No final dos anos 80 e inicio dos anos 90, não faltavam pilotos e equipas italianas a passar pela Formula 1. Eram aos magotes, sonhando um dia seguir os feitos de Alberto Ascari ou de Lorenzo Bandini, ou então invejando a sorte de Michele Alboreto, que guiou pela Ferrari durante quatro temporadas. O piloto que eu falo agora era um deles, e se a sua sorte não foi grande, isso não implica que a sua carreira seja um fracasso. Bem pelo contrário... Hoje falo de Gabriele Tarquini.
Nascido a 2 de Março de 1962 em Giulianova, no Centro de Itália, começa a correr em 1976 no Karting, tornando-se em 1983 campeão italiano e europeu da categoria. No ano seguinte, vence de novo o campeonato italiano, mas torna-se campeão do Mundo. No ano seguinte, passa para a... Formula 3000, onde em três temporadas, não consegue grandes resultados.
Contudo, numa altura em que muitas equipas italianas estão a tentar a sua sorte na categoria máxima, Tarquini tem a sua primeira oportunidade em 1987, no GP de San Marino, a bordo de um Osella. Qualificado na última posição da grelha, desiste na volta 26, quando quebra a sua caixa de velocidades.
Em 1988, Tarquini não passa despercebido a Enzo Coloni, que o contrata para guiar o seu carro nessa temporada. O seu melhor resultado foi um oitavo lugar no Canadá, que também significa o melhor resultado de sempre da equipa italiana. Contudo, à medida que a temporada avança, o desenvolvimento do carro fica parado, devido à falta de fundos que a equipa tem. Resultado: oito não-qualificações.
Em 1989, Tarquini mete-se numa coisa chamada FIRST, um projecto de equipa de Formula 1. O chassis foi desenhado pelo brasileiro Ricardo Divilla (ex-projectista da Copersucar-Fittipaldi), mas o carro falhou o "crash-test" e o projecto foi abandonado (embora tivesse voltado no ano seguinte com... a Life). Contudo, Tarquini foi contratado pela AGS como substituto do francês Philippe Streiff, que tinha tido um acidente no Brasil, no qual ficou tetraplégico. As suas performances no inicio da temporada foram optimas, para uma equipa artesanal, e conseguiu o seu unico ponto da carreira no México, embora tenha tido outras boas performances no Mónaco e em Phoenix. Contudo, depois do GP de França, não mais conseguiu qualificar-se nesse ano. No final, o ponto alcançado em terras mexicanas deu-lhe o 26º lugar na classificação.
Em 1990, Tarquini fica na AGS, mas em 16 tentativas, conseguiu quatro qualificações, sem resultados. A mesma coisa em 1991, embora na corrida inicial, em Phoenix, tenha acabado no oitavo posto... nas últimas três corridas do ano, Tarquini correu pela Fondmetal (ex-Osella), onde conseguiu resultados melhores, mas sem pontuar.
Em 1992, Tarquini corre na Fondmetal, tenndo como companheiro de equipa o suiço Andrea Chiesa. É decididamente mais rápido do que o suiço, e qualifica sempre (tendo até superado a Ferrari de Ivan Capelli na qualificação do GP da Belgica!), mas a equipa passa dificuldades, e antes do GP de Portugal, a equipa retirou-se.
Sem volante para correr na Formula 1, virou-se para os Turismos. Primeiro começou no BTCC (British Touring Car Championship), ao volante de um Alfa Romeo. Em 1994 ganha o campeonato, uma vitórias contestada devido a alegados infringementos no aerodinamismo do carro. No ano seguinte, continua a correr nos BTCC e nos Superturismos italianos, e ainda corre pela Tyrrell no GP da Europa, substituindo o japonês Ukyo Katayama. Acaba a corrida na 14ª posição.
A sua carreira na Formula 1: 78 Grandes Prémios, em sete temporadas (1988-92, 1995), um ponto.
Ao longo da década de 90 e inicio destra década, Tarquini guiou no BTCC, bem como na belga Procar Series, ou no STW, o campeonato de turismos alemão. No inicio de 2003, muda-se para o European Touring Car Championship (ETCC), a bordo de um Alfa Romeo 156 Super 2000. Dois anos depois, o ETCC vira WTCC (World Touring Car Championship), onde corre pela Alfa Romeo, antes de se virar para os Seat Leon.
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