segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Noticias: Formula 1 e GM chegam a acordo


É oficial: as equipas da Formula 1 aceitaram a inscrição da GM/Cadillac para a temporada de 2026. O acordo de principio implica que a equipa entre nessa temporada, mesmo que não forneça pneus por agora. Isso acontecerá numa altura posterior.

"A Fórmula 1 manteve um diálogo com a General Motors e seus parceiros na TWG Global sobre a viabilidade de uma inscrição após a avaliação comercial e a decisão [de rejeitar a Andretti-Cadillac] feita pela Fórmula 1 em Janeiro de 2024. Ao longo deste ano, foram alcançados marcos operacionais que deixaram claro o seu compromisso de a GM/Cadillac ingressar como a décima primeira equipa, e que a GM entrará como fornecedora de motores num momento posterior. A Fórmula 1 tem, portanto, o prazer de avançar com este processo de inscrição e fornecerá mais atualizações no devido tempo", pode-se ler no comunicado da FOM.

Mark Reuss, Presidente da General Motors, está feliz pelo acordo: “Como o pináculo dos desportos motorizados, a Formula 1 exige inovação e excelência que ultrapassam os limites. É uma honra para a General Motors e para a Cadillac juntarem-se à principal série de corridas do mundo, e estamos empenhados em competir com paixão e integridade para elevar o desporto para os fãs de corridas em todo o mundo. Este é um palco global para demonstrarmos os conhecimentos de engenharia e a liderança tecnológica da GM a um nível totalmente novo.”

Dan Towriss, Diretor Executivo da TWG Global para os desportos motorizados, alinha pelo mesmo diapasão acerca do acordo entre ele e a FIA e a Liberty Media: “Estamos entusiasmados com a parceria com a General Motors para trazer uma presença dinâmica à Fórmula 1. Juntos, estamos a reunir uma equipa de classe mundial que irá personificar a inovação americana e proporcionar momentos inesquecíveis aos fãs de corridas em todo o mundo. Agradecemos o apoio da FIA e da FOM à nossa candidatura e o seu reconhecimento do valor que podemos trazer ao campeonato.

Do lado da Liberty Media, Greg Maffei, Presidente e Diretor Executivo, saúda o acordo: “Com os planos de crescimento contínuo da Fórmula 1 nos EUA, sempre acreditámos que acolher uma marca norte-americana como a GM/Cadillac na grelha e a GM como futuro fornecedor de unidades de potência poderia trazer valor e interesse adicionais ao desporto.", começou por afirmar.

"Acreditamos que a liderança da General Motors e dos seus parceiros registou progressos significativos na sua preparação para entrar na Fórmula 1. Estamos entusiasmados por avançar com o processo de candidatura da equipa GM/Cadillac para entrar no Campeonato em 2026.”, concluiu.

Mohammed Ben Sulayem, Presidente da FIA, também saúda o acordo que faz com que a Formula 1 tenha uma 11ª equipa dentro de duas temporadas: 

A General Motors é uma grande marca global e uma potência no mundo dos OEM [Original Equipment Manufacturer] e está a trabalhar com grandes parceiros. Apoio plenamente os esforços envidados pela FIA, pela Fórmula 1, pela GM e pela equipa para manter o diálogo e trabalhar no sentido de alcançar este resultado de um acordo de princípio para fazer avançar esta candidatura para trazer uma equipa da marca GM/Cadillac para a grelha do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 de 2026. Todas as partes, incluindo a FIA, continuarão a trabalhar em conjunto para garantir que o processo avance sem problemas”, afirmou.


No acordo, revelou-se que Dan Towriss assumiu as funções que pertenciam antes ao ex-piloto americano Michael Andretti, tendo este comunicado agora sido revelado que é o CEO do que é agora a 'TWG Global'. Em principio, irão ficar com as instalações em Silverstone, para assim se prepararem para correr em 2026. 

Agora é oficial: com este acordo, irá haver uma 11ª equipa, algo que aconteceu pela última vez em 2017, a última temporada onde correu a Manor.

WRC: Latvala contente pelos desafios de 2025


Na mesma conferência de imprensa onde se apresentou a equipa para a nova temporada do WRC, Jari-Matti Latvala, o diretor-desportivo da Toyota, começou a falar, em jeito de balanço, sobre a temporada que acabou e o que espera para 2025, agora que terá um diretor-adjunto, para poder alinhar em algumas provas de Históricos, entregando o papel para outra lenda finlandesa dos ralis: Juha Kankunen

A época de 2024 apresentou novos desafios para a nossa equipa, mas continuámos a ter um desempenho de alto nível e continuámos a lutar até ao último dia para manter com sucesso o nosso título de construtores. Para 2025, estamos muito satisfeitos por continuarmos com os mesmos pilotos que têm tido um forte desempenho para nós nas últimas épocas e por termos mais pilotos a reforçar os nossos esforços para o campeonato completo.", começou por afirmar. 

Latvala também falou sobre a decisão de ter Kankunen a seu lado como diretor adjunto, o fato de alinhar no Europeu de Clássicos, com um Celica, e a chegada de Sami Pajari no alinhamento da equipa, a tempo inteiro, em vez dos planos iniciais de partilhar o carro na próxima temporada, agora que a FIA permitiu que as equipas oficias possam alinhar com quatro carros: 

"Também é ótimo dar as boas-vindas a Sami Pajari ao nosso line up, graças ao investimento que estamos a fazer para desenvolver jovens pilotos. O Sami deu grandes passos este ano e estamos confiantes de que ele está pronto para subir ao mais alto nível. Pessoalmente, estou muito entusiasmado por ter a oportunidade de combinar o meu papel como Diretor de Equipa com a minha paixão pela condução, competindo com o lendário Toyota Celica, e estou muito satisfeito por Juha Kankkunen assumir o papel de Diretor de Equipa Adjunto para me apoiar a mim e à equipa nas provas do WRC: ele conhece bem a equipa e traz muita experiência para o papel.”, concluiu.

WRC: Kankkunen satisfeito com o seu novo papel na Toyota


A grande novidade na conclusão da reunião que a Toyota fez nesta segunda-feira no Japão, para definir o futuro da sua equipa de ralis, é que Jari-Matti Latvala decidiu tirar algum tempo do seu cargo da diretor desportivo em 2025, querendo correr alguns ralis históricos. Para o lugar de diretor-adjunto, vai o veterano Juha Kankkunen, que aos 65 anos, regressa à Toyota, depois de algumas temporadas como piloto, onde alcançou o seu quarto - e último - título mundial, na temporada de 1993. 

Na apresentação do seu novo papel - onde substituirá Latvala quando este não puder estar presente - o tricampeão mundial disse sobre o que isto significa.    

É um grande prazer para mim assumir este papel na equipa. Durante a minha carreira, conduzi com muitas equipas diferentes, mas tive um total de nove anos com a Toyota: foi o primeiro construtor a dar-me uma oportunidade no WRC e acredito que é provavelmente a melhor equipa do mundo.", começou por afirmar. 

"Há pessoas muito boas e a cooperação entre a Europa e o Japão foi sempre excelente. O espírito de equipa e o trabalho de equipa são muito importantes e todos se esforçam em conjunto. Tenho uma boa relação com Akio Toyoda, tendo conduzido com ele em provas de demonstração nos últimos anos, e também com Jari-Matti [Latvala], que é uma ótima pessoa e com quem é muito fácil falar. Estou muito contente por poder trabalhar mais de perto com eles e ajudar a equipa sempre que puder.”, concluiu.

Na sua carreira, Kankkunen passou pela Toyota em três ocasiões. A primeira, entre 1983 e 85, onde ganhou o seu primeiro rali, o Safari de 1985, a segunda, entre 1988 e 89, e a terceira, entre 1993 e 96. Nestas suas três passagens, ganhou oito ralis, dos 23 triunfos que tem no seu palmarés. 

WRC: Toyota alinha com quatro carros para 2025


A Toyota confirmou hoje que alinhará com quatro carros na temporada de 2025, deixando em aberto a chance de alinhar com cinco carros ao longo do ano. Para além disso, também anunciou os quatro pilotos que correrão por eles na próxima temporada: Kalle Rovanpera, Elfyn Evans, Takamoto Katsuta e Sami Pajari. E Sebastien Ogier regressará à pilotagem a tempo parcial, e nos ralis onde ele estiver presente, alinharão com cinco carros. 

