Se alguém dissesse que as coisas iriam acabar com uma pole Ferrari, poucos acreditariam. É que, como sabem, por aquilo que se ia nos treinos livres, tudo indicava que Mercedes e Red Bull iriam dar mais nas vistas que os carros vermelhos, e alguns já diziam que Max Verstappen iria ser o favorito à pole. No final, os vermelhos ficaram com tudo: primeiro, Sebastian Vettel ia a caminho da pole, mas depois, Charles Leclerc obteve uma volta impressionante e tornou-se no poleman pela terceira vez seguida. E está a meio caminho de ser o primeiro piloto a vencer por três vezes seguidas como estreante desde Damon Hill, em 1993.
Mas para chegarmos a este ponto, na cidade-estado asiática, as circunstâncias indicavam que o favorito era Lewis Hamilton, e todos estavam convencidos disso. Os tempos nos treinos livres, embora não indicassem tudo, parecia que o britânico ia a caminho de, não do melhor tempo na qualificação, mas de um fim de semana de domínio, e alargar a sua vantagem em relação aos restantes adversários. Assim sendo, quando começou a Q1, Hamilton foi para a pista com médios, o suficiente para passar à Q2. O resto escolheu os macios, incluindo Valtteri Bottas, seu companheiro de equipa.
E foi o finlandês que abriu as hostilidades, com 1.38,623, com Hamilton logo atrás, a um centésimo. Mas logo depois Leclerc mostrou ao que vinha, quando fez 1.38,014, com Max Verstappen logo atrás, a meio segundo. Vettel, muito discreto, era sexto, a nove décimos.
Na parte final, os Mercedes marcaram tempos que os colocaram no topo da tabela de tempos, e Bottas descia do 1.38, fazendo 1.37.317, com Hamilton logo atrás, a 248 centésimos. Entre os excluídos, para além dos Williams, os que ficaram para trás foram o Haas de Romain Grosjean, o Racing Point de Lance Stroll, e o Toro Rosso de Daniil Kvyat, que tinha sido excluído graças a um bom tempo de Sergio Perez.
Na Q2, todos os pilotos decidiram sair à pista com os macios, e Leclerc abre as hostilidades com 1.36,930, apesar de Hamilton ter sido segundo apenas com 131 centésimos de diferença. Bottas era terceiro, seguido por Vettel, mas depois, Max Verstappen foi melhor, conseguindo o melhor tempo. Atrás, Kimi Raikkonen tocava no muro e volta "a coxear" para as boxes.
No final da sessão, os Ferrari mostraram ao que vinham. Primeiro Leclerc, com 1.36,650, depois Vettel, a 70 centésimos, deixaram os Mercedes para trás. E atrás deles, a luta era feroz: os Renault entraram para a fase final, deixando para trás, Sérgio Perez, Antonio Giovinazzi, Kimi Raikkonen, Kevin Magnussen e o Toro Rosso de Pierre Gasly.
Para a Q3, a parte mais interessante desta qualificação, todos começaram a sair quase ao mesmo tempo para marcar no cronómetro. E os Mercedes tiveram dificuldades à custa do tráfego. E quando Sebastian Vettel marcou o seu primeiro tempo, 1.36,437, era um segundo superior à Mercedes. Leclerc ficou com o segundo tempo, 357 centésimos atrás, seguido por Max Versteppen.
Arrastando as coisas até á ultima tentativa, foi aí que definiu tudo. Primeiro Vettel, que não conseguiu superar o seu tempo, deixando-se à mercê de Leclerc, que fez 1.36,217 e tornou-se no poleman. Lewis Hamilton até fez um tempo melhor do que tinha antes, ficando-se entre os Ferrari, a 191 centésimos, enquanto Max Verstappen foi o quarto, a 596 centésimos.
Assim sendo, para que para amanhã, a corrida promete ser intensa. Mas Singapura é uma prova dificil, dura e longa - raras são as corridas com menos de duas horas de duração. O vencedor terá de resistir a tudo isso, mais o calor noturno. O cenário está montado para o que vêm aí.