europa, e ele quer estar aqui, porque é “o centro do universo”. A A1GP foi a sua “segunda oportunidade” que está a agarrar com as duas mãos, pois foi ele que deu os melhores resultados da equipa até hoje. É outro que tem tudo para vencer na Formula 1.
E para finalizar, eu quero falar sobre um jovem de 17 anos chamado António Felix da Costa. A alcunha dele é “Formiga”, mas deve ser a mais rápida do mundo. Ele só tem um ano de monolugares, mas parece que em tudo que ele toca transforma em ouro. Foi vice-campeão da Formula Renault NEC (North European Competition), e já fez neste ano de 2009 testes num WSR e no carro português da A1GP, e adaptou-se muito bem. Teve propostas da WSR, mas decidiu ficar na Formula Renault 2.0, na Motorpark Academy, porque quer ganhar o campeonato. Acho que ele é um prodígio, pelo facto de se adaptar muito facilmente às máquinas que conduz. Conhecem alguém que passe dos 200 cavalos de um Formula Renault para os 650 de um A1GP, e continua a fazer bons tempos? Não são muitos, digo-vos já…
12 - (Ron Groo – Blig do Groo) Como andam as categorias de base do automobilismo em Portugal? Existem campeonatos portugueses em andamento?
Existem, claro. Já esteve mau, muito mau mesmo, mas nos últimos dois, três anos, assistiu-se a um reavivar dessas categorias de base. Temos o PTCC, que é a versão portuguesa do WTCC, (nada de bolhas como o Stock Car, são carros a sério) onde temos em média 16 carros em pista, com transmissões televisivas ao vivo, em sinal aberto. Como o calendário é um pouco largo, os nossos pilotos nacionais vão correr a Espanha, mas vêm cá na mesma. Temos três circuitos permanentes (Braga, Estoril e Portimão), e dois citadinos (Boavista e Vila Real).
E no ano passado, voltamos a ter uma fórmula de formação, a Formula Renault 2.0 Portugal, onde vieram cá correr pilotos espanhóis, franceses e angolanos, numa grelha de 12 pilotos, no mínimo. O primeiro ano deu certo, e houve em Novembro uma Winter Series, onde trouxemos pilotos do resto da Europa, fazendo uma grelha de 24 pilotos, o que foi fantástico! Agora com a crise mundial, vamos a ver como isto irá afectar as coisas.
13 - (Café com F1) Speeder, dê sua opinião sobre Pedro Lamy, Tiago Monteiro, Álvaro Parente e Filipe Albuquerque.
O Pedro Lamy teve uma excelente carreira no automobilismo onde foi bem sucedido em tudo, menos na Formula 1. Se não fosse o seu acidente em Silverstone, naquele “maldito Maio” de 1994, as coisas teriam sido diferentes. Mas estando onde está, é um vencedor: corre numa equipa de fábrica, que é a Peugeot, e com reais possibilidades de vencer este ano as 24 Horas de Le Mans…
O Tiago Monteiro começou muito tarde no automobilismo, tinha 19 anos, e nunca passou pelo karting e depois de umas corridas na Porsche Supercup francesa, passou no ano seguinte para a Formula 3! Apesar desse “handicap”, acho que teve uma boa carreira. Fez World Series by Renault, CART, Formula 1, WTCC, é um piloto rápido e vencedor. Agora descobrimos esta nova faceta de “manager”, na Ocean Racing Technology. E acho que pode ser bem sucedido nesta aventura, porque ele tem um diploma em Gestão Hoteleira, tirada na Suiça, o que é muito raro entre pilotos, hoje em dia. Ter uma equipa de GP2 abre horizontes enormes, e todas elas querem ir para a Formula 1, não é?
O Álvaro Parente e o Filipe Albuquerque são pilotos com potencial vencedor. Já ganharam campeonatos. O Parente foi campeão da Formula 3 inglesa, em 2005, e ganhou na World Series by Renault, em 2007. Competiu contra Bruno Senna, Sebastian Vettel, Sebastien Buemi, Nelson Piquet Jr… e estão quase todos na Formula 1. Tem tudo para estar “lá”, basta ter uma chance. Sei que a Renault está de olho nele.
O Filipe é outro. Foi piloto da Red Bull Junior Academy, e com ela ganhou a Formula Renault 2.0 em 2006, e eventualmente já estaria na Toro Rosso este ano, se o Helmut Marko não preferisse o Sebastien Buemi. Ele saiu do programa em fins de 2007, porque o queriam a correr na Formula Nippon, e como sabem, o Japão é muito longe da Europa, e ele quer estar aqui, porque é “o centro do universo”. A A1GP foi a sua “segunda oportunidade” que está a agarrar com as duas mãos, pois foi ele que deu os melhores resultados da equipa até hoje. É outro que tem tudo para vencer na Formula 1.