Para além disso, haverá mudanças na direção da Toyota Gazoo Racing, com Jari-Matti Latvala a dedicar-se mais aos ralis históricos, deixando o cargo para Juha Kankkunen, que será o seu diretor-adjunto e ocupará o seu lugar quando ele não puder estar presente.  

A nova temporada será marcada pelo regresso de Rovanpera a tempo inteiro, ele que em 2024 pediu para fazer tempo parcial, alinhando apenas em seis ralis, dos quais ganhou... quatro. 

Isto acontece depois da FIA ter confirmando que as equipas de fábrica podem alinhar até quatro carros na classe Rally1, e eliminar o sistema híbrido nesta classe de carros. A Hyundai irá ter quatro carros, e a M-Sport, que alinha com os Ford Puma Rally1, confirmou, pelo menos, dois carros e acolhe pelo menos um pagante, o letão Martins Sesks, na próxima temporada. 

Youtube Motoring Vídeo: O Automóvel em 1975

Há muitos que andam por aqui afirmando que "antigamente é que era bom". E isso pode-se afirmar em relação ao automóvel. O que poucos já não se lembram é que muitas das coisas que se falam agora... já se falavam há quase meio século.

Descobri este senhor no fim de semana. O seu nome era Fyfe Robertson, e era apresentador da BBC em 1975, quando fez este documentário sobre o automóvel, e como, nessa altura, deixou de ser um símbolo de liberdade e individualidade para acabar por ser um instrumento que transformou os centros das cidades num inferno. E muitos dos problemas que falava há quase meio século, em muita medida, continuam a ser atuais. 

E a pergunta que ele faz é bem pertinente: "Alguma vez imaginou a vida sem os automóveis que estão alinhados nos nossos subúrbios? Eu sei, porque cresci na inocente infância do automóvel, e estamos juntos, o automóvel e eu, por mais de meio século". 

E pergunto-me: apesar dos muitos avanços que aconteceram desde então, as coisas ficaram na mesma ou criamos outros problemas? Meio século depois e mais de 35 anos depois da sua morte - Robertson morreu em 1987 - as perguntas que ele faz ainda ecoam no século XXI, agora que chegamos ao seu primeiro quarto de século. 

domingo, 24 de novembro de 2024

As imagens do dia





Bom... aconteceu. Foi um domingo de campeões. Max Verstappen viu nesta fim de semana de Las Vegas a sua chance, o primeiro "match point" da temporada, e aproveitou-o. Bastou ficar na frente de Lando Norris e coisas foram resolvidas, sem discussão. Curiosamente, o filho de Jos Verstappen conseguiu cruzar a meta no quinto lugar, na mesma cidade... e na mesma posição que Nelson Piquet (o pai da sua namorada Kelly) e Keke Rosberg alcançaram os seus títulos, em 1981 e 82. 

Este seu tetra consecutivo colocou-o em igualdade com Juan Manuel Fangio (1954-57), Sebastian Vettel (2010-13) e Lewis Hamilton (2017-20), apenas superado pelos cinco títulos seguidos de Michael Schumacher (2000-04). Mas se calhar, este deve ser o título mais custoso ao neerlandês, que se valeu do que tinha conseguido acumular no inicio da temporada. Um desafio que superou quando foi colocado em jogo. 

No final da corrida, questionado sobre se em algum momento, duvidou do título, ele falou que entre Zandvoort e Monza, chegou a duvidar que iria conseguir segurar em Lando Norris em ascendência na classificação. Mas no final, conseguiu controlar as coisas a aproveitar bem o avanço que conseguiu nas primeiras corridas, e a partir de Miami, as coisas começaram a dar a volta.

Curiosamente, foi em Miami que a Red Bull anunciou que Adrien Newey e a equipa de Milton Keynes tinham decidido seguir os seus caminhos. Não foi por causa disso que a Red Bull se afastou da luta pelo título de Construtores - isso são outros motivos... - mas é muito provável que estejamos a assistir ao principio de uma travessia do deserto por parte da equipa dos energéticos. Se forem wer a história da passagem de Newey por Williams e McLaren, elas acabam por viver uma travessia do deserto em termos de títulos depois da sua saída. E para piorar as coisas, ao longo da última primavera e verão, aconteceu uma debandada por parte dos principais elementos da equipa de Milton Keynes...

E já falei por aqui: para 2026, não se afigura nada de bom para eles. 

Em suma, o que interessa hoje é que, na noite americana, entre neons, "blackjack" e coristas, Max comemore o seu tetracampeonato. Bem o merece.  

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Horas antes de Max comemorar o seu título pela quarta vez, no Japão, o belga Thierry Neuville comemorou para a Hyundai o título que tanto merecia. E teve perto, muito perto de o perder. 

Explica-se: no primeiro dia do rali, na sexta-feira, teve um problema no Turbo que o impediu de atacar o lugar que queria para ser campeão. Acabou esse dia na 14ª posição, fora dos pontos. No sábado, recuperou até ao sétimo posto, mas foi no domingo de manhã, logo na primeira especial, que recebeu a noticia que tanto queria, quando o seu rival pelo título - e companheiro de equipa, o estónio Ott Tanak - se despistou e acabou por desistir. 

Para Neuville, mais do que este título ganho de forma merecida - todos os campeões do mundo merecem os títulos que ganhem, por muito que alguns afirmem o contrário - a altura para ganhar era agora. Aos 36 anos, e depois de mais de uma década a lutar por ela. A sua primeira chance foi em 2013, mas Sebastien Loeb não o deixou. Depois, houve mais chances, mas primeiro, Sebastien Ogier, e mais tarde, Ott Tanak e Kalle Rovanpera, tiraram as chances de ser campeão, mesmo depois de ter entrado na Hyundai.

2024 era a sua grande chance. Rovanpera, que está acima de tudo e todos, como acontecera com Loeb e Ogier, nas duas décadas que passaram, decidiu tirar um "time-off", fazendo uma temporada parcial, dando chance à concorrência. Tinha Tanak como rival, mas na Toyota, tinham Elfyn Evans e... Sebastien Ogier, que a meio da temporada, decidiu ajudar a sua equipa num "debacle" inesperado, mas na parte final, três desistências consecutivas estragaram tudo.

Aos 36 anos de idade, Neuville já merecia um campeonato. Pela sua longa carreira, pela sua dedicação à Hyundai, pelos seus feitos em ralis - especialmente em asfalto - o seu nome merece ser lembrado ao lado de lendas como Markku Alen, Bjorn Waldegaard, Hannu Mikkkola, Didier Auriol, Colin McRae, Petter Solberg ou Richard Burns, todos com um título no palmarés.

Agora é disfrutar, porque para o ano há mais... e claro, Kalle Rovanpera estará de volta a tempo inteiro. Monte Carlo 2025 é daqui a dois meses!

Formula 1 2024 - Ronda 22, Las Vegas (Corrida)


Las Vegas. Luzes, Jogo, um exército de Elvis em cada esquina, o sítio onde o resto da América vem expiar os seus pecados. Mas para o país que refinou o "show" para os níveis que conhecemos agora, não admirem se a Liberty Media aposte a sério nesta paragem. O circuito pode ser horrível, mas por causa dos neons, estão dispostos a largar do seu próprio bolso para poderem afirmar que fecham a Sunset Strip para ver carros velozes a passar. E Vegas no seu melhor. E é melhor que seja assim: 60 anos antes, outras luzes apareciam no horizonte, do tipo cogumelo atómico... 

Novidades antes da corrida: Franco Colapinto foi autorizado a participar, depois do seu acidente na Q2. Ele sofreu um impacto de 50G's, e para além disso, os mecânicos conseguiram reconstruir o seu carro. Contudo, apesar de ter conseguido um lugar no meio da grelha, irá largar das boxes, por causa de tudo o que passou: ele e o carro.  

Sol posto, noite fria, os pneus iriam representar uma componente importante. Afinal de contas, aquecê-los naquelas condições será importante para o desempenho dos pilotos na corrida. E claro, em termos de grelha, será também interessante saber até que ponto Max Verstappen continuará a conter Lando Norris na sua defesa da liderança, embora ele seja o primeiro a admitir que muito dificilmente, o título será seu neste final de semana na Cidade do Pecado.


