O francês
Jean-Pierre Jabouille, piloto que correu pela Renault entre 1977 e 1980,
morreu esta quinta-feira aos 80 anos. Engenheiro de formação, foi também campeão europeu da Formula 2 em 1976, e tornou-se no primeiro piloto a ganhar um Grande Prémio num motor Turbo, quando triunfou no GP de França de 1979, batendo o Ferrari de
Gilles Villeneuve e o seu companheiro de equipa,
René Arnoux.
Ao todo correu em 55 Grandes Prémios, entre 1975 e 1981, pela Iso-Marlboro, Surtees, Tyrrell, Renault e Ligier, ganhando duas corridas e obtendo seis pole-positions. Mas apenas 21 pontos. A sua carreira foi encurtada com um acidente no GP do Canadá de 1980, onde fraturou a sua perna direita.
Para além disso, correu na Endurance ao serviço da Peugeot, ajudando a desenvolver o modelo 905 para o Mundial de Sport-Protótipos e as 24 horas de Le Mans, em 1990.
Nascido a 1 de outubro de 1942 em Paris, era engenheiro de formação. Começou a correr em 1967, na Formula 3 francesa, onde foi batido por Francois Cevért. Contratado como piloto de desenvolvimento em 1968 pela Alpine, correu na Formula 2 pela Matra, continuando a correr nas sete temporadas seguintes. Participante também nas 24 Horas de Le Mans, conseguiu dois terceiros lugares em 1973 e 74 com os seus compatriotas Francois Migault e Jean-Pierre Jassaud.
A sua primeira vitória na Formula 2 aparece em 1974, na corrida de Hockenheim, numa altura em que ajudou a fundar a Ecurie Elf, com chassis Alpine e motor BMW, enquanto tinha as suas primeiras tentativas na Formula 1, a primeira pela Iso-Marlboro, em Dijon, e na segunda pela Surtees, na Áustria. Ambas as vezes, ele não se qualifica.
Em 1975, corre com o terceiro carro da Tyrrell no GP de França, onde acaba na 12ª posição, antes de se consagrar na Formula 2, sendo campeão em 1976, com o projeto da Elf-Renault. Nessa altura, a marca do losango decide ir para a Formula 1, com a nova tecnologia do turbocompressor, um pequeno V6. O seu desenvolvimento acaba no GP da Grã-Bretanha de 1977, quando o carro se estreia numa grelha de partida de um Grande Prémio de Formula 1. O carro era rápido, mas frágil: a primeira corrida onde chegou ao fim aconteceu no GP de Long Beach... de 1978, onde acabou na décima posição.
Com o tempo, o carro começou a ser mais fiável. Em Watkins Glen, no final da temporada de 1978, acaba na quarta posição, e no ano seguinte, começa com uma pole-position em Kyalami, ainda com o velho Renault RS01. O nobo carro estreia-se no GP do Mónaco, e na corrida seguinte, em Dijon- Prenois, consegue a pole-position, e apesar de ser batido na partida por Gilles Villeneuve. Contudo, o carro aguentou-se, apanhou e passou o canadiano da Ferrari, para triunfar. Em quase dois anos, passaram da "Chaleira Amarela" e a chacota, para o triunfo, com motor, chassis, pneus e caixa de velocidades francesa. Contudo, a sua bitória ficou ofuscada pelo duelo entre Villeneuve e René Arnoux, o seu companheiro de equipa, que duelando pelo segundo posto, tocaram rodas nas últimas voltas, num duelo eletrizante.
Jabouille conseguiria mais três poles em 1979, mas os nove pontos na vitória em Dijon foram os únicos na temporada.
Em 1980, o francês conseguiu duas pole-positions no Brasil e na África do Sul, e ia a caminho de dois triunfos mais que certos quando sofreu problemas mecânicos que o impediram de ganhar. Em compensação, triunfou na Áustria, conseguindo uma vitória relativamente inesperada.
No final da temporada, quando tinha tudo alinhavado para ir correr na Ligier, um acidente no GP do Canadá causou fraturas na sua perna direita, impedindo de começar a nova temporada. Apareceu no GP do Brasil de 1981, mas ainda não estava em forma para poder correr. Regressou na Argentina, mas não conseguiu qualificar-se. Quatro corridas depois, em Jarama, anunciou o seu abandono definitivo da Formula 1, com quase 39 anos de idade.
Tornando-se diretor desportivo da Ligier em 1982, saiu da equipa pouco tempo depois. A segunda vida de Jabouille no automobilismo começou em 1987, quando começou a competir nos Superturismos franceses, com um BMW M3, e no Grupo A, num Rover SD1. Dois anos depois, foi para a equipa de fábrica com o objetivo de desenvolver o modelo 905 para o Mundial de Sport Protótipos e as 24 Horas de Le Mans.
A sua estreia foi em 1990, na proba de Montreal, com Keke Rosberg como seu companheiro de corrida. Acabou por não acabar a proba, e no ano seguinte, ao lado de Philippe Alliot e o italiano Mauro Baldi, alinhou nas 24 Horas de Le Mans, acabando por ser terceiro classificado nas edições de 1992 e 1993.
Em julho desse ano, substituiu Jean Todt na liderança da Peugeot Sport, que caminhava para a Formula 1, fornecendo motores para a McLaren para a temporada de 1994. No ano seguinte, foi para a Jordan, mas os resultados medíocres - muitos pódios, mas nenhuma vitória, para além das constantes quebras - levou a que Jabouille fosse despedido no final de 1995.