E para finalizar, eu quero falar sobre um jovem de 17 anos chamado António Felix da Costa. A alcunha dele é “Formiga”, mas deve ser a mais rápida do mundo. Ele só tem um ano de monolugares, mas parece que em tudo que ele toca transforma em ouro. Foi vice-campeão da Formula Renault NEC (North European Competition), e já fez neste ano de 2009 testes num WSR e no carro português da A1GP, e adaptou-se muito bem. Teve propostas da WSR, mas decidiu ficar na Formula Renault 2.0, na Motorpark Academy, porque quer ganhar o campeonato. Acho que ele é um prodígio, pelo facto de se adaptar muito facilmente às máquinas que conduz. Conhecem alguém que passe dos 200 cavalos de um Formula Renault para os 650 de um A1GP, e continua a fazer bons tempos? Não são muitos, digo-vos já…
15 - (Daniel Médici – Cadernos do Automobilismo) Certa vez você disse gostar de fotografia e, de fato, o material fotográfico publicado no seu blog é bastante denso. Faço, portanto, menos uma pergunta que um desafio: escolha uma fotografia que resuma a Fórmula 1 - tanto faz de qual época - e justifique sua escolha.
Ui, há tantas… eu adoro as fotos do antigo Nurgurgring, quando estão na Flugplatz, creio eu, (há uma do Brambilla, tirada de trás, no seu March laranja, que é inesquecível) onde eles ficavam com uma ou todas as rodas no ar. Gosto muito de ver os Formula 1 antigos do “The Dip”, a descida depois da linha de partida no antigo Kyalami, ou quando estão na subida do Casino, depois de Ste.Devôte, nos metros iniciais da corrida. Eventualmente estaria muito inclinado para o duelo Villeneuve/Arnoux, em Dijon 79, mas no final, fico com a do Peter Gethin em Monza 71, a chegada mais apertada de sempre.
Naquela foto tens, naquele ângulo fechado, uma foto tirada “em picado”, que não deve ter mais do que dez metros de uma ponta à outra, os três pilotos que subiram ao pódio. Tens o BRM do Peter Gethin, um pouco mais à frente do March do Ronnie Peterson, e ainda vês a parte do Tyrrell de Francois Cevért. É a diferença mínima entre a vitória e a derrota, entre a sorte e o azar. Naquela foto tens três pilotos que estão a dar tudo por tudo para ganhar, mas só um foi o vencedor.
Ui, há tantas… eu adoro as fotos do antigo Nurgurgring, quando estão na Flugplatz, creio eu, (há uma do Brambilla, tirada de trás, no seu March laranja, que é inesquecível) onde eles ficavam com uma ou todas as rodas no ar. Gosto muito de ver os Formula 1 antigos do “The Dip”, a descida depois da linha de partida no antigo Kyalami, ou quando estão na subida do Casino, depois de Ste.Devôte, nos metros iniciais da corrida. Eventualmente estaria muito inclinado para o duelo Villeneuve/Arnoux, em Dijon 79, mas no final, fico com a do Peter Gethin em Monza 71, a chegada mais apertada de sempre.
Naquela foto tens, naquele ângulo fechado, uma foto tirada “em picado”, que não deve ter mais do que dez metros de uma ponta à outra, os três pilotos que subiram ao pódio. Tens o BRM do Peter Gethin, um pouco mais à frente do March do Ronnie Peterson, e ainda vês a parte do Tyrrell de Francois Cevért. É a diferença mínima entre a vitória e a derrota, entre a sorte e o azar. Naquela foto tens três pilotos que estão a dar tudo por tudo para ganhar, mas só um foi o vencedor.
E tudo foi decidido naquele instante. Não foi na primeira volta, nem foi nos treinos. Foi no último metro, no último centímetro, no último segundo. A essência da Formula 1 devia ser sempre esta: a febre da velocidade, a obsessão de ser o melhor, ter o melhor carro, bater os outros pilotos, a alegria da vitória e a amargura da derrota, e o suspense até ao último instante. E isto é a essência da Formula 1, como vimos todos agora, em Interlagos.