Na partida, Russell aguentou bem e ficou com o comando da corrida, perante os ataques da concorrência. Gasly perdeu um posto, e Max conseguiu ficar na frente de Norris, o seu primeiro objetivo da noite. A partir dali, Hamilton começou a encetar a sua primeira recuperação, tentando alcançar o lugar mais alto possível antes das primeiras trocas de pneus, que aconteceriam a seguir - todos estavam a largar com médios. Atrás, os comissários da FIA descobriram que Oscar Piastri tinha largado do lugar errado e iriam penalizá-lo em cinco segundos quando ele fosse às boxes para trocar de pneus. 

Nas primeiras voltas, Leclerc parecia ser segundo, apesar de ter atacado Russell para conseguir a liderança, mas em pouco tempo, perdeu esse lugar para Sainz Jr... e Max. Hamilton continuava a sua recuperação, e sabia que tinha de ficar um pouco mais na pista para aproveitar a ocasião.   

A partir da volta 11 os pilotos foram às boxes, trocar médios para duros, com Sainz Jr e Leclerc a fazerem isso na volta 12, e Max logo a seguir. Na volta 15, quase todos tinham trocado de pneumáticos, com a grande exceção a ser Checo Pérez, que com isso, era segundo, na frente de Max. Mas claro, era sol de pouca dura. 


Na volta seguinte, a primeira desistência do dia, com Pierre Gasly, cujo motor tinha rebentado. Com o terceiro posto da grelha na véspera, a chance de um bom resultado tinha ido pelo cano abaixo. Por essa altura, Hamilton aproximava-se de Leclerc, e desejava o seu lugar.  

Na volta 30, mais paragens nas boxes, para colocarem duros. Max e Leclerc foram às boxes nessa altura, e Russell, o líder, na 32ª passagem pela meta. Max aguentava-se, apesar de ter sido passado nessa altura por Hamilton, quando lutaram por um lugar no pódio. Ou seja, os médios aguentaram... metade da corrida. Só para verem a dificuldade de aqueceram na noite de Nevada. Atrás, Norris é sexto, na frente de Piastri. Pelo menos, em termos de Construtores, tudo corre bem para a McLaren.

Na frente, os Mercedes afastam-se de Max Verstappen, que está a ver os Ferrari aproximarem-se, com Sainz Jr na frente de Leclerc. A dez voltas do final, virtualmente, Max era campeão do mundo, mas os carros de Maranello começavam a ameaçar nos seus espelhos. O espanhol passou-o na volta 42, e Max defendeu-se o mais que pode de Leclerc, até que o monegasco o passou na volta 47. Com o quinto posto, Max era o campeão na mesma. 

Mas na frente, os Mercedes estavam inalcançáveis. Russell era o melhor, e Hamilton, apesar de ter tentado, não conseguira apanhá-lo. Claro, há quem pergunte o que teria feito o veterano Hamilton se não tivesse cometido o erro da qualificação. E na meta, a Mercedes comemorava a sua dobradinha, Sainz o seu pódio, e Max, o seu campeonato. Curiosamente... no mesmo local e na mesma posição onde Nelson Piquet e Keke Rosberg alcançaram os seus primeiros títulos.


E foi assim a noite fria em Las Vegas.     

WRC 2024 - Rali do Japão (Final)


Por fim, Thierry Neuville teve o campeonato que merecia. Aos 36 anos, e como corolário de uma longa carreira, com mais de uma década, o piloto belga é campeão do mundo, na conclusão do rali do Japão. Contudo, a consagração aconteceu bem antes, quando na primeira especial do dia, Ott Tanak despistou-se, acabando por desistir.

"Para ser sincero, estou a sentir-me muito bem. Não tenho palavras. Quero agradecer a todos os que fizeram parte disto.", disse o piloto belga no final do rali.

No final do dia, a Toyota comemorou a vitória, não só com Elfyn Evans a ser melhor que Sebastien Ogier com mais de um minuto de diferença, como ganhou o título de Construtores por três pontos, por causa da desistência de Tanak. Enquanto isso, Adrien Formaux conseguiu aguentar as investidas de Katsuta Takamoto para conseguir o quinto pódio da temporada. Curiosamente, todos terceiros lugares... 


Com cinco especiais pela frente neste domingo, o dia tinha passagens duplas por Nukata e por Lake Mikawako, e uma terceira passagem pelo Toyota Stadium. E logo na primeira especial do dia... o primeiro golpe de teatro, quando Tanak perdeu o controle do seu seu carro na curva e acabou na valeta. Para piorar as coisas, pouco depois, o Toyota GR Yaris Rally2 de Heikki Kovalainen despistou-se no mesmo lugar e acabou em cima do Hyundai do piloto estónio! No fundo, foram as folhas, que tem sido o grande problema de todo o rali, o grande causador do despiste a Tanak, que, recorde-se, liderava a prova.

"Honestamente, foi uma surpresa. Não sei o que dizer, mas acho que merecemos. Muito mais pressão do que precisávamos para este último evento, mas conseguimos o melhor que pudemos com os problemas que enfrentámos. Estamos um pouco mais relaxados agora e podemos pressionar agora para voltar para casa com todos os troféus.", reagiu Neuville quando soube do acidente de Tanak e do título mundial conquistado. 

No final, Mikkelsen foi o melhor na etapa, 4,4 segundos melhor que Elfyn Evans e 4,9 sobre Thierry Neuville. Ogier foi o quarto, a 8,4. Neuwille foi o melhor na especial seguinte, 3,4 segundos sobre Andreas Mikkelsen e 3,8 sobre Adrien Formaux. Chris Ingram, no seu Toyota GR Yaris Rally2, desistiu devido a problemas de suspensão. 

Neuville voltou a ganhar, agora empatado com Ogier, na segunda passagem por Nukata, com Mikkelsen a 2,8 e Evans em quarto, a 6,3.  

A super-especial no Toyota Stadium acaba com Takamoto a ser o melhor, 0,3 sobre Formaux, 0,4 sobre Mikkelsen e 1,7 sobre Ogier. E no final do dia, na Power Stage, Ogier levou a melhor, 1,9 sobre Neuville, 3,9 sobre Evans e 4,8 sobre Takamoto. 

Depois dos quatro primeiros, Gregoire Munster foi o quinto, e o segundo melhor dos Ford, a 3.11,5, na frente de Thierry Neuville, a 6.54,1, bem distante dos carros da classe Rally2. Nikolai Gryazin foi o sétimo, a 10.04,3, na frente de Sami Pajari, a 11.50,8, no seu Toyota GR Yaris. Hiroki Arai foi o nono, a 13.24,3 e Gus Greensmith fechou nos pontos, a 14.15,8, no seu Skoda Fabia Rally2.


O Mundial acabou, mas a próxima temporada não anda longe. No final de janeiro de 2025, teremos o rali de Monte Carlo! 

sábado, 23 de novembro de 2024

Youtube Formula 1 Vídeo: As polémicas de Ben Sulayem

Mohamed ben Sulayem está na presidência da FIA desde 2021, depois de mais de três mandatos de Jean Todt. Esperava-se que depois de uma presidência sem grandes sobressaltos do francês, antigo navegador de ralis, ditrtor técnico da Peugeot e da Ferrari, com sucessos nos ralis, Dakar, Le Mans e Formula 1, o antigo campeão do médio Oriente de ralis, dos Emirados Árabes Unidos, poderia trazer nowas ideias para o automobilismo. 

Contudo, depois de quase dois anos de mandato, parece que ele gosta de dar nas vistas... e pelas piores razões. Desde os códigos de conduta aos pilotos, para a maneira como tratou o caro da Andretti, passando pela instabilidade do cargo de diretor de corrida, a Liberty Media e os donos das equipas passaram a... não gostar dele. E com alguma razão. 

WRC 2024 - Rali do Japão (Dia 2)


Ott Tanak lidera o rali do Japão com um avanço de 38 segundos sobre Elfyn Evans, num rali onde as coisas estão a sair um pouco melhor para Thierry Neuville, que recuperou até à sétima posição, conseguindo quatro dos seus necessários para ele ser campeão do mundo nesta temporada. Sebastien Ogier é o terceiro, a uns distantes 2.10,9 segundos, numa luta com Adrien Formaux, no seu Ford Puma Rally1, a 2.19,1, e o local Katsuta Takamoto, a 2.25,2.  

