Os vinte anos são mais a idade ideal para lançar uma carreira do que fazer um "best of". Se calhar só farias isso se fosses um menino prodigio e começasses a carreira aos oito anos ou coisa assim. Não foi assim tão cedo no caso de Antti Kalhola, mas parece que após mais de cinco anos e para cima de duas dezenas de videos, vale a pena fazer um "best of" de todos os que colocou no Youtube.
E é nestas alturas de "best of" quew começas a fazer um balanço daquilo que conheces sobre o sujeito. Quando o conheceste e porque é que gostas dos seus videos melhor do que outros. Lembro-me da primeira recomendação, do Ico, e de começar a ver o primeiro video, vezes sem conta. Depois veio outro e outro, incrédulo por ver que a pessoa em questão tinha na altura apenas dezasseis anos. Fazia as coisas com instinto, de forma autodidacta, o que provavelmente muitos outros editores não conseguem fazer: ir ao coração do adepto.
Antes de ver os videos do Antti, tinha uma má impressão destes montadores. Para quem conhece mais ou menos o meio, como eu, achava os que via no Youtube um bando de amadores que não sabiam editar ou que tinham uma escolha sonora discutivel. com o Antti, as coisas deram uma volta de 180 graus, de uma certa forma. Depois conheci mais alguns bons editores, como o Hanuff, e vi que pelo YT haviam jovens rapazes que sabiam do que faziam, mais ou menos bem, mas faziam. E ainda por cima, tinham boa escolha em termos de banda sonora, usando... bandas sonoras de filmes, como é no caso do nosso amigo finlandês.
Defendi-o no caso dos problemas que teve com a FOM. A minha fundamentação nessa defesa era que ele, sendo um jovem amador, fazia muito mais para captar os adeptos que qualquer profissionnal contratado a peso de ouro. E também disse que essa atitude da FOM era mais abusiva do que por exemplo, os que tem os direitos do Mundial de Ralis, muito mais abertos para os adeptos, para não falar dos americanos como a Indy ou a NASCAR. E as contas que o Youtube encerrou só aumentaram mais a reputação do jovem finlandês.
Como sabem, entrevistei-o no inicio do ano. Foi simpático, calmo e acessível, como sempre imaginara de um finlandês. Não fui o primeiro a entrevistar, mesmo em Portugal, mas o fato de ter sido entrevistado por mais do que uma vez, e ser motivo de artigos nos jornais e revistas um pouco por todo o mundo - esta semana vi um video dele no jornal espanhol Marca - demonstra que ou ele é muito bom no que faz, ou vivemos todos em delirio coletivo. Em suma, soube tocar no nervo.
Para finalizar, só quero dizer isto: "Kiitos Antti. Vain joku teitä edes kosketa sydämessä vanhan "petrolhead". Näen videoita miljoona kertaa eikä koskaan kyllästy. Ansaitset Oscar, mutta siihen asti olet minun ikuinen ihailun." (Obrigado Antti. Só mesmo alguém como tu para tocar no coração deste velho "petrolhead". Vejo os teus videos um milhão de vezes e nunca me farto. Mereces um Óscar, mas até lá, tens a minha eterna admiração.)
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