Já agora, se quiserem ver as entrevistas anteriores, carreguem nos respectivos links:
19 de Novembro 2008 - Priscilla Bar (Blog Guard Rail)
22 de Novembro 2008 - Marcos Antônio Filho (GP Series)
26 de Novembro 2008 - Vick, Ludy, Tati e Lu (Octeto Racing Team)
29 de Novembro 2008 - Hugo Becker (Motor Home)
3 de Dezembro 2008 - Fabio Andrade (De Olho na Formula 1)
6 de Dezembro 2008 - Rianov Albinov (F1 Nostalgia)
10 de Dezembro 2008 - Jorge Pezzolo (jpezzolo.com)
13 de Dezembro 2008 - Ron Groo (Blog do Groo)
17 de Dezembro 2008 - João Carlos Viana (jcspeedway)
20 de Dezembro 2008 - Felipão (Blogspot Brasil)
3 de Janeiro de 2009 - José António (4 Rodinhas)
7 de Janeiro de 2009 - Germano Caldeira (Blog 4x4)
10 de Janeiro de 2009 - Felipe Maciel (Blog F-1)
14 de Janeiro de 2009 - Daniel Médici (Cadernos do Automobilismo)
17 de Janeiro de 2009 - Thiago Raposo (Café com Formula 1)
21 de Janeiro de 2009 - Orroe (N U R B U R G R I N G)
24 de Janeiro de 2009 - Sávio Machado (SAVIOMACHADO)
28 de Janeiro de 2009 - Javi G. (Zone F1)
31 de Janeiro de 2009 - Gabriel Lima (Speed N'Thrash)
4 de Fevereiro de 2009 - Bruno Mantovani (Mantovani.zip.net)
4 de Fevereiro de 2009 - Bruno Mantovani (Mantovani.zip.net)
7 de Fevereiro de 2009 - Marcel Marchesi (Marchesi Design)
Tô aqui pedindo desculpas ao Daniel Médice e a você Speeder.
ResponderEliminarO Daniel me enviou um e-mail me pedindo pra fazer algumas perguntas e tal...
So que simplesmente eu eu deixei para mais tarde e esqueci de fazê-las.
Mil desculpas meus caros.
Speeder, imensos parabéns a você pelos 2 anos do Continental. Conheci a página a menos de um ano e, pela intensidade do conteúdo, parece que sou visitante há décadas.
ResponderEliminarE você diz que não sabe como que ocnseguiu esse reoconhecimento. Tá sendo modesto, né, sabe sim! Trabalho com dedicação assim, eu admito, vi poucas vezes na vida.
Parabéns, cara!
Olá Speeder
ResponderEliminarTenho acompanhado o seu bol a algum tempo e tenho me impressionado todos os dias com a qualidade dos textos.
Abraço
Fábio
Suas respostas fazem valer a pena ter levado a cabo a idéia. Muito legais mesmo.
ResponderEliminarAbraços
po Speeder mto legal mesmo a entrevista!Seu blog é simplesmente ducarai e merece estar nesse patamar, de referência entre os blogs de lingua portuguesa!
ResponderEliminarabraços!
Muito bom, Speeder!!!!
ResponderEliminarAdorei a entrevista. Parabéns a vc, pq merece todo o sucesso e por ser tao entendido no assunto.
Parabéns ao Daniel, que teve a iniciativa e "ó", tá no rol das melhores entrevistas do Continental Circus, hein?...rs.
Agora, já enviei um email pro Daniel, porém também quero "publicamente" pedir desculpas por nao ter participado. Nao foi descaso, o que aconteceu foi que quando recebi o email ainda tava tao looonge a data de publicaçao que fui deixando e acabou que "estourei o tempo".
De qualquer forma, minha pergunta seria mais ou menos a que o Pezzolo fez, portanto, tô mais tranquila...rs
Parabéns e desculpa mais uma vez:(
Speeder...adorei "te conhecer" mais um pouco através desta entrevista. Os amigos blogueiros arrasaram nas perguntas e você também com as respostas.
ResponderEliminarFoi um prazer ter participado deste momento especial!!!
bjs e sucesso, sempre!!!
Ludy
Rianov e Priscilla:
ResponderEliminarNâo se preocupem, terão sempre uma próxima oportunidade.
Daniel:
É como diz Pessoa, "tudo vale a pena se a alma não for pequena". É mais um marco neste nosso pequeno mundo, sempre em mutação.
Fábio, Octeto e Marcos:
Pode ser verdade aquilo que dizem, mas nunca fico satisfeito com o que faço. Uma vez chegado ao topo, manter-me por lá é uma tarefa hercúlea. E não podes falhar nunca, porque as sombras estão à espreita desse momento em que pisas em falso. Aí é que precisas dos amigos para continuar.
Aun e Fábio:
Obrigado. Voltem sempre!