Com sete especiais pela frente, marcadas por passagens duplas por Mt. Kasagi, Nenoue Kougen e Ena, acabando o dia numa super-especial no Toyota Stadium, o dia começou com Elfyn Evans na frente, batendo Ott Tanak e Gregoire Munster por três segundos, com Sebastien Ogier em quarto, a 6,2. Neuville foi quinto, a sete segundos. 

Neuville ganhou na especial seguinte, conseguindo uma vantagem de 1,2 segundos sobre Sebastien Ogier e 1,3 sobre Katsuta Takamoto. Gus Greensmith sofreu um pião e perdeu tempo, e perdeu o seu lugar... para Neuwille.


O final da manhã ficou marcado pelo anulamento da especial, por motivos de segurança. A razão? Um carro civil entrou em plena especial! Sem autorização, entrou na altura em que Elfyn Evans ia fazer a sua passagem.   

A parte da tarde começou com Tanak ao ataque, ganhando na segunda passagem por Mt. Kasagi, 0,8 segundos na frente de Sebastien Ogier, 4,1 sobre Takamoto e 5,7 sobre Neuville, que tinha conseguido subir para a nona posição, entrando na região dos pontos. Na especial seguinte, segunda passagem por Nenoue Kougen, Neuwille conseguiu ganhar, mas... empatado com Sebastien Ogier. Katsuta Takamoto foi o terceiro, a 2,4.


Mesmo assim, o piloto belga não estawa totalmente satisfeito com o seu carro: "Estou a lutar com os travões desde a 12ª especial. Estamos a tentar alcançar a sétima posição.", afirmou.

Na segunda passagem por Ena, Ogier levou a melhor, mas foi por meros 0,1 segundos sobre Neuville e 1,3 sobre Formaux. Neuville conseguiu passar Gryazin e acabou o dia na sétima posição. Que confirmou na super-especial no Estádio Toyota, onde foi... sétimo, perdendo 2,3 segundos para Ott Tanak, que acabou por triunfar. Formaux foi o segundo, a 1,1, e Gregoire Munster, o terceiro, a 1,7.

Depois dos cinco primeiros, Gregoire Munster é o sexto, a 3.07,1, e depois de Neuville, aparece o Citroen C3 Rally2 de Nikolay Gryazin, a 7.55,9, e a fechar o "top ten", está o Toyota GR Yaris Rally2 de Sami Pajari, a 9,21,2, e o carro de Hiroki Arai, um Skoda abia R5, a 10.12,6. 

O rali termina este domingo, com a realização das últimas cinco especiais. 

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

A imagem do dia




Faz esta sexta-feira cinco anos que Joaquim Moutinho deixou-nos, e como há uns dias, o meu texto sobre o Rali do Algarve de 1984 teve sucesso nas redes por aqui, acho que mais um texto sobre ele não fax mal algum. Mas tenho de falar de uma coisa: o rali de Portugal de 1986. E um pouco sobre o panorama português da altura. Em suma, é uma continuação de eventos passados.

Depois de Joaquim Moutinho ter sido impedido de ganhar o campeonato de 1984 - depois se viu que nada tinha a ver com manobras da concorrência, apenas uma aposta ilegal - os alertas estavam dados na Diabolique: o carro estava desatualizado. Não só hawia uma equipa oficial como até alguns privados, como António Rodrigues, tinha arranjado um carro melhor, um Lancia 037 e mostrado performance. 

Curiosidade à parte: o 037 tinha sido adquirido para andar no campeonato de Montanha de 1984, mas como andava bem nos ralis em asfalto, ele usou-o no rali de Portugal. Inscrito no Jolly Club, no final da primeira etapa acabou na... quarta posição, andando mais rápido que alguns carros oficiais. Contudo, sem peças sobressalentes, decidiu abandonar no inicio da segunda etapa.

Mas a Diabolique era fiel à Ford, e esta se arrastava com o seu Grupo B, então em desenvolvimento. E em 1985, eles sofreram, e Moutinho conseguiu, por fim, o seu título nacional. E claro, foi o melhor português no rali de Portugal, o "outro troféu" que naqueles tempos os pilotos locais almejavam. Mas no final de 1985, a Ford, por fim, tinha o seu carro: o RS200. O primeiro Grupo B real que os ralis portugueses iriam ver na estrada. 

A temporada começou com uma desistência no Sopete, na Póvoa de Varzim, com um problema na caixa de velocidades. E no inicio de março, era o rali de Portugal. Na lista de inscritos, Moutinho era o 14, Santos o 15, e Carlos Bica - que mais tarde iria ganhar quatro campeonatos de ralis seguidos - era o 18, num Lancia 037.

A manhã do primeiro dia tinha três passagens triplas na Serra de Sintra: Lagoa Azul, Penina e Serra de Sintra. Os carros de fábrica ficavam com os dez primeiros lugares, com Moutinho a ser melhor, na 11ª posição, mas enquanto os carros de fábrica iam para a especial seguinte, Joaquim Santos tinha a sua chance de acelerar nas estreitas estradas de Sintra no seu novo Ford. Mas estava cheio de espectadores (as três especiais em Sintra poderiam atrair até meio milhão de pessoas!), que estavam perigosamente perto dos carros que passavam a mais de 120 km/hora, e quando Santos tentava desviar de um espectador, perdeu o controlo e entrou dentro de um grupo de espectadores. Três acabaram por morrer - uma mãe e a sua criança de 11 anos, mais um adolescente de 18 anos - e 33 feridos. 

Os pilotos de fábrica, quando souberam do acidente, sabiam que era demais. Sabiam que era um perigo desde há anos, piorando com as edições mais recentes, e um acidente sério era uma questão de tempo. No final dessa especial, rumaram para o Hotel Estoril-Sol, centro do rali, reuniram-se e decidiram pelo boicote. O anuncio à imprensa foi feito por Henri Toivonen.

O rali prosseguiu, com os pilotos privados. Sem Joaquim Santos, Joaquim Moutinho tratou de controlar o avanço para Carlos Bica e rumou até ao final. Mas, traumatizados pelos eventos na Serra de Sintra, muito menos gente acompanhou aquilo que era um rali com quase nenhuns carros de Grupo B. No final, Moutinho entrava na história por ser o primeiro (e até agora, único) português a ganhar uma prova oficial do WRC. Um triunfo amputado, sem dúvida.

Ainda a curar as feridas, prosseguiu o duelo. Santos ganhou na Figueira da Foz, a primeira prova ganha por um Grupo B, Rota do Sol, Alto Tâmega e Algarve, mas Moutinho também ganhou quatro ralis e oi mais regular, sendo campeão. Apesar do seu carro pegar fogo nos Açores, depois de um capotanço, e dele sobrar a estrutura e pouco mais... mas ao contrário de Toivonen, na Córsega, ele saiu sem ferimentos. 

No final da temporada, com o bicampeonato, Moutinho decidiu pendurar o capacete. Fica a homenagem a um dos melhores pilotos do seu tempo e os duelos que deu a um dos dominadores de um tempo nos ralis nacionais.        

O erro da Red Bull


A Red Bull está numa corrida contra o tempo neste final de semana em Las Vegas. Por uma razão forte. É que erraram na asa traseira e com a configuração em que está, eles perdem em média... seis décimos de segundo. Foi por isso que acabaram na traseira do pelotão nestes treinos livres de sexta-feira. 

A equipa de Milton Keynes trouxe para a corrida americana uma asa traseira de baixo arrasto, muito prejudicial numa pista destas, e mesmo que tragam uma para sábado, não poderá chegar a tempo para a qualificação. Acabaram por remover o "Gurney flap", um dispositivo que ajuda na "downforce" do carro, mas foi insuficientes. 

Helmut Marko tem consciência dos obstáculos, mas também aponta que a degradação dos pneus poderá não ajudar muito na performance dos carros neste fim de semana. Contudo, ele espera melhorias, apontando que a Red Bull recupera frequentemente após sessões de treinos difíceis como este:

Não temos outra asa traseira, uma asa traseira mais pequena, como vemos nos nossos concorrentes. Seria mais útil, de certeza” começou por afirmar Marko. “Nas voltas de qualificação não saímos com pneus macios, e os stints longos foram apenas parcialmente bons. Algumas voltas foram competitivas, mas depois os pneus traseiros estavam a desaparecer. Houve momentos de velocidade. Só precisamos de ganhar consistência. Precisamos de mais equilíbrio”, continuou.

Numa única volta podemos melhorar. Mas, nos stints longos, o desgaste dos pneus é um problema neste momento. Amanhã é um dia diferente. Talvez tenhamos visto isso muitas vezes. As pessoas são as mais rápidas na sexta ou na quinta-feira, mas isso não significa que sejam rápidas na corrida… Vamos, de certeza, dar um passo razoável.”, concluiu.

É, então, esperar para ver se isto é algo do momento ou acontecerá ao longo do fim de semana. 

Noticias: Diretores de equipa estranham troca de diretor a três corridas do fim


A chegada de Rui Marques ao cargo de diretor de corrida da Formula 1, apesar de ter - por agora - para as corridas finais da temporada, foi encarada pelos diretores de equipa como... uma cautela. Algo relutantemente, afirmam que isso é algo do departamento da FIA e do seu presidente.. Mohamed ben Sulayem, mas consideram que a situação é algo ingrata para o português, que será o quarto diretor de corrida da competição desde 2019. 

Questionado em Las Vegas, na conferência de imprensa coletiva que acontece entes de cada corrida, Fred Vasseur, o diretor de equipa da Ferrari, afirmou que esta mudança é estranha, por acontecer no final do campeonato.   

Não sei se a pergunta era sobre o Diretor de Corrida ou o que quer que seja, mas, sem dúvida, a dinâmica desta decisão é um tema um pouco estranho para mim, porque agora que estamos no final do campeonato, são provavelmente as três corridas mais difíceis de gerir. Vegas, se nos lembrarmos do ano passado, Qatar e Abu Dhabi, a última do campeonato. O momento é estranho para isto, para mim. Mas não estou a par da discussão com a FIA, o que significa que não quero tomar qualquer posição sobre o assunto, mas a dinâmica é estranha”.

Oliver Oakes, da Alpine, também teceu comentários sobre a troca de diretor de corrida:

A única coisa que eu diria é que não é fácil para alguém como o Rui estar nesta situação a três corridas do fim. Penso que, tal como estes rapazes [Vasseur e Wolff] referiram, é uma tarefa importante, tendo em conta a luta pelo campeonato que está a decorrer. Conheço-o dos tempos das categorias júnior, obviamente. Acho que é um pouco diferente quando se está no centro das atenções da Formula 1, mas acho que ele está obviamente bem preparado. Acho que ele tem de lidar com as críticas destes dois também, mas acho que ele vai sair-se bem. Penso que, no final do dia, se lhe deram a oportunidade, é porque toda a gente pensa que ele está pronto para assumir essa posição”, comentou.

Noticias: GM a caminho da Formula 1


A General Motors (GM) está a negociar com a entrada na Formula 1, o mais tardar, em 2026. De acordo com as noticias saídas hoje no meio especializado, a ideia seria ficar com os bens da Andretti e entrar como equipa independente, enquanto constrói as suas próprias unidades de potência para poder competir, o mais tardar, em 2028 com os seus próprios motores. Esse foi o compromisso entre os proprietários das equipas para que aceitassem a 11ª equipa no pelotão da Formula 1.

Dan Towriss, o CEO do Group 1001, que ficou no lugar de Michael Andretti, tem sido fundamental para o avanço das conversações e está presente no Grande Prémio de Las Vegas para promover as negociações com a FOM e a Liberty Media. E os proprietários das equipas já deram o "sinal verde" para a operação. 

Se uma equipa pode contribuir para o campeonato, especialmente se a GM decidir entrar como proprietária de uma equipa, isso é uma história diferente. Desde que seja criativo e aumente a popularidade e as receitas do desporto, nenhuma equipa se oporá”, disse Toto Wolff, em Las Vegas.

Caso seja aprovado, há obstáculos para superar. O primeiro é ter de encontrar e fechar contrato com um fornecedor de motores para as épocas de 2026 e 2027 e navegar na logística da preparação de um carro competitivo num prazo apertado. É por isso que se fala da GM ficar com a infraestrutura do projeto de Formula 1 da Andretti, que está em Silverstone, já realizou testes em túnel de vento e contratou pessoal experiente, incluindo o veterano Pat Symonds.

Isto será ótimo para atrair o interesse americano na Formula 1. A Liberty está a ajudar muito nisso, desde os três Grandes Prémios em solo americano, que ajudou a ter uma base de fãs incomparavelmente maior e claro, um interesse crescente, ajudado pela série "Drive to Survive", da Netflix, bem como os shows que cada corrida proporciona, especialmente quando toca solo americano.

WRC 2024 - Rali do Japão (Dia 1)


O estónio Ott Tanak lidera o rali do Japão, finalizado que está o primeiro dia, com nove especiais cumpridas. O piloto estónio tem uma vantagem de 40,2 segundos sobre Elfyn Evans, no seu Toyota GR Yaris, e ambos já estão distantes de Adrien Formaux, terceiro, a 1.53,9, numa luta com o Toyota de Kastuta Takamoto, pois estão separados por... 0,1 segundos.

Pior, pior, está Thierry Neuville: um problema no seu carro o colocou fora dos 10 primeiros, e a sua liderança está em risco.   

Última prova do campeonato, com Neuville praticamente a contar os quilómetros para ser campeão, o rali do Japão tinha alguns convidados especiais: Didier Auriol, campeão do mundo em 1994, estava de regresso, num Toyota Yaris, para comemorar os 30 anos desse título, enquanto Heikki Kovalainen estava de regresso, num Toyota GR Yaris Rally2.   

O rali do Japão começou na quinta-feira à noite, na super-especial desenhada dentro do Toyota Stadium com 2.15 quilómetros, que serviu de aperitivo para o rali que começa ‘a sério’ na madrugada desta sexta-feira, com passagens duplas por Isegami's Tunnel, Inabu/Shitara e Shinshiro, e uma passagem dupla pela super-especial de Okazaki. 


Adrien Formaux foi o mais rápido no seu Ford Puma Rally1, meio segundo na frente de Ott Tanak, com Katsuta Takamoto em terceiro, a 0,8. Elfyn Evans era o quarto, a 0,9, e Thierry Neuville o quinto, a 2,2, empatado com Sebastien Ogier.

Neuville, o favorito ao título, disse depois do final desta super-especial o que quer fazer neste rali: 

Fazer a contagem decrescente dos troços, sem dúvida. Os troços maiores estão a chegar. Os objetivos são claros para a equipa, todos estão motivados e, ao mesmo tempo descontraídos. Apoiar a equipa, mas também pensar no título de pilotos. Uma vez iniciado o rali, é mais fácil gerir o stress e as coisas à volta. Temos de nos manter concentrados e fazer o nosso trabalho”.

No inicio da manha desta sexta-feira, madrugada na Europa, Neuville começou ao ataque, ganhando na primeira passagem por Isegami, 1,2 segundos sobre Tanak e cinco segundos sobre Evans, numa especial que foi atrasada em alguns minutos, e com o asfalto parcialmente húmido e cheio de folhas, que poderão fazer escorregar os carros para a berma. Takamoto furou e perdeu um minuto, tal como Ogier, também vitima de um furo e perdendo 2.06 minutos.

Ogier ganhou na terceira especial, 1,8 segundos sobe Evans e 3,5 sobre Tanak. Sami Pajari furou e perdeu algum tempo, Apesar de ter ganho a especial, Ogier estava a pensar como recuperar o tempo perdido.

"Não sei o que fazer neste momento. Estou sem palavras, honestamente. Esta secção não é definitivamente a minha secção, tivemos um furo há dois anos na mesma área. Não é fácil encontrar motivação. Neste momento, [as coisas] não parecem estar boas.", disse o piloto francês.

No final da manhã, na primeira passagem por Shinshiro, Evans foi o melhor, conseguindo um avanço de três segundos sobre Ogier, e 3,2 sobre Ott Tanak, onde Thierry Neuville perdeu 40,8 segundos, e caindo para o terceiro lugar da geral. Depois descobriu-se que ele ficara sem potência, e as dúvidas sobre se continuava começaram a aparecer. 

A parte da tarde começava com a segunda passagem pelas classificativas da manhã, com Tanak a levar a melhor, 6,2 segundos sobre Sebastien Ogier e 14,4 sobre Elfyn Evans. Andreas Mikkelsen bateu forte e o carro bloqueou a estrada, obrigando à sua neutralização, mas o destaque era Neuville, que perdia mais dois minutos, porque não tinham conseguido resolver os problemas de motor. 

"Não conseguimos resolver o problema. Continuamos a lutar como sempre fazemos. Tentamos limitar esta perda de tempo. Todo o trabalho árduo do ano é agora valioso, [estes] 25 pontos [de diferença] têm valor agora.", disse Neuville, que agora tinha descido para o oitavo lugar.


Tanak voltou a triunfar em Inabu/Shitara, com 3,9 segundos sobre Ogier e 6,7 sobre Evans, com Neuville a perder ainda mais tempo, mais 2.08 minutos sobre o seu companheiro de equipa e ficando de fora dos 10 primeiros. Evans ganhou em Shinshiro, 0,4 segundos sobre Tanak e três segundos sobre Ogier, numa altura em que todos se queixavam por causa da luz do por do sol.

As duas últimas especiais eram uma passagem dupla por Okazaki. Na primeira passagem, Takamoto foi o melhor, batendo Tanak e Ogier, que fixaram o mesmo tempo, por 0,6 segundos, enquanto na segunda passagem, um empate a três entre Takamoto, Ogier e Formaux. 

No final do dia, Tanak reconheceu o esforço feito ao longo do dia. "As grandes etapas foram boas, não sei se furamos aqui. Amanhã há duas etapas que conhecemos, uma é nova - outro desafio pela frente."

Depois dos quatro primeiros, Sebastien Ogier é quinto, a 2.15,6, não muito longe de Gregoire Munster, sexto a 2.37,4. Nikolay Gryaxin é o sétimo e o melhor dos Rally2, no seu Citroen C3, a 3.43,6, na frente de Sami Pajari, a 4,57,1, e a completar o "top ten" estão o Skoda Fabia do irlandês Josh McErelan, a 5.55,7, e o Skoda Fabia R5 de Hiroli Arai, a 5.57,4.

O rali do Japão continua amanhã, com a realização de mais sete especiais. 

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

As imagens do dia




O vídeo de ontem sobre Nico Rosberg e a sua nova vida, como "venture capitalist", mostra que ele não é o primeiro, nem será o último, piloto campeão do mundo que quer fazer algo além do automobilismo depois de pendurar o capacete. Nem todos se dedicam a "reformas ativas", aproveitando a vida com os milhões ganhos na Formula 1, guiando outros carros, por exemplo, ou fazer figura de "relações públicas", como faz Jackie Stewart, depois de ele ter vendido a sua equipa para a Ford, em 1999. 

Há quem tenha um espirito inquieto e queira fazer algo completamente diferente do automobilismo. E sobre isso, lembrei-me de alguns exemplos.

Começo pelos campeões: Niki Lauda, Nelson Piquet Jody Scheckter

Do austríaco, recorda-se da Lauda Air, a sua companhia aérea, que teve de 1981 a 1999 - depois, fez uma low cost", a Air Niki - mas de Scheckter, o seu percurso foi mais interessante, pouco sabido, e que passou pela América.

Depois de se retirar da Formula 1, no final de 1980, o sul-africano - atualmente a caminho dos 75 anos - decidiu passar mais tempo na América, montando em 1984 uma firma de armamento chamado "Firearms Training Systems", basicamente um simulador de armamento para situações de emergência, como crises de reféns ou assaltos a fortes, do qual conseguiu contratos com o governo, nomeadamente o FBI e a DEA. No inicio da década de 90, depois de ter mais de cem milhões de dólares de receitas, vendeu o negócio por algumas centenas de milhões de dólares, tornando-se ainda mais rico.

Depois disso, mudou-se para o Reino Unido, onde decidiu comprar e montar uma quinta, a Laverstoke Park Farm, no Hampshire, onde se decida à agricultura orgânica, e vende os seus produtos para o mercado com sucesso. Um deles é uma bebida energética - orgânica. Tem seis filhos, dois deles seguiram o automobilismo: Toby (que teve a ideia da bebida energética) e Thomas, este último foi para a IndyCar, com sucesso. 

Já Nelson Piquet, regressado ao Brasil no final da sua carreira, decide fundar a Autotrac, uma forma que providencia serviços de mensagens para camiões nos seus percursos pelo Brasil, através do serviço GPS, especialmente na logistica. O negócio foi bem sucedido, e hoje em dia, para além de outros negócios, a sua fortuna está avaliada em 200 milhões de dólares.   

Depois, temos gente como Jarno Trulli, Thierry Boutsen e Robert Doornbos

A esses, depois de acabarem as suas carreiras como pilotos, dedicaram as suas vidas a fazer algo diferente. Trulli, agora com 50 anos, teve uma breve carreira na Formula E, montando e pilotando na sua própria equipa na temporada inicial da competição, conseguindo uma pole-position em Berlim. Depois de fechar as portas da equipa, decidiu adquirir uma quinta no Abruzzo - ele nasceu em Pescara - constrói "karts" com a sua marca, ele mesmo que foi campeão mundial de karting.

No caso do belga, agora com 67 anos, este fundou a Boutsen Aviation, uma firma que compra e vende jatos corporativos, com sede no Mónaco, e é lá onde faz a sua vida. Mas isso não o impede de montar uma equipa que corre nos Turismos, com passagens pelo WTCR, nos anos mais recentes.

E tem Robert Doornbos. Agora com 43 anos, o piloto neerlandês - que a certa altura, usou uma licença monegasca para competir - depois de correr na Formula 1, pela Minardi e Red Bull, foi para a Champcar e IndyCar, acabando na Superleague Formula e A1GP, acabou por ajudar a fundar a Kiiroo, uma firma especializada... em brinquedos sexuais. Quem diria!   

E depois, temos gente como Carlos Reutemann e Sakon Yamamoto. Ambos decidiram trocar o capacete... pelos palcos da politica. 

No caso de Reutemann, depois da Formula 1 - e uma perninha pelo rali - ele começou por ser governador da sua província natal, Santa Fé, por duas ocasiões (1991-95, 1999-2003), tornando-se popular, ao ponto de se candidatar ao Senado e conseguir o lugar, acabando por ficar durante 22 anos. Primeiro, entre 1995 e 99, e depois, entre 2003 até à sua morte, em julho de 2021, aos 79 anos. Por algumas vezes, circularam rumores de uma possível candidatura à presidência da República, mas nunca quis o cargo. 

Já no caso de Sakon Yamamoto, a sua viragem na carreira foi também algo inesperado. Filho de um fabricante de "pachinkos", máquinas de jogo tipicamente japonesas, foi com esse dinheiro que, entre 2006 e 2010, conseguiu lugares na Super Aguri, Spyker e Hispania. Depois, regressou ao Japão e ex umas perninhas na Formula E, até mudar radicalmente a sua vida, ao se meter na politica , candidatando-se em 2021 para a Casa dos Representantes na Dieta (o parlamento), pelo Partido Liberal Democrático, o dominante na cena japonesa. Acabou por ser eleito, e cumpriu um mandato, até outubro de 2024. 

Estas são alguns exemplos de gente que passou pelo automobilismo e depois, deu um rumo bem diferente na carreira. Existirão mais exemplos de gente que fez algo semelhante, quer nos negócios, quer noutras áreas, mostrando que devem ter usado o automobilismo como exemplo nas suas vidas, como impulsão para o sucesso.

As primeiras contas para o "tetra" de Max Verstappen


A três corridas para o fim e com mais uma "sprint race", num total de 147 pontos em disputa, os 62 pontos de diferença para Lando Norris, neste momento, Max Verstappen tem uma chance - muito pequena, é um facto - mas começa a ter o seu primeiro "match point" para resolver as contas do título de 2024. já em Las Vegas. 

Para que acontecesse, tinha de haver uma "debacle" por parte de Ferrari e McLaren, bem como Sérgio Pérez voltar a ter a forma que teve no inicio da temporada, conseguindo um pódio e ficando na frente dos pilotos, quer da McLaren, quer da Ferrari, no fim de semana americano. Se Lando Norris for nono, por exemplo, Max será campeão na madrugada deste domingo na "Sin City", independentemente da posição. 

Caso contrário, se Norris acabar como vencedor em Vegas, com Max em terceiro, por exemplo, perderia apenas 10 pontos, ficando com 53 quando correr no Qatar (onde acontecerá a última "sprint race" da temporada), logo, basta ganhar essa "sprint race e nenhum dos seus rivais ficar acima do quarto lugar para ele ser campeão ainda antes dessa corrida qatari. Mesmo que perca - mera suposição, obviamente - um ou dois pontos nessa "sprint race", basta Max ganhar e Norris ficar em segundo para ele ser já campeão em Losail, porque seriam sete pontos de diferença, e se ficar com 51 e ganhar mais sete, seriam 58, logo, ficaria fora do alcance da concorrência.

Mas são contas complicadas, e essa possibilidade de vitória já em Vegas é se acontecer uma catástrofe na McLaren e na Ferrari. Muito provavelmente, as coisas se decidirão em Abu Dhabi, a 8 de dezembro. 

Mas também, depois desta corrida, as contas voltarão a ser feitas, e aí haverá mais certezas.   

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

A imagem do dia



Ainda falta muito para 2026, a entrada dos novos regulamentos, mas há certas coisas que começam a ser vistas, quando falta uma temporada e algumas corridas para a sua concretização. E há um fator a ter em conta, chamado... combustível sintético. 

Não é uma coisa nova - existe há cerca de um século - mas a grande novidade tem a ver com a chance de fazer da Formula 1 uma competição neutra em carbono até 2030. Apesar de ser possível, o custo da transformação é caro, mas adequada para uma pequena competição - em termos de pegada de carbono - como esta, que leva carros para os quatro cantos do mundo, 24 vezes por ano. 

E pelos vistos, a adaptação dos combustíveis sintéticos aos motores, que continuam a ser os 6 cilindros Turbo, com um sistema de regeneração de energia, poderá ser eficaz para a performance dos motores em pista. E isso poderá explicar as razões porque, por exemplo, a Alpine deixou de fabricar os seus motores e passou a ter Mercedes em 2025 e voltou a contratar Flávio Briatore. É que os primeiros resultados desses novos motores nos bancos de ensaios mostram que há duas marcas na linha da frente: Honda (a saudita Aramco)... e Mercedes (com a malaia Petronas). 

Mas é a Mercedes que tem os melhores resultados e poderão dominar, como fizeram a partir de 2014, quando surgiu a atual era de motores. Como eles ficam com a melhor fatia, isso poderá significar que George Russell é o candidato numero um ao título... ou não. Afinal de contas, temos Kimi Antonelli. E há mais equipas com esse motor, como a Williams e... a Alpine. Parece ser um cenário muito semelhante a 2014 que está a ser desenhado, lembram-se como a Williams se portou nessa temporada, com Felipe Massa e Valtteri Bottas?

No caso da Alpine, a chegada do Briatore poderá ser para organizar a equipa de Enstone e... vender. Não tira da cabeça a ideia de, num futuro mais distante - vamos imaginar, 2028... - a marca francesa se farta e vai-se embora. O atual CEO da marca não gosta muito de automobilismo, e está a ver que, por exemplo, não vende muitos carros de estrada, e ainda não se sabe bem até que ponto aguenta ver a sua marca na Endurance, onde compete na classe Hypercar. Poderá ser mais barato, mas a paciência dessa gente em relação ao automobilismo irá até um certo limite. E também recordo isto: as marcas querem vencer, na velha frase "win on sunday, sell on monday". Pode até estar desatualizado, mas a frase ainda é verdadeira. 

Mas ao contrário de 2014, há um rival que irá investir pesado para contrariar esse possível domínio: Honda. Eles irão em 2026 para a Aston Martin, depois de um bom tempo na Red Bull, que a partir dessa temporada terá motores da Ford. A Aston Martin, como é sabido, é de Lawrence Stroll, e está a investir pesado. Nova fábrica, em Silverstone, a contratação de Adrian Newey, e claro, a dupla de pilotos quer ganhar. Fernando Alonso deseja o tricampeonato, e mesmo que esteja a caminho dos 45 anos nessa temporada, quer mostrar que ainda consegue ombrear com gente que nem era nascida quando começou a carreira...

E claro, o combustível: a Aramco saudita é dona parcial da Aston Martin e investiu pesado nesta tarefa. E para eles, dinheiro não é, nunca foi, o problema. Aliás, recentemente, investiram mil milhões de dólares numa refinaria de petróleo sintético em Bilbau, no País Basco espanhol. 

Mas isso é nada comparado com a Petronas: 13 mil milhões de dólares só na pesquisa em combustível sintético! Claro, não é só na Formula 1, também é noutras áreas, mas há uma corrida para processar combustível sintético a apresentar como alternativa aos carros elétricos, por exemplo. 

O problema é o segundo piloto. Lance Stroll ainda não provou que tem estofo de campeão - e se calhar, nem terá - e se os motores japoneses começarem a mostrar que tem a capacidade de lutar com a Mercedes pelos lugares da frente, torna-se um lugar apetecível. Uma alternativa é Yuki Tsunoda, que é piloto Honda, e eles sabem que a Red Bull não o quer. E com o final do acordo com a Honda, no final de 2025, ele está livre de correr para outro lado, e a Aston Martin é a favorita. Stroll tem de mostrar que é alguém na Formula 1, caso contrário, todos olharão para a equipa como a de um só piloto - e de um motorista de luxo...

E com Alonso idoso, se conseguir andar bem, e querer retirar em alta, será o lugar mais apetecível da Formula 1. lá para 2027. E quem poderá ir para lá? Estou a pensar em Max Verstappen, que apesar do seu contrato até 2028, poderá sair antes... por muitos motivos. O primeiro, a Red Bull poderá estar no inicio da sua curva descendente (durante esta primavera e verão, após a saída de Newey, muitos engenheiros foram recrutados por outras equipas), o segundo, o motor da Ford não promete - aliás, do que se ouve é que os outros motores estão muito longe de mostrarem resultados, e isso inclui a Ferrari... - e Max, como todo e qualquer piloto que oi campeão - quer correr em equipas vencedoras. Como conhece o motor e o projetista, seria bem-vindo à Aston Martin. Mas isso, se calhar, é lá mais para 2027. 

Quanto aos outros, se calhar irão penar. Audi, Ferrari, Red Bull - com a Ford. Ião investir muito para recuperar o tempo e o lugar perdido. E aí, as firmas gasolineiras (Shell, com a Ferrari, por exemplo) estão muito atrás. 

Claro, 2026 está ainda longe, e há quem possa recuperar o tempo perdido até lá, mas pode-se afirmar que este tempo futuro não será a dos construtores, mas antes... a das petroliferas. E tem a capacidade de apostar forte nesta tecnologia.        

Youtube Automotive Vídeo: A nova vida de Nico Rosberg

Retirado do automobilismo há oito anos, Nico Rosberg decidiu criar outra vida a partir do "nada", digamos assim. Decidiu construir uma firma de "venture capital", a Rosberg Ventures, e até agora conseguiu captar cerca de 100 milhões de dólares, com o objetivo de atrair os ricos europeus para as firmas de Sillicon Valley, nos Estados Unidos. 

A Forbes decidiu entrevistá-lo, para saber o que é a sua firma e saber um pouco o que é a sua nova vida pós-automobilismo.    

WRC: Pilotos da Hyundai confiantes antes do Japão


Na antevisão do rali do Japão, que acontece neste final de semana, na Hyundai, prepara-se para a consagração de Thierry Neuville como campeão do mundo, algo que acontecerá pela primeira e na sua carreira.  Atualmente com 225 pontos, o piloto belga tem 25 de vantagem sobre Ott Tanak, seu companheiro de equipa e mais próximo rival. Apesar de matematicamente possível, Tanak sabe que as suas hipóteses são mínimas.

Mas mesmo assim, com tudo a seu favor, o belga está cauteloso. Não só porque há 30 pontos em jogo, mas quer se precaver de quaisquer obstáculos que apareçam no caminho, já que o Rali do Japão é pródigo nelas. Evitar erros será fundamental.

Daí o tom cauteloso quando falou das suas chances ao motorsport.com:

É uma vantagem confortável; o pior cenário é precisarmos de conquistar seis pontos”, começou por afirmar. “Em qualquer outro cenário, estamos muito bem. Precisamos de encontrar o equilíbrio certo [no Japão] porque ainda há o campeonato de construtores pelo qual lutar e, no entanto, temos aquele terceiro carro com o Andreas [Mikkelsen] que vai tentar fazer alguma coisa. Precisamos de encontrar um bom equilíbrio entre uma condução segura, mas boa.


Da parte de Tanak, ele acredita que as suas chances são pequenas, mesmo com a abordagem cautelosa de Neuville para este rali:

Não sei que diferença podemos fazer, mas vamos dar o nosso melhor”, começou por afirmar Tanak à mesma publicação. “Mas com este sistema de pontuação não faz muita diferença. É verdade [que uma desistência pode mudar as coisas], mas acho que depende do quanto Thierry quer isso. Se ele for inteligente no Japão e fizer um bom trabalho, então ninguém tem hipóteses. Mas também temos a responsabilidade pelo campeonato de construtores. Ainda temos um grande trabalho pela frente, por isso não podemos concentrar-nos apenas no título de pilotos, também somos responsáveis pela equipa.

O rali do Japão é em asfalto, acontece na região de Gifu, no centro da ilha de Honshu, a principal do arquipélago nipónico, tem 21 especiais de classificação, com um total de 302,59 quilómetros cronometrados

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Youtube Formula 1 Vídeo: A reconstrução da Williams

O pessoal da Williams teve um fim de semana complicado em Interlagos. Alex Albon acidentou-se fortemente na qualificação e os estragos no seu carro impediram que participar na corrida, enquanto Franco Colapinto bateu durante uma entrada do Safety Car. 

Com pouco mais de duas semanas até Las Vegas, em Grove, sede da Williams, os engenheiros e mecânicos da equipa trabalharam em contra-relógio para ter tudo a tempo de levar até lá, e pior: não há muitas peças sobressalentes para dois carros. 

E esse vídeo trata desse trabalho que tiveram até ficar tudo pronto.   

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Meteo: Baixas temperaturas serão um problema em Vegas


O fim de semana do GP de Las Vegas, neste (quase) Natal, é marcado pelo frio que há à noite no deserto do Nevada, onde se situa a cidade. E se não há chances de chuva, e o vento é baixo, essa é a maior preocupação.   

A localização no deserto e a data de novembro significam que as temperaturas do ar e da pista na capital do jogo na América rondarão os 10° Celsius, afetando significativamente o aquecimento e a aderência dos pneus. Por causa disso, a Pirelli irá trazer para a corrida americana os seus compostos de pneus mais macios (C3-C5), com os desafios do aquecimento a tornarem a gestão e a estratégia dos pneus fundamentais na noite da prova - que, recorde-se, será ao sábado, às 22 horas locais.

Para sexta-feira, data da qualificação, apesar do céu limpo, no inicio da noite, a temperatura no ar será de 12 graus, que baixará para os 11 à medida que a noite avança. No sábado, estará mais quente, por volta dos 15 graus, condições semelhantes aos da corrida do ano anterior. 

Noticias: Rui Marques considera cargo de diretor como um teste


Depois de se saber do despedimento - a FIA não afirma oficialmente que foi isso, mas toda a gente afirma que sim - do alemão Niels Wittich, e a sua troca pelo português Rui Marques, no cargo de diretor de corrida da Formula 1, este falou pela primeira vez desde que foi elevado ao cargo. Numa entrevista publicada nesta segunda-feira ao jornal Macau Hoje, onde esteve a fazer o cargo de diretor de corridas no fim de semana do GP de Macau, falou que, por agora, fará o papel até ao final da temporada, e depois verá se continuará para 2025 e adiante.

Neste momento vou fazer as corridas até ao final do ano. Depois logo veremos o futuro”, confirmou o português sobre o tempo em que estará à frente do cargo. 

Em relação à escolha para o cargo, afirma não estar surpreendido. 

Não se trata de ser uma questão de ficar surpreendido. As coisas têm a sua evolução e a experiência que vamos tendo vai-nos trazendo essas possibilidades”, comentou.

Apesar de afirmar estar a par do desafio, ele reconhece que tem exigências diferentes, em áreas diferentes do que uma prova de GT's ou WTCR. Especialmente na parte mediática, por causa da importância da Formula 1: "É mais uma categoria da qual vou ser diretor da corrida. Tem desafios que não há em Macau, sobretudo em termos mediáticos…"

Rui Marques - que também é o diretor de corrida para a Formula 2 e Formula 3 - é o quarto diretor de corrida que a Formula 1 tem desde 2019, altura da morte de Charlie Whiting, nas vésperas do GP da Austrália. Michael Masi substituiu-o até ao final de 2021, altura em que se envolveu na polémica do GP de Abu Dhabi, entre Lewis Hamilton e Max Verstappen. As suas atitudes levaram à sua saída, no inicio de 2022, altura em que foi substituído por Eduardo Freitas por algumas corridas, antes da chegada de Wittich, até ao seu despedimento há umas semanas. 

domingo, 17 de novembro de 2024

As novidades sobre "F1"


Como é sabido, Hollywood está a filmar um filme sobre Formula 1. E a Liberty Media está a dar todos os acessos à equipa de filmagens para que tenham acesso total para poderem fazer o filme da melhor maneira possível. E com Lewis Hamilton como produtor executivo, ainda melhor. 

O filme, que terá Brad Pitt como ator principal, irá se estrear nos cinemas um pouco por todo o mundo a 25 de junho de 2025, com Joseph Kosinski como realizador e Jerry Bruckheimer como produtor, um pouco na linha de "Top Gun: Maverick". E por estes dias, Bruckheimer falou com investidores e dirigente da Liberty Media sobre o andamento das filmagens e da pós-produção. 

Interessantemente, sabemos agora qual é o "plot": Sonny Hayes (Brad Pitt) é um jovem piloto que sofre um acidente bem feio no inicio dos anos 90, que o afasta da Formula 1. 30 anos depois, está de volta, para a ApexGP, onde ajudará Joshua Pearce (Damson Idris), um jovem britânico, a chegar ao topo.

Como Hamilton é o produtor executivo, a Mercedes ajudou muito na construção dos carros e da equipa ficcional, a ApexGP. Contudo, causou fricções, porque a Red Bull temeu ser vista como a vilã. A produtora andou durante três anos a convencer Christian Horner e Helmut Marko que eles não iriam ser vistos como os maus da fita. Dito isso, todas as equipas deram acesso total. 


Cada um dos carros tem, pelo menos, 16 câmaras instaladas. As cenas são autênticas, os atores guiam aqueles carros, e Hamilton ajudou muito nisso, apontando imprecisões e sugerindo na correção de detalhes. Por exemplo, numa imagem num certo circuito, o piloto afirmou que “aquela curva é feita em segunda velocidade e no filme estão a fazê-la em terceira.” Hamilton terá também dito a Brad Pitt que um piloto não termina uma corrida como Singapura como se tivesse acabado de entrar no carro, mas sim “quase a cair para o lado”.

E algumas dessas câmaras são especiais, feitas especificamente para o filme. “Não temos apenas estas câmaras, a Apple fez pequenas câmaras especiais que colocamos nos carros de Formula 1. Lewis Hamilton está a conduzir a 350 km/hora com essas pequenas câmaras.", começou a apontar Bruckheimer, numa entrevista a Adam Cooper para a revista Motorsport. "Toda esta tecnologia que criámos para o filme é especial. Aprendemos muito em 'Top Gun' – agora temos uma câmara que pode fazer panorâmicas remotamente, por isso podemos fazer panorâmicas de Brad até à cara de Damson noutro carro, o que é uma tecnologia fenomenal.

E por causa disso, Bruckheimer teve de modificar muitas cenas no filme, em nome da autenticidade. Ele disse que terá o filme pronto para mostrar aos executivos da Liberty Media no fim de semana do Mónaco, antes de uma premier em Londres, no inicio de junho, semanas antes da estreia mundial, produzido pela Apple +, e cuja distribuição está a cargo da Warner Brothers.  


E Bruckheimer acredita que será um blockbuster. Na mesma entrevista, afirmou: "Há tantos fãs em todo o mundo – o único mercado que a Formula 1 não tem tanta fama são os Estados Unidos, e acho que isso vai [ajudar a] expandi-lo, porque o alcance de Brad é enorme e ele tem muitas fãs, isso vai trazer o público feminino. Vamos apanhar os rapazes, porque eles adoram automobilismo. Vai ser uma grande razão para os casais irem ao cinema, e é isso que queremos."

O Brad está realmente empenhado neste filme. Ele não gosta de fazer divulgação, mas acho que o vamos levar numa digressão mundial onde ele terá todo o prazer em mostrar os seus esforços na atuação deste filme.

E quanto ao título, segundo Bruckheimer: “Porque os grandes filmes de corridas foram Le Mans e Grand Prix. E agora vai haver